Centelha por Viriato Caetano Dias (viriatocaetanodias@gmail.com )
“ A política está cheia de idiossincrasias e, de tempos a tempos, chegam ao poder ministros e presidentes decididos a realizar reformas. Contudo, estes indivíduos têm muita dificuldade em implementar a mudança, porque herdaram uma administração pública que constitui um obstáculo, em vez de ser um instrumento. Trata-se de uma instituição hostil à mudança, porque cada um dos funcionários públicos beneficia do emaranhado confuso de regulamentos e despesas que coordenam.” Paul Collier (2010) - “Os milhões da Pobreza”, Alfragide, Casa das Letras, pp. 144 – 145.
Os ventos de mudança poderão conduzir Moçambique a bom porto, em virtude da anunciada reunião extraordinária do Comité Central do partido Frelimo, a ter lugar no dia 05 de Fevereiro do ano em curso, na Escola Central da FRELIMO, na cidade da Matola, província de Maputo. Faço parte daqueles que não lançam o foguete antes da hora exacta e, incrédulo que também sou, espero ver para acreditar nas mudanças que há muito aguardo com enorme “tesão” de expectativa. Porquê, então, a abordagem sobre o cepticismo nas decisões do conclave que se avizinha? A razão é simples: Porque os cargos políticos são exercidos com base na confiança partidária e nos serviços de secretária (contrapartidas), poucas ou raras vezes é feita pela via da competência pública. A queda de um “camarada chefe” significaria a peregrinação ao deserto, passando a enfrentar longos e prolongados períodos de jejum, o que na prática traduz-se na perda de refeição e do estatuto social que até então ostentava no seio familiar, do partido e da sociedade em geral.
A razia que se propala vir a acontecer na reunião de 05 de Fevereiro só pode estar na cabeça dos seus mentores, porque a Frelimo jamais deitou fora os seus quadros, incluindo aqueles que no exercício das suas funções revelaram-se ase-lhas, são protegidos por constituírem uma memória institucional que o partido do “batuque e da maçaroca” conservam e preservam implacavelmente. Os casos de descomunhão e abandono verificam-se quando o aselha, por qualquer motivo, ousa desafiar a Comissão Política, desobedecendo regras e princípios plasmados na epístola da Frelimo. A propósito escreveu o edil de Quelimane, Manuel de Araújo, o seguinte: “Em Moçambique, desafiar uma decisão do Comité Central da Frelimo ainda se pode tolerar, mas desafiar a posição da Comissão Política do partido mor é no mínimo heresia, e as heresias pagam-se caro!”.
Enquanto o foco da mudança for a preocupação com os nomes “das moscas” e não “a lixeira” (o sistema), o país continuará a “pingar como uma carne na assadeira”, isto é, a sofrer. Neste sentido, o aselha que deixa de ser chefe ou director na “instituição X”, passa a ser presidente do conselho de administração ou ministro na “instituição Z”, mantendo-se assim um ciclo de vicioso de incompetência e ignorância. Por conseguinte, por muito que o presidente da República queira alterar a velha ordem ideológica e institucional, será debalde porque encontrará um bando de aselhas que se empenharão no acicate das suas políticas. O presidente Guebuza quando assumiu o poder em 2005 alterou em amiúde algumas “pedras” do partido e tentou mudar o sistema, mas acabou ele mesmo mudado e até fustigado (manifestações populares, sequestros, ataques inconvenientes contra a Renamo, EMATUM, etc.) pelos camaradas.
Eu gostaria de estar enganado. Estou a esforçar-me bastante para um exercício da imaginação diante de uma realidade nua e crua. A verdade é que vai ser mais uma reunião em que os actuais novos chefes (“bons”) serão ovacionados e os antigos chefes (“maus”) serão purificados espiritualmente, como acontece quando alguém é lavado numa pia batismal, tornando-se “Homem novo”. O modo de governação em Moçambique merece uma reflexão mais profunda que esta centelha não pode fazer em duas, três ou quatro páginas.
