NACIONAL
2016-02-29 11:09:30 (UTC+00:00)
Os clientes da companhia Sul-africana, South African Airways, estão indignados com a empresa devido ao desaparecimento das suas bagagens.
MAPUTO- Depois de se ter instalado um reboliço no Aeroporto de Mavalane no passado domingo depois da chegada do voo SA 144 proviniente de Johannesbourg e estando o jornalista da Folha presente no local, fomos tentar perceber o que se passava junto a área de reclamação de bagagem.
De facto duas situações estão a criar transtornos incríveis a passageiros que voam nesta companhia e segundo o que pudemos colher dos funcionários do Aeroporto, estas situações são diárias e afetam muitos passageiros. Mas vamos por partes.
O primeiro golpe que é dado pela SAA, acontece no Aeroporto OR Tambo e tem haver com o peso de cada mala despachada. O passageiro embarca então por exemplo em São Paulo, com destino a Maputo. Tem direito no acto do check in a despachar se for um passageiro normal, duas malas com um máximo de 30 kilogramas cada e pode ainda levar consigo uma mala de cabine. Se despachar essas malas de porão diretamente para Maputo, a companhia aérea leva as malas até Maputo, embora quase sempre (mais de 75% dos passageiros que ouvimos em número de 8) declararam que são passageiros frequentes desta ligação e que já tiveram as suas malas extraviadas, a chegar tarde (quase todos) e por vezes demorando até 2 meses a entrega da mala, naturalmente já sem muitos dos bens dentro.
Porém e caso o passageiro partindo de São Paulo envie as suas malas para Johannesburg, optando por retirar as suas malas ali e optando por fazer novamente o check-in (exatamente para evitar que as malas se “percam” no caminho para Maputo ou que sejam extraviadas definitivamente) e quando o período de ligação entre os voos de ligação o permite, ao fazer novamente o check-in das malas para Maputo, o passgeiro recebe como nova informação, que as suas malas teem como limite 26 kilogramas somente. As malas normalmente tem mais que 26 Kilogramas e estão protegidas por envolcro plástico para evitar roubos, e só resta uma solução ao passageiro – pagar excesso de peso a SAA – não valendo de nada o passageiro reclamar, uma vez que o “Manager” de serviço demonstrará no “sistema” que as condições para o voo Johannesburg-Maputo são diferentes do voo São Paulo-Johannesburg, ou seja, mesmo que o passageiro demonstre que fez a ligação continental, não resta outra alternativa ao passageiro senão pagar pelo “excesso” de peso – algo que estava pago exatamente no mesmo troço de São Paulo a Maputo.
Mas o pior ainda está para vir. O principal golpe de que se queixam os passageiros, aliás alguns chegam mesmo a acusar a situação de golpe para roubo do pessoal de apoio da SAA, é o facto de o passageiro só puder levar consigo uma peça de mão dentro da cabine.
O pessoal de apoio de carga da SAA, fica então á porta do avião e escolhem a dedo os passageiros que teem malas mais “bem apresentadas” e impedem a sua entrada no avião, num critério descrito como arbitrário, onde uns passageiros podem levar duas ou tres peças e outros são impedidos de levar por exemplo uma carteira pessoal de senhora e uma mala de cabine. A “emboscada” á porta do avião, impede os passageiros afetados de puder retirar (uma vez que os outros passageiros estão a embarcar pela mesma porta) os seus bens pessoais dessas malas de cabine e de por exemplo tentar encontrar um cadeado ou outro método de proteção da sua mala. O resultado é a violação de quase todas as malas retidas na entrada do avião e a impossibilidade de reclamar com a companhia aérea, uma vez que a mesma se defende, dizendo que a mala “não continha nenhum método de segurança” e ou que “não há forma de provar que tais bens se encontravam dentro da mala”.
O golpe do pessoal de apoio, poderia ser contornado e impedido de existir (bastaria haver vontade da gestão da empresa), fazendo-se o controle das bagagens de cabine antes da admissão ao voo (no local do corte do talão de embarque), permitindo aos passageiros que fossem impedidos de entrar com mais de uma peça, com base em critério claro supervisionado e não arbitrário, que pudessem comprar um cadeado ou retirar bens pessoais mais valiosos ou por exemplo comprar uma outra mala no duty free shop com mecanismo de segurança. A corrupção, a cultura do golpe e a impunidade instaladas na empresa impedem no entanto que medidas simples e sérias sejam implementadas.
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