Wednesday, May 25, 2016

Sobre os atentados contra civis no conflito em curso em Moçambique: haverá estado de terror?

Sobre os atentados contra civis no conflito em curso em Moçambique: haverá estado de terror?
Uma guerra justa requer duas condições cumulativas: uma causa justa (jus ad bellum) e meios justos ou justiça na guerra (jus in bello). O jus in bello implica que os métodos usados pelos beligerantes sejam proporcionais aos seus fins e que eles (os beligerantes) não atinjam directamente alvos civis ou não combatentes. (Steven Lee)
O conflito militar em curso em Moçambique não cumpre com estes requisitos de uma guerra justa.
Se é discutível a justeza das causas do conflito (exclusão, fraude eleitoral, redistribuição da riqueza, defesa da unidade nacional e de integridade territorial) evocadas pelos beligerantes, não há mínima dúvida quanto ao uso de métodos não aceitáveis em uma guerra justa. Este conflito tem atingido muitos alvos civis.
Em estratégia militar existe o que se denomina “efeitos colaterais da guerra”. Refere-se a alvos civis atingidos por actos inadvertidos da guerra. Estas situações, naturalmente ocorrem na guerra actualmente em curso em Moçambique, como em qualquer outra. A grande preocupação é com as vítimas civis resultantes de actos deliberados dos beligerantes. E isto se adequa à definição do terrorismo.
Segundo o filósofo Steven Lee, o terrorismo tem como alvo, civis - não combatentes, o que é claramente proibido pela tradição de guerra justa tanto na perspectiva Judeo-Cristã como na Islâmica.
Jéssica Stern & Amid Modi referem que os objectivos de terroristas podem ser instrumentais (mudar o mundo) ou expressivos (atrair atenção, criar medo).
Parece não haver dúvidas que a actuação dos assassinos do Professor Gilles Cistac, dos autores de atentados contra Professor José Jaime Macuane, Dr. Carlos Jeque e um outro conhecido Dr. da nossa sociedade que foi molestado e assaltado em sua residência no Bairro Central da Cidade de Maputo, depois de ter dirigido uma missão de averiguação da existência de valas comuns na região centro do país, enquadra-se numa actuação terrorista. Visa claramente criar medo, mudar a forma de actuação dos opinion makers, etc.
Pode se discutir se as vítimas civis amiúde causadas pelos ataques contra transportes públicos - alegadamente carregando militares - são danos colaterais da guerra ou actuação terrorista para chamar a atenção da sociedade sobre o conflito.
Seja como, parece haver condições formais e objectais para se falar de estado de terror em Moçambique.
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Comentários
Lenon Arnaldo Estado terrorista;
Efeitos colaterais de guerra;
Vítimas civis amiude...Ver mais
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Estevao Pangueia Olha Borges Nhamirre, na teoria de guerra o que a Renamo e o Governo estão a fazer é mesmo isso, a ideia de guerra justa, cada um faz a guerra como mecanismo de defesa, assim cada um usa os meios de acção que dispõe para impor medo e obediência, isto é feito pelos actores deste conflito armado. Logo o estado de terror existe sim e é protagonizado por aqueles que tem armas.
GostoResponder114 hEditado
Américo Matavele Mano Borges, há uma vontade expressa no teu texto de não querer aprofundar os ataques, quase diários, e que tem feito mais vítimas que os que alegas na parte cimeira da tua análise. Tentaste ser imparcial, mas ninguém consegue mentir para a sua consciência e crenças. Estas bad.
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Lenon Arnaldo O pior é tentar mentir para sua consciência e nisso, querer levar outros a embarcar nesse barco com muitos furos.

Este post, faz lembrar um colega de escola que perante uma reprovação quase que certa, apelou a sensibilidade do docente dizendo: "Dr. não nos abandone no alto mar, porque há muitos tubarões ".

O post o mano Borges Nhamirre prometeu dissertar ontem ainda está por escrever.
Borges Nhamirre Mano Américo e caro Lenon, discutam as minhas ideias e não as minhas crenças e consciência. Voces não conhecem as minhas crenças. Voces conhecem as minhas ideias porque as exponho, como fiz neste post. Sei que e' difícil discutir ideias e e' mais fácil dizer maldades por alguém. Mas se tiveram a coragem de cá vir, tenham a bravura de rebater as minhas ideias e não a cobardia de abater a minha personalidade. ManoAmérico, tu que me conheces há muito, pelo menos virtualmente, diga ao Lenon que não me atrelo a organizações para existir. Sou Borges Nhamirre e não Borges da sociedade civil. Meu nome e sobre nome sao suficientes para me apresentar. Nao precisa adicionar a ele organizações. E mais: não sou académico, sou jornalista.
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Lenon Arnaldo Mano Borges Nhamirre não é minha forma de estar acobardar-me ou preferir maldades a quem quer que seja, mesmo, seja alguém com ideias contrárias às minhas, ou com crenças diferentes as minhas. O que vale dizer, o que acaba de dizer acima não se encaixa na minha pessoa.

De todas as formas, se de algum modo ofendi a sua imagem e personalidade as minhas sinceras desculpas, pois, não é e nunca foi minha intenção.

No entanto, mantenho na essência o que disse no coment acima.

Chamo a colação as organizações da sociedade civil, académicos ou independentes porque, infelizmente, essa tem sido o cartão de visita dos que pensam contrário ao governo do dia, por regra. Se não for o seu caso, mais uma vez as minhas sinceras desculpas.

Se perguntar não ofender o post em alusão à que título o fez: na qualidade de jornalista, simples cidadão , académico, activista ou independente.

Aquele abraço fraterno.

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