Neste momento, por exemplo, o país caminha em duas direcções antagónicas. Por um lado, temos o presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, que se autodeclarou empregado do povo - “o povo é o meu patrão”, cujas políticas e acção governativas dependem inteiramente da anuência do partido Frelimo e, por outro, um Filipe Jacinto Nyusi que é claramente uma espécie de presidente não executivo de um dos partidos mais complexos do mundo, onde alguns “dinossauros” (fundadores) reclamam a paternidade do Estado moçambicano. Este é o PRIMEIRO dilema do presidente Nyusi: acabar com os intocáveis na Frelimo e restituir um partido em que todos são por um e um por todos, num espírito patriótico e de defesa dos superiores interesses nacionais.
Acontece porém que os discursos do presidente da República são ofuscados pelos interesses muitas vezes inconfessáveis do seu partido. É com preocupação que se assiste a uma governação em que o presidente da República diz uma coisa, como por exemplo, “vamos agir para combater a pobreza extrema e a corrupção que carcoma o desenvolvimento do país”, e a bancada da Frelimo na Assembleia da República (AR) diz outra “nós aqui não acatamos ordens nem de dentro nem de fora” dos interesses da Nação.
Concordo em parte com os que dizem que os partidos políticos devem chancelar os programas dos governos, mas não condicionar a governação dos seus líderes. Sou de opinião que os programas partidários devem ser chancelados e fiscalizados pelo povo, numa democracia participativa e inclusiva, porquanto o presidente da República é o empregado do povo.
Governar é tomar decisões, sejam elas boas ou más. O presidente da República não deve ter receio de agir a margem do Comité Central, pois foi para isso que recebeu o martelo do poder. Foi o que disse o então primeiro-ministro português que tanto admiro José Sócrates: “Todas as lideranças políticas cometem erros – e eu certamente cometi alguns –, mas nunca cometi o erro de não agir e decidir” (citação de memória).
O SEGUNDO dilema é acabar com a fome.
APELA PARLAMENTAR DA RENAMO
“FDS - ABSTENHAM-SE DE
DEFENDER INTERESSES DE UM
PUNHADO DE INDIVÍDUOS
CORRUPTOS”
Numa altura em que o governo
de Moçambique tentava “sacudir o
capote”na tentativa de mentir aos
moçambicanos e a comunidade internacional
que não estava envolvido
nos atentados contra a vida do líder
da RENAMO, hoje está confirmadíssimo
que este governo a mando do
Comité Central do partido Frelimo
está envolvido até ao pescoço nos
escândalos das emboscadas e atentados
contra a vida do Presidente da
RENAMO Afonso Macacho Marceta
Dhlakama.
A confirmação da morte em combate
do famoso capitão Ngungunhane,
só deixa a nu toda a manobra deste
partido, que pode ser considerado
uma “cáfila” de incapazes, que resolvem
seus problemas recorrendo a lei
da bala para silenciar os seus adversários.
São sanguinários inveterados!
Vamos recordar a intervenção da
Deputada Glória Salvador durante a
sessão de perguntas ao governo na
Casa do Povo, entre os dias 4 e 5 de
Novembro do ano transacto sobre a
situação do país.
Para aclararmos as mentes dos
leitores e conferirmos legitimidade,
transcrevemos o discurso na íntegra.
Senhora Presidente da Assembleia
da República
Senhores Deputados meus Pares
Distintos Convidados
Minhas Senhoras e meus Senhores
Permitam-me que antes e
através deste meio, saúde a todos
moçambicanos, com maior enfoque
para a população de Nampula meu
Círculo Eleitoral, pela sua pujança na
luta pela democracia efectiva.
Saúdo igualmente a Sua Excelência,
maior figura política da história de
Moçambique, o Herói Nacional vivo
que o País possui. Refiro-me ao General
Afonso Macacho Marceta Dhlakama.
Digníssimos Deputados meus pares,
servindo-me desta oportunidade
associo a minha voz as demais vozes do
pacato povoado de Napuco, Distrito de
Murrupula, província de Nampula que
nos finais de Setembro passado viveu
momentos de terror, tudo porque o
Governo da Frelimo usando e abusando
do seu poder policial e militar mandou
capturar e assassinar dois militantes da
RENAMO a sangue frio naquele local.
Queremos dizer que Murrupula,
onde o antigo Chefe do Estado o
Senhor Armando Guebuza diz ser
natural, virou local de esquadrões de
morte desde 2014 e nós, a Bancada
da RENAMO repudiamos essas acções
macabras.
