Cana de Opinião (#canalmoz)
Desprezado Brilhante Camarada
Por Adelino Timóteo
Beira (Canalmoz) - Desprezado Brilhante Camarada,
o povo está com saudades dos teus pomposos discursos, de quando lhe chamavas “tagarelas”, “apóstolos da desgraça” e “delirantes”. O povo tem-se lembrado perfeitamente de quando dizias que continuarias a irritar-nos. Apesar de teres dito que gostavas muito do povo, pelos vistos gostavas era de servir-te do nome do povo. Apesar de teres dito que gostavas de ser recordado como amigo do povo, serás recordado como quem mais usufrui dos recursos e dinheiro do povo.
Brilhante Camarada, do que mais o auditório dos teus discursos tem saudades é como repetias “combate à pobreza”. Foi de ti, da tua boca, que mais ouvi a expressão “combate à pobreza”, em toda a minha existência.
Num dos discursos, Brilhante Camarada, dizias que a pobreza era o inimigo número um de Moçambique. E mentiste-nos, Brilhante Camarada, porque o maior inimigo de Moçambique és tu. Estavas a fazer pouco da nossa cara, de nós, os pobres, porque, na verdade, andavas a encher os bolsos à nossa custa, debaixo da mesa onde discursavas para um auditório paupérrimo.
Brilhante Camarada, lembro-me de cor de ouvir-te dizer que “a nossa missão: combate à pobreza”, “um desafio que exige criatividade e celeridade das nossas acções”. Mentiste-nos, pois a tua criatividade é celeridade para acções como contrair dívidas e sonegar ao maravilhoso povo moçambicano. Ao contrário do que falavas, o teu desígnio era a corrupção, a ladroagem.
Nunca escondeste o teu propósito, pois, ao dizer que “unidos, prossigamos com a nossa missão: luta contra a pobreza”, tinhas em mente que sozinho, no mais fundo da tua consciência, navegavas em direcção oposta à do povo, rumo ao polo do que te fez hoje rico, com a mentira dos teus discursos.
Brilhante Camarada, falaste tanto na governação inclusiva, mas a tua governação foi individualista, pelos motivos acima demonstrados, e que afogaram o país em dívidas. Falaste na geração de emprego, aumento da renda, mas a economia, em vez de gerar emprego e renda, gerou riqueza para ti. O país, em vez de produzir alimentos, estava a produzir um rico.
Brilhante Camarada, uma vez sabendo da proveniência ilícita da tua riqueza, permite-me que te atribua um selo. Não o selo “Made in Moçambique”, com que glorificavas os produtores, mas tão-somente o “Made in Corrupção”, pois se tens empresas, mansões, carros, o conseguiste graças à corrupção. Venceste a pobreza, tal como fazias a apologia nos teus discursos. E se ela não é uma dádiva divina, então o teu instinto luciferino encarregou-se de empobrecer o povo.
Brilhante Camarada, também tens por adversários aqueles cuja condição social é sinónima da honestidade. A estes cunhaste de “pessimistas”, mas vale mais a honestidade do que a vergonha com que deves encarar-te a olhar para o espelho, pois, fazendo fé nas tuas palavras, pessoas hipócritas não aceitam as duras críticas, daí teres criado uma instituição como o G40, para aterrorizar gente idónea. Dizias que se não deve ter pudor da riqueza, mas não sei que moral te nutre, para estares tranquilo, neste momento em que os moçambicanos estão frustrados com a tua homérica ladroagem.
Brilhante Camarada, nas tuas palavras está claro certo esforço com que previsivelmente procuravas lavar a consciência colectiva em relação ao facto material da tua duvidosa riqueza, construída tal como o fazem as sanguessugas, subtraindo o sangue alheio.
