Amigo e companheiro José Jaime Macuane, estamos e vamos continuar a lutar contigo contra o Estado de medo e saque que nos querem impôr. E venceremos!
José Jaime Macuane foi uma das mais recentes vítimas do regime de terror que se vive no nosso País. Académico e analista político de eleição, profundo, inteligente, lógico, objevtivo e ponderado, tornou-se um dos fazedores de conhecimento e de opinião pública mais ouvidos e mais interessantes, com mente independente e com a coragem e a dignidade de quem luta com justiça por causas justas. Ao José Jaime Macuane e à família, envio toda a minha solidariedade e apoio, votos de muita coragem e que ele recupere a saúde depressa. A família, os amigos e todos nós precisamos dele.
Mas, a questão seguinte, mais profunda, é: quantos mais dos nossos melhores filhos terão que tombar, ser espancados, feridos, ameaçados, antes que, como povo, como nação e como pessoas nos levantemos contra o terrorismo com que convivemos e nos habituámos a conviver há décadas? Quando é que nós nos levantamos para pôr fim a este terror de oligarcas assustados e "políticos" irracionais e egocêntricos, que oprimem, aterrorizam e matam para defenderem direitos históricos que se outorgaram mas que nunca tiveram - de se manterem no poder ou de se tornarem o novo poder? Quando é que vamos acabar com a tirania que nos escraviza, venha ela de onde vier - dos esquadrões da morte de uns ou de outros? Este país e a sua história só serão nossos quando nós aceitarmos os sacrifícios necessários para os merecermos e para os construirmos.
Todos os tiranos nacionais - os que se pensam "donos" da história e os que se proclamam "donos" da democriacia - usam terror como arma. O terror é a arma previlegiada do fascismo: ajuda a acabar com os que se opõem e aterroriza os outros, paralisando-os. O terror conduz à auto-repressão.
Vamos ser claros. Vivemos com medo. Todos temos medo. Mesmo os corajosos, como José Jaime Macuane e outros, têm medo. Mas, hoje vivemos num mundo que nos obriga a escolher entre a falsa segurança de nos calarmos perante o terror, o despotismo, o assalto ao bem público, e a construção de oligarquias familiares criminosas, ou o medo de deixarmos este estado de coisas como nossa herança histórica para as gerações vindouras.
Paralisarmo-nos pelo medo do que individualmente nos possa acontecer, ou, agirmos para controlar esse medo e evitar o medo de deixar uma herança de fascismo estabelecido às gerações vindouras? Reagirmos contra o que nos causa medo hoje e, ao fazê-lo, acabarmos de vez com o medo, ou sermos cúmplices de viver uma vida subjugada?
A escolha é nossa, e as consequências dessa escolha serão para nós também - subjugarmo-nos a viver de joelhos ou aceitarmos lutar para vivermos livres; a indignidade ou a dignidade.
Confesso, eu não tenho coragem para olhar, nos olhos, para os meus fihos e dizer-lhes que nada fiz para acabar com o medo, com o saque e com o subdesenvolvimento por ter medo das consequências pessoais. Não tenho coragem suficiente para isso. Por isso, prefiro lutar agora!
Mas, esta é uma luta que não pode ser individual. Alvos individuais são fáceis de abater. O protesto que se segue ao acto de terror aquece a alma e aumenta a raiva, mas não transforma a sociedade. Algo diferente é necessário: organização, mobilização e acção colectiva, num quadro político claro. Não são as reuniões das elites compometidas e apodrecidas que vão resolver os nossos problemas - esses estão a fazer reuniões há mais de 40 anos e nunca estivemos tão mal como agora. São a organização, a mobilização e acção consciente das massas que podem mudar as coisas - os trabalhadores, os estudantes, os funcionários (incluindo os membros das FDS, que são das primeiras vítimas do reino de terror que lhes foi dado, como missão, construir), os pequenos e médios empresários, homens e mulheres, jovens e velhos.
Como disse o José Jaime Macuane, ontem, num debate público numa cadeia nacional de televisão, "Quando o Estado não esclarece os crimes, o Estado está a mostrar que sobrevive do crime organizado."
Alguém se encarregou de tentar calá-lo ou de usá-lo como cartaz do terror, e, ao fazê-lo, acaba por provar, mais uma vez, que o Macuane tem razão.
Nada se parece mais com um fascista do que um oligarca assustado. Os nossos oligarcas estão assustados e estão a reagir como búfalos feridos.
É hora de não baixar os braços e de não parar a luta política. A Luta Continua! E venceremos!
Dezenas de pessoas juntam-se em Lisboa em jornada de oração pela paz em Moçambique
23 de Maio de 2016, 11:13
Algumas dezenas de pessoas responderam hoje a um apelo dos bispos moçambicanos e de fundações pontifícias e reuniram-se numa igreja de Lisboa para participar na jornada de oração pela paz em Moçambique, constatou a Lusa no local.
“Tendo em conta a situação preocupante que se vive em Moçambique, com sinais de aumento de tensão que poderá eclodir num conflito mais aberto, os bispos de moçambique emitiram uma nota pastoral onde apelam a ambas as partes, Frelimo e Renamo, para procurarem um caminho de paz, e estão muito preocupados com toda a situação”, disse à Lusa Paulo Aido, da fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), organização dependente da Santa Sé e uma das instituições que organizou a jornada de oração.
“Em simultâneo fizeram um apelo a uma jornada de oração pela paz em Moçambique. A AIS em Portugal agarrou esse projeto e aqui estamos, convocámos a população de Lisboa para que aqui viesse rezar pela paz. Foi um apelo generalizado a todos os cristãos, incluindo os da comunidade moçambicana”.
Alguns membros da comunidade moçambicana em Lisboa também compareceram na igreja de São Tomás de Aquino para se juntarem a esta jornada, num ambiente de recolhimento e alguma apreensão.
Em 10 de abril, num apelo assinado por D. Francisco Chimoio, presidente da Conferência Episcopal de Moçambique (CEM), os prelados moçambicanos emitiram um apelo pela paz, renovaram a “solidariedade com todo o povo moçambicano que continua a sofrer por causa deste clima de guerra (…) e propuseram a todos os católicos que o dia 22 de maio, Dia da Santíssima Trindade, seja um dia especial de oração pela paz”.
Albino, 25 anos, moçambicano, estudante e seminarista, foi um dos membros da comunidade que respondeu ao apelo dos seus bispos.
“Estou aqui para rezar pela paz no nosso país, em Moçambique, e como somos membros da diáspora, somos residentes estrangeiros, quando o nosso país está a enfrentar dificuldades destas temos de rezar muito para que cada vez mais haja paz”, disse em declarações à Lusa.
“Apesar de vivermos em Portugal estamos muito preocupados com a situação de Moçambique, dos nossos governantes e do nosso povo”, assinalou, apesar de emitir um sinal de esperança.
“Segundo o que nos dizem cada vez mais, segundo os meios de comunicação social, os líderes estão cada vez mais com as mãos abertas para um diálogo. O diálogo é a resolução de todos os problemas”, concluiu.
Lusa
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