Quanto às questões em debate
e que preocupam a RENAMO, meu
Partido, relativamente às tentativas
de assassinato de Sua Excelência
Presidente da RENAMO e Líder do povo
moçambicano que de uma e de outra
maneira soube dar uma necessária
resposta à Frelimo temos a lembrar o
seguinte:
•A luta dos 16 anos que teve como
corolário do Acordo Geral de Paz e
que entrou no ordenamento jurídico
nacional através da Lei n° 13/92 de 14
de Outubro, não foi até aqui revogada,
mas infelizmente o mesmo instrumento
não foi comprido integralmente, razão
pela qual surgem várias discórdias
entre os moçambicanos.
•Os pronunciamentos públicos de
certos dirigentes da Frelimo, segundo
os quais o Acordo Geral de Paz já
acabou surpreendem pela negativa
os moçambicanos. É exactamente o
incumprimento do Acordo Geral de Paz
que gera os conflitos entre a RENAMO
e a Frelimo.
•É igualmente recorrente ouvir a
Frelimo insinuando o desarmamento
imediato e incondicional da RENAMO.
Senhores Deputados meus Pares
Se a Frelimo tivesse respeitado
o AGP (Acordo Geral de Paz), nos
termos do número 8 do Protocolo V
que diz e passo a citar “ A RENAMO
será responsável pela segurança
pessoal imediata dos seus mais altos
dirigentes. O governo da República de
Moçambique concederá o estatuto
policial aos elementos da RENAMO
encarregados de garantir a segurança”.
Fim de citação.
Hoje, não estaríamos a falar destes
assuntos e mais…
Se mais recentemente, o governo
tivesse implementado o Acordo de
Cessação de Hostilidades Militares que
prevê a reintegração e integração da
forca residual da RENAMO na Polícia da
República de Moçambique e nas Forças
da Defesa e Segurança de Moçambique
com objectivo de ter no País um
exército republicano, hoje a questão
do desarmamento estaria ultrapassada
e não estaríamos a regredir para um
Estado totalitário.
Posto isto, a Bancada da RENAMO
questiona:
1. Com que legitimidade o
partido Frelimo representado pelos
membros da Comissão política exige
o ridículo e forçado desarmamento da
RENAMO, sabido que a própria Frelimo
está armada até aos dentes?
2. Quando a Frelimo recorre ao
uso abusivo das armas de todo calibre
para desarmar a RENAMO incluindo
assassinato do seu Líder, não estará
a querer fazer esquecer os grandes
escândalos por si promovidos? Quer
com a guerra apagar os dossiers de
grande corrupção, distraindo a opinião
pública sobre os verdadeiros problemas
da má governação?
Digníssimos Deputados meus Pares
Uma vez representando o povo,
somos chamados a olhar com
estranheza este apetite, esta vontade
que a Frelimo tem por detrás dessas
tentativas de empurrar a RENAMO
para guerra, aliás, quer sim quer não,
ela só vem confirmar e reconfirmar que
Sua Excelência Presidente do Partido
RENAMO, o Marechal Afonso Macacho
Marceta Dhlakama é mesmo o General
de 4 Estrelas se avaliarmos pela
forma táctica, inteligente, ponderada
e corajosa como agiu nas tentativas
fracassadas dos dias 12 de Setembro,
em Zimpinga e 25 de Setembro, em
Gondola ambas na Província de Manica
e muito recentemente no dia 9 de
Outubro, na Cidade da Beira, Província
de Sofala.
Excelências
O povo não é distraído e sabe
que a Frelimo quer a todo custo
forçar uma guerra para justificar a
humilhante posição no doing business,
a derrapagem do metical, a escassez
de divisas, falta de liquidez mesmo em
metical, a subida do preço do pão, falta
de transporte de passageiros e o pouco
que existe é efectuado em my loves.
Para todo este descalabro de
governação, a Frelimo precisaria de
uma guerra para justificar e é por isso
que por um lado, constantemente fala
de paz e por outro provoca a guerra.
A terminar, digníssimos Deputados,
deixo um apelo às Forças de Defesa e
Segurança de Moçambique:
- Não defendam interesses
económicos de um punhado de
indivíduos corruptos, defendam sim
interesses de todo o País, sem olhar
pela cor partidária.
Mais não disse.
Muito obrigado.
É TEMPO DA FRELIMO MUDAR
OU SERÁ FORÇADA A MUDAR!