Brilhante Camarada, só a falsidade dos teus discursos explica por que, dez anos depois, a prática de combate à pobreza não avançou. Explica a razão por que não se conseguiu combater a corrupção, pois nenhum corrupto se combate a si mesmo. Explica ainda a razão por que continuamos na cauda dos países mais pobres, e, pior ainda, dos mais endividados do mundo, à custa da tua roubalheira. Explica também o motivo por que, de tanto teres querido ser Filho Mais Querido, acabaste, e por ambição própria, por te tornares Desprezado Brilhante Camarada. (Adelino Timóteo)
Desprezado Brilhante Camarada
Por Adelino Timóteo
Beira (Canalmoz) - Desprezado Brilhante Camarada,
o povo está com saudades dos teus pomposos discursos, de quando lhe chamavas “tagarelas”, “apóstolos da desgraça” e “delirantes”. O povo tem-se lembrado perfeitamente de quando dizias que continuarias a irritar-nos. Apesar de teres dito que gostavas muito do povo, pelos vistos gostavas era de servir-te do nome do povo. Apesar de teres dito que gostavas de ser recordado como amigo do povo, serás recordado como quem mais usufrui dos recursos e dinheiro do povo.
Brilhante Camarada, do que mais o auditório dos teus discursos tem saudades é como repetias “combate à pobreza”. Foi de ti, da tua boca, que mais ouvi a expressão “combate à pobreza”, em toda a minha existência.
Num dos discursos, Brilhante Camarada, dizias que a pobreza era o inimigo número um de Moçambique. E mentiste-nos, Brilhante Camarada, porque o maior inimigo de Moçambique és tu. Estavas a fazer pouco da nossa cara, de nós, os pobres, porque, na verdade, andavas a encher os bolsos à nossa custa, debaixo da mesa onde discursavas para um auditório paupérrimo.
Brilhante Camarada, lembro-me de cor de ouvir-te dizer que “a nossa missão: combate à pobreza”, “um desafio que exige criatividade e celeridade das nossas acções”. Mentiste-nos, pois a tua criatividade é celeridade para acções como contrair dívidas e sonegar ao maravilhoso povo moçambicano. Ao contrário do que falavas, o teu desígnio era a corrupção, a ladroagem.
Nunca escondeste o teu propósito, pois, ao dizer que “unidos, prossigamos com a nossa missão: luta contra a pobreza”, tinhas em mente que sozinho, no mais fundo da tua consciência, navegavas em direcção oposta à do povo, rumo ao polo do que te fez hoje rico, com a mentira dos teus discursos.
Brilhante Camarada, falaste tanto na governação inclusiva, mas a tua governação foi individualista, pelos motivos acima demonstrados, e que afogaram o país em dívidas. Falaste na geração de emprego, aumento da renda, mas a economia, em vez de gerar emprego e renda, gerou riqueza para ti. O país, em vez de produzir alimentos, estava a produzir um rico.
Brilhante Camarada, uma vez sabendo da proveniência ilícita da tua riqueza, permite-me que te atribua um selo. Não o selo “Made in Moçambique”, com que glorificavas os produtores, mas tão-somente o “Made in Corrupção”, pois se tens empresas, mansões, carros, o conseguiste graças à corrupção. Venceste a pobreza, tal como fazias a apologia nos teus discursos. E se ela não é uma dádiva divina, então o teu instinto luciferino encarregou-se de empobrecer o povo.
Brilhante Camarada, também tens por adversários aqueles cuja condição social é sinónima da honestidade. A estes cunhaste de “pessimistas”, mas vale mais a honestidade do que a vergonha com que deves encarar-te a olhar para o espelho, pois, fazendo fé nas tuas palavras, pessoas hipócritas não aceitam as duras críticas, daí teres criado uma instituição como o G40, para aterrorizar gente idónea. Dizias que se não deve ter pudor da riqueza, mas não sei que moral te nutre, para estares tranquilo, neste momento em que os moçambicanos estão frustrados com a tua homérica ladroagem.
Brilhante Camarada, nas tuas palavras está claro certo esforço com que previsivelmente procuravas lavar a consciência colectiva em relação ao facto material da tua duvidosa riqueza, construída tal como o fazem as sanguessugas, subtraindo o sangue alheio.
Brilhante Camarada, só a falsidade dos teus discursos explica por que, dez anos depois, a prática de combate à pobreza não avançou. Explica a razão por que não se conseguiu combater a corrupção, pois nenhum corrupto se combate a si mesmo. Explica ainda a razão por que continuamos na cauda dos países mais pobres, e, pior ainda, dos mais endividados do mundo, à custa da tua roubalheira. Explica também o motivo por que, de tanto teres querido ser Filho Mais Querido, acabaste, e por ambição própria, por te tornares Desprezado Brilhante Camarada. (Adelino Timóteo)
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