Começou o ano de 2016. Um ano cheio de
perspectivas, mas também de desafios e, que se
pretende que seja da consolidação da Paz.
Um ano em que tal como referiu o Presidente
Afonso Dhlakama, devemos dizer basta aos
abusos e implantar uma nova ordem política,
social e económica.
Tal como no passado, hoje, cabe a nós dizer basta
a todo tipo de abusos. Esperamos que o novo ano
renove as esperanças dos moçambicanos na luta
pelos seus objectivos. Uma luta que de resto pode
vir a ser difícil mas possível de ser vencida.
Tal como referiu o Presidente Afonso Dhlakama,
2016 será um ano de concretizar sonhos. Mas
isso só será possível se quebrarmos o nosso
silêncio cúmplice perante estes predadores
compulsivos e sem escrúpulos. As ameaças e aos
cercos, as emboscadas e prisões arbitrárias, aos
baleamentos e sequestros policiais, a arrogância
e o desprezo.
Somos chamados a dizer de viva voz: basta a
corrupção e o nepotismo, a crise de transporte e
dos preços.
Como dissemos anteriormente, apesar de
reconhecermos as dificuldades que esperamos,
temos a certeza de que neste novo ano nada será
como dantes.
Porque a nossa luta é justa e a nova ordem
política se impõe que seja realidade nas seis
províncias onde ganhámos as eleições de 2014,
acreditamos que a vitória será certa.
Tal como referiu o Presidente Afonso Dhlakama,
2016 será um ano para concretizar sonhos. Mas
isso só será possível se todos quebrarmos o silêncio
cúmplice perante estes predadores compulsivos e
sem escrúpulos que nos fazem de seus moleques e
não seus patrões como nos prometeram.
Mas ainda esperamos que a Frelimo que convocou
para breve o seu congresso extraordinário,
aproveite a ocasião para reflectir o que realmente
pretende para o país, sob o risco de ser obrigada a
mudar ou a abdicar definitivamente de tudo que
apoderou a força.
É tempo da Frelimo pôr o dedo na consciência e
ficar a saber que não é somente ela que no país
tem força de qualquer natureza. Deve ficar a
saber que a sua força e arrogância, não supera a
força do povo.
Esperamos do que vai sair do referido congresso,
se será a continuação de todo o mal que foi
cometendo ou se pretende introduzir alguma
mudança a beneficiar o povo ou a si própria.
Nós como povo temos a responsabilidade de pôr
abaixo toda a intolerância, tamanha aldrabice,
mentira, incompreensão, inconsistência,
incoerência e guerra que nos são movidos por
interesses particulares.
Não podemos continuar calados e sem acção
perante o aumento de preços e manobras de
diversão da Frelimo. Não existe mais espaço
para negociar com esta Frelimo, como disse o
presidente Dhlakama.
É já em Março que o povo deve tomar conta do
poder e dizer basta. Mas antes, estamos para ver
se a Frelimo muda ou será obrigada a mudar e a
abdicar de tudo.
A palavra reconciliação é tão familiar
e agradável para todos. Agradável
no falar e no ouvir. Quem não
gosta desta palavra? Até os vigaristas
gostam. Embora lhes faltem alicerces
para concretiza-la, eles gostam.
Esta palavra é tão compreensível
em nós quando tratamos de aspectos
que mexem com o relacionamento
interpessoal. Muitos de nós
pessoalmente já passamos por experiências
que chamam a reconciliação
no meio de nossos relacionamentos.
Provavelmente falamos ou fazemos
algo aborrecido que magoa ou
prejudica alguém das nossas rela-
ções ou não. Pode ser até com um
desconhecido. Mas no lugar de admitirmos
e pedirmos perdão pela
nossa acção incorrecta, o orgulho
ou o medo, influenciados pelo ego,
fecham as portas a qualquer tipo de
aproximação. Assim ficamos voltados
para dentro de nós mesmos e
inventamos mentiras contra a outra
pessoa. E nos zangamos sem motivo,
fazendo muitas contra acusações à
pessoa a quem devíamos aproximar
para pedirmos perdão e até buscarmos
entendimento.
E quando pensamos que as pessoas
presentes que presenciaram
o acontecimento não nos são favoráveis,
então retiramo-nos do lugar
amuados, murmurando, acusando e
até agredindo a pessoa a quem nós
ofendemos.
Com isso, inicia-se um longo período
de afastamento, distanciamento,
alienação e até de silêncio.
Durante esse tempo, se alguém
inocentemente elogia a pessoa a
quem ofendemos, amiúde, ficamos
ciumentos e ressentidos. Como é
hábito, nós apresentamos o nosso
lado, claro, destorcido dos factos na
tentativa de denegrir o carácter da
pessoa a quem ofendemos, e assim,
justificar a nossa hostilidade para
com ela. É assim como tentamos legitimar
todo o tipo de atitudes que
para os outros parecem injustificadas,
mas para nós são consideradas
legítimas.
É isso que temos estado a assistir
na nossa bela República de Moçambique,
onde os “manda chuvas”da
Frelimo fazem e desfazem. E volta e
meia acusam as suas vítimas. E como
todas as instituições estão debaixo
das suas ordens, o ofendido sem
motivo, vê movido contra si um processo
judicial. É acusado por problemas
que deviam pesar sobre gente
graúda que se encontra impune nas
esferas do poder.
Na verdade acontece no nosso
país é que o regime ditatorial da
Frelimo nunca foi desmantelado,
por isso, aquele regime militar ainda
continua intacto nas mentes de
alguns graúdos trazedores da independência.
Eles esqueceram-se que
na verdade a independência nacional
foi conquistada pelo povo e não
por um punhado de chefes burocrata
em Nachingueya. Conquistada a
independência nacional, abocanharam
tudo e continuaram a sanha
assassina iniciada na Tanzânia com
Mondlane como vítima.
Foi assim que a ditadura deixou
vestígios na nossa sociedade e isso
leva a que os velhos desmandos políticos
com uso da ala militar ressuscitem
sempre que a nomenclatura se
sentir ameaçada.
Alguém interesseiro ou desprevenido,
pode tentar dizer que o regime
que governa Moçambique não é
ditatorial. Isso é falso. O nosso país
está sendo governado por ditadores
que deixaram cair completamente a
máscara nos dez anos de Armando
Guebuza e tal continua até hoje, a
não ser que o próximo congresso extraordinário
possa mudar de direc-
ção. Uma das provas de que somos
governados por uma ditadura está
na eliminação física dos incómodos
ao regime. Essa tem sido uma das
artimanhas das ditaduras, que têm
como marca registada a política de
extermínio de opositores e também
abocanham toda a vida económica
do país, roubando tudo para seus
bolsos e das suas famílias.
As ditaduras perderam ou aliás
nunca confiaram no povo.
Elas precisam do povo para dar vivas
e mais nada!
Incrementam a cada dia uma cultura
de impunidade das Forças de
Defesa e Segurança (FDS), que actuam
sem freio, promovendo violência
contra aquelas pessoas que questionam.
Eles são assim e por isso, perdem
completamente o apoio popular,
que vão continuar a perder até a
agonia total.
Ninguém pode esperar outra coisa
com a Frelimo. Ela já acabou, já era!
O recurso as Forças Armadas, Policias
especiais e segurança de Estado,
só piora a situação de sua popularidade.
Andam enganando-se a si próprios
criando legiões de comentadores
mentirosos que nem sequer sabem
o pensamento do povo e andam a
mentir-se a si próprios dizendo que
está tudo bem e que têm apoio do
povo, quando sabem que não têm.
Pensam que isso muda alguma coisa
quando na verdade nada muda.
Nós já dissemos aqui neste Boletim
que quem com a história não
aprende está sujeito a perder. É
preciso aprender com a história e
evitar acontecimentos trágicos a semelhança
do que foi o famoso verão
que a África viveu a bem pouco tempo.
É preciso que se lembrem disso
senhores governantes e mudem.
Mudem por favor porque quando
menos esperam, estarão abandonados
e escondidos numa toca fugindo
da fúria popular.
Mudem, compatriotas enquanto
ainda podemos alcançar a Paz. Vamos
aproveitar os ventos que sopram
a favor da reconciliação. Abandonem
a violência e a corrupção.
O presidente Dhlakama é símbolo
de paciência, tolerância, reconcilia-
ção e Paz.
Aproximem-se desse talento e enterrem
o ódio, ciúme e inveja e vamos
para frente.
Ivone Soares aproveitou a ocasião
para dar a conhecer aos membros
sobre o desempenho da sua bancada
na assembleia da República, tendo
afirmado: “A nível da Assembleia
da República fizemos de tudo que
estava ao nosso alcance. Lutámos,
tivemos uma guerra renhida”. Explicou
sobre as propostas apresentadas
pelo partido RENAMO sobretudo
a das Autarquias provinciais, tendo
explicado: “Apresentamos a proposta
das autarquias provinciais, como
meio-termo para engolir os ‘sapos’,
gozaram connosco e reprovaram”.
A chefe da Bancada renamista esclareceu
que a sua bancada não se
cansou e nem baixou a cabeça. “Escrevemos
outro projecto de Lei de
revisão pontual da Constituição da
Republica, tudo isso para acomodarmos
a vontade do povo”. Disse aquela
parlamentar.
Num outro desenvolvimento, Ivone
Soares afirmou: “O nosso Presidente
já demonstrou que o importante
para ele é o bem-estar de
todos nós. Por isso ele agora está em
sandjundjira e de lá não vai sair de
mãos abanando”.
A chefe da Bancada da RENAMO
encorajou os membros a continuarem
na luta pela causa, dizendo
que todos devem continuar a ser
resistentes, pois não seja com gás
lacrimogéneo que se deve desistir.
“Temos que ser persistentes, resistentes
de verdade e não podemos
vacilar, jovens, mulheres e homens,
desmobilizados de guerra, ninguém
deve vacilar, mas sim devemos chegar
onde nós queremos”.
A Chefe da brigada parlamentar
para encerrar a reunião, chamou a
consciência os membros do partido
para lembrarem que o seu partido a
RENAMO é muito forte por isso ninguém
deve esconder sua identidade.
A RENAMO na província de Maputo
está a revitalizar as suas bases.
Depois de termos noticiado semana
passada que a delegada política
provincial deste partido, Clementina
Bomba concedeu posse e procedeu
a inaugurações de delegações em
alguns distritos daquela provincia,
chegam-nos informações de que a
instrução por ela deixada no terreno,
está sendo cumprida.
O correspondente do Boletim a Perdiz
na província de Maputo, reportou-
-nos a partir do Posto Administrativo
da Matola Sede, da inauguração pela
delegação política do distrito municipal
n° 8, no passado dia 19 de Dezembro
corrente, da delegação
política do bairro da Matola “A”,
Quarteirão n°1, vulgarmente conhecido
por Mathangueni. A cerimónia
foi bastante concorrida e teve como
ponto mais alto o acto de posse do
elenco político dirigente do Bairro e
o içar da Bandeira do Partido RENAMO
naquele ponto da província de
Maputo. Refira-se que a cerimónia
foi encabeçada pelo Delegado Politico
da Cidade da Matola, Romualdo
Rui Fernando, tendo contado com a
participação do Delegado político do
distrito municipal n°8, Senhor Félix
Nhenganhenga, contou ainda com a
presença dos representantes da Delegação
política provincial.
No seu discurso de abertura, o delegado
político da cidade da Matola
Romualdo Rui Fernando encorajou
os membros a continuarem a apoiar
o partido RENAMO na divulgação
dos seus ideais, suas Políticas de Governação
e na angariação de mais
membros para o Partido, tendo enaltecido:
“ …só com o desempenho de
cada um iremos alcançar os objectivos
desejados”.
Na sequência, a Senhora Nely Nelson
Matenja, representante da Comissão
Política Provincial exortou o
Delegado Politico do Bairro da Matola
“A”, a fazer o uso devido das novas
Instalações para o engrandecimento
do partido RENAMO e instou-o a multiplicar
a participação da Mulher, dos
Jovens em particular e dos membros
em geral na prossecução das acções
poli ticas do Partido.
Os membros manifestaram satisfa-
ção pelo facto de o partido estar mais
próximo no seu local de residência,
tendo garantido maior disponibilidade
em colaborar com a estrutura
montada.
Membros da Assembleia Provincial
pela parte da RENAMO, nomeadamente
Samuel Eugênio Mandlate-
-Chefe da Bancada e Mateus Muchacuare
Tomo afecto na Mesa da
Assembleia Provincial de Maputo,
deslocaram-se no dia 22 de Dezembro
corrente, ao terminal de combustíveis
da Matola, para se inteirarem
com os gestores portuários acerca do
incêndio que deflagrou nas torres de
cereais (plataforma de carregamento
ou descarregamento de cereais), da
Empresa STEMA (Silos e Terminal Graneleiro
da Matola, SA.), e o sistema
de abastecimento de combustíveis.
STEMA é uma empresa vocacionada
na compra e venda de cerais para o
mercado nacional e internacional.
Estes membros da Assembleia Provincial
de Maputo foram informado,
pelo responsável dos CFM que não se
tratou de um incidente de trabalho
nas instalações da terminal dos combustíveis,
mas de um incêndio provocado
por pessoas que se introduziram
no local para roubarem combustível.
A fonte assegura que há pessoas detidas
em conexão com o crime, entre
elas estão os guardas que garantiam a
segurança e alguns trabalhadores da
empresa para averiguações. Acrescenta
ainda que os homens fizeram-
-se ao local usando a via oficial, por
onde os camiões cisternas passam e
param para transportar combustíveis,
o que leva a concluir, por um lado, que
se trata de crime organizado ou sindicato
de criminosos que tem vindo a
desestabilizar o bem-estar do povo e
da nossa economia em particular. Por
outro, mostra a capitulação do Estado
diante dos grupos de criminosos, que
até certo ponto controlam e manipulam
quem tem o papel de garantir a
ordem, segurança e tranquilidade pú-
blica.
Refira-se que o incêndio causado
pelos criminosos, teria sido evitado
se existisse controlo da costa marítima
e patrulhamento em terra firme
de quem de direito. Aliado ao desleixo
no controlo das instituições públicas
e privadas, está a falta de motiva-
ção para com os trabalhadores.
as duas partes?
E se houve, quais foram?
Resposta: Nós quando fomos contactados
pela RENAMO a primeira
coisa que solicitamos é que essa operação
fosse dirigida pelo Estado, essa
foi a condição que colocamos, e a
RENAMO concordou. Naturalmente
a RENAMO sempre teve espaço para
falar com o Governo. Nós não colocamos
como indivíduos. E não é pela
primeira vez, desde que iniciamos
com esse processo nunca colocamos
condicionalismos para o nosso envolvimento.
Nós tínhamos consciência
dos riscos, mas nós tivemos a confiança
das partes, porque acreditamos
que ao longo de todo processo
da mesma forma que trabalhávamos
haveríamos de continuar.
Pergunta: O Presidente da Repú-
blica disse que os intermediários não
transmitem fielmente a mensagem
e a RENAMO também dispensou os
mediadores e até agradeceu, qual é o
vosso posicionamento ou o que pode
ter acontecido para que as duas partes
desistissem de vós como mediadores?
Resposta: Obrigado. Vamos colocar
como os termos devem ser, somos
chamados de observadores/
mediadores e não intermediários, eu
penso que o Presidente da República
foi bastante claro...ele não falou
de mediadores e nem observadores.
Nós não nos revemos naquilo. Não
sentimos que aquela mensagem era
para nós por um lado. Mas por outro,
como nós dissemos que recebemos
um convite oficial pela RENAMO o
encontro que tivemos com a RENAMO
foi a pedido dos mediadores e
eles manifestaram, foi um pronunciamento
e nós não sabemos qual o
real alcance que aquilo teve embora
tenha sido um pronunciamento pú-
blico. Então nós fomos convidado de
forma oficial e então se uma das partes
é signatária de alguns entendimentos
com outra parte não sei qual
é, e até aqui, por aquilo que sabemos
não houve nenhum pronunciamento
nesse sentido.
Pergunta: Então quem são os intermediários
referidos, se nós sabemos
que são vocês que testemunhamos
pelas imagens?
Resposta: É importante nós sabermos
que é esta interpretação que as
redes sociais, mas todo mundo sabe
que para além de nós que estão envolvido
principalmente no processo
de diálogo, há muitas outras pessoas,
grupos, que têm estado a movimentar-se
a volta dessa questão da paz.
Portanto como o Nyusi não falou de
mediadores e nem de observadores,
naturalmente nós não nos revemos
nessa pele de sermos intermediários,
e temos indicações que esses pronunciamentos
não eram para nós. Cada
um de nós recebeu um convite subscrito
pelo Presidente da RENAMO e
o Presidente da República na altura
Guebuza a convidar-nos pessoalmente
para fazer parte deste grupo,
portanto nós não somos dispensados
pela conferência de imprensa, portanto
nós estamos a espera que o lí-
der da RENAMO nos escreva a dizer
que não precisa de nós.
Pergunta: Será que tudo que estão
a dizer nesta conferência de imprensa
tem como resposta a tudo aquilo
que a RENAMO disse e não tem nada
a ver com o que presidente Nyusi disse?
Resposta: Quem falou abertamente
dos mediadores foi a RENAMO
(seu porta voz, sr Muchanga) que falou
que nós éramos aprendizes e que
precisavam de outros mediadores e
que nós estamos dispensados. Nós
estamos a aguardar calmamente que
recebamos por escrito essa dispensa.
Foi assim que falou António Muchanga
dirigindo-se à imprensa na
sequência dos pronunciamentos dos
mediadores que acabamos de reportar:
Senhores Jornalistas,
Queremos esclarecer ao povo mo-
çambicano que os ex. Mediadores do
Diálogo faltaram à verdade porque
não esclareceram o que Dom Dinis fez
em Gorongosa no local onde encontramos
o Presidente Dhlakama.
Ele orou para o atacante do Presidente
Dhlakama o Reverendo Chembeze
e o Sheik Abibo, ignoraram esse
facto que religiosamente é relevante.
Omitiram as declarações do Dr. Rosá-
rio no jornal Savana onde este encorajava
os generais da Renamo a abandonarem
o líder Afonso Dhlakama.
O Dom Dinis Sengulane não só orou
para o atacante matador como também
no fim de semana seguinte esteve
em Xai-Xai na Igreja Anglicana
onde se pronunciou publicamente
sobre o desarmamento da Renamo,
pelo que não constituem verdade as
declarações segundo as quais eles
andaram no silêncio por dois meses,
aliás esta preocupação deles foi manifestada
no encontro de há um mês
e meio no hotel Cardoso onde o porta
voz foi Dom Dinis e Sheik Abibo, onde
António Muchanga deu os devidos
esclarecimentos. Lamentavelmente
os nossos clérigos não dizem o que o
padre Couto disse no encontro do Hotel
Cardoso, pelo que o nosso apelo é:
cada pessoa assumir as suas responsabilidades
aliás há uma máxima religiosa
que nos ensina que os pecadores
devem se redimir dos seus pecados, lamentavelmente
o Reverendo Chembeze
esqueceu desse adágio eclesiástico
o mesmo aconteceu com Dom Dinis
Sengulane e o Sheik Abibo pelo que
não temos mais nada a não apelar ao
povo moçambicano a reflectir sobre o
objectivo desses nossos concidadãos
mas a verdade é uma eles já não são
Mediadores do Diálogo entre o Governo
e a Renamo e se o problema deles é
a carta a mesma pessoa que os endereçou
a carta vai o fazer.
Muito Obrigado. Boas Festas.
O Delegado Político da RENAMO
na Cidade de Maputo, Arlindo
Bila dirigiu uma reunião de
quadros a este nível, onde considerou
o ano político 2015 como
tendo sido de pouca produtividade
e exigiu aos seus quadros,
mais trabalho e melhores resultados
no ano 2016.
Falando na hora do balanço das
actividades do ano político que
está prestes a terminar, aquele
dirigente da cidade capital fez
menção às actividades que ele e
a sua comitiva fizeram, desde a
revitalização das bases convista
a imprimir uma melhor dinâmica,
trabalhos de mobilização e
recrutamento de novos membros
que culminou com a entrega de
mais de dois mil cartões aos novos
membros. Arlindo Bila disse
que o ano político 2015 foi pouco
produtivo, pois não atingiu as
expectativas. Mas, por outro lado
agradeceu aos quadros que lhe
apoiaram em todo ano, dentre a
comissão política, as ligas da Juventude
e Feminina além das delegações
distritais representadas
pelos respectivos delegados.
Refira-se que Arlindo Bila quer
que o ano político de 2016 seja
de mais trabalhos e de melhores
resultados superando o 2015. E
mais, exigiu que todos quadros e
membros estejam cada vez mais
envolvidos em todos programas
do partido e do seu Líder. E pediu
aos membros e simpatizantes da
Renamo e aos citadinos de Maputo
um apoio incondicional à
Sua Excelência Presidente Afonso
Dhlakama.
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