Depois de voltar a jurar
“alma da minha mãe”,
Afonso Dhlakama, líder
da Renamo, anunciou a
disponibilidade de Jacob Zuma,
Presidente da África do Sul, e a
Igreja Católica de Moçambique,
para a mediação do diálogo com o
Governo, e reiterou que vai montar
sua administração a partir de Março, avisando que nem a inconstitucionalidade
e nem a ONU vão
poder parar a sua governação em
localidades, postos administrativos
e distritos de seis províncias do
centro e norte, onde reclama vitória e elegeu 91% dos deputados à
Assembleia da República.
Na sua primeira aparição pública,
por telefone, este ano, Afonso
Dhlakama repisou, segunda-feira
11, que saiu da Beira até Satunjira
a pé (distância de 240 quilómetros),
depois de ser alvoroçado pelas
forças especiais da Polícia a 09 de
Outubro de 2014, e num gesto de
querer se livrar dos últimos “pesadelos”,
anunciou a “carta branca” de
novos mediadores para o diálogo
com o Governo.
“Sim, já tive resposta. A igreja Católica
já manifestou a prontidão,
só que não pode por si só, nestas
coisas de mediação é preciso que
ambos lados estejam disponíveis.
É preciso que a Frelimo e o Governo
demonstrem também esta
boa vontade. E também tenho
indicações que o Presidente ( Jacob)
Zuma está disposto a ajudar
os irmãos moçambicanos”, disse
Afonso Dhlakama, por telefone aos
quadros do partido reunidos num
hotel na Beira, e acusou a Frelimo
de “fintar” o diálogo.
Dhlakama disse que ainda vai avaliar
a atmosfera para o diálogo após
a constituição da nova equipa de
mediação, sendo que só daí “algumas
coisas podem andar”, condicionando,
porém, que os encontros
se realizem no sopé da Serra da
Gorongosa, onde fica o quartel-general do movimento e onde ele
voltou a viver há três meses.
As forças estatais haviam ocupado
em Outubro de 2013 a base de Satunjira,
quando tomaram de assalto
e desalojaram o líder da Renamo,
mas a guarda armada do partido
viria a recuperar “o santuário da
revolução” onde Afonso Dhlakama
viveu por mais de um ano, quando
eclodiu o conflito político-militar
no país.
Questionado por jornalistas se as
simpatias políticas entre o ANC,
de Jacob Zuma, e a Frelimo não
comprometeriam o diálogo, como
alegou para a destituição dos anteriores
observadores, Dhlakama
reconheceu a irmandade dos dois
partidos, mas também a idoneidade
dos novos convidados à mediação.
“Até porque Jacob Zuma está mais
Dhlakama diz que Zuma e Igreja Católica estão disponíveis para mediar diálogo, mas avisa:
Nem Constituição e ONU podem parar
governação da Renamo
Por André Catueira, em Chimoio
próximo da Frelimo. O ANC é
um partido socialista da esquerda,
é da família da Frelimo. Jacob
Zuma tem simpatia histórica com
o partido Frelimo, entretanto, como
chefe de Estado, está disposto,
compreende as razões de (Afonso)
Dhlakama, da Renamo, da democracia,
de democratizar Moçambique,
para que haja de facto soluções
entre a Frelimo e a Renamo, tendo
em conta que qualquer instabilidade
em Moçambique pode afectar
a África do Sul, e a África do Sul
tem interesses económicos em Moçambique”, explicou.
Em Novembro, o Presidente Filipe
Nyusi defendeu ponderação no
desarmamento compulsivo da Renamo,
como forma de dar espaço
ao diálogo, mas o líder da Renamo
não reapareceu e reiterou ameaça
de governar as províncias onde reivindica
vitória eleitoral a partir de
Março próximo.
Com isso, Dhlakama acusou o Presidente
Filipe Nyusi de estar a fazer
“falácia enganosa e fantochada”
quanto aos convites endereçados à
Renamo para o diálogo, acrescentando
que “se tivesse morrido no
dia 12 ou 25 de Setembro (incidentes
com a caravana da Renamo
em Manica, onde o Governo contabilizou
25 mortos) ele havia de
negociar com quem?”.
Governar primeiro
Contudo, Afonso Dhlakama deixou
claro que as negociações terão
de acontecer enquanto a sua administração
estiver no poder nas seis
províncias, apenas para amainar as
relações “diplomáticas” entre o sul
e centro e norte, afiançando que a
prioridade “do momento é tomarmos
conta das nossas províncias”,
que garante querer implantar uma
transição “pacífica, tranquila e sem
tiros”.
“Março já chegou e as coisas estão
preparadas. Jacob Zuma não é para
resolver tudo, é para ajudar, estar no
meio entre a Renamo e a Frelimo
e convidamo-lo para ser mediador,
mas a Frelimo está a dar voltas”,
precisou Afonso Dhlakama.
O líder da Renamo disse que a
questão da ilegalidade e inconstitucionalidade
da sua administração,
que levou a maioria da Frelimo a
chumbar na Assembleia da Repú-
blica um projecto de lei de criação
de autarquias provinciais e um projecto
de revisão pontual da Constituição
da República, vai ser ultrapassada
durante as negociações.
Adiantou, contudo, que nem juristas
e constitucionalistas nacionais
e estrangeiros, nem o Conselho de
Segurança da Organização das Na-
ções Unidas (ONU) podem acusá-
-lo de irregularidades na implanta-
ção da administração da Renamo,
justificando o processo pelo facto
de estar cansado das fraudes eleitorais,
e voltou a sugerir emendas
na Constituição da República para
acomodar o seu projecto de criação
de seis províncias autónomas no
centro e norte.
Sugeriu que debaixo de uma árvore
em Satunjira pode se acrescentar na
CR “a cláusula que diz que o partido
que tiver uma maioria numa
província governa com os seus manifestos”.
“Digam o que é preciso, primeiro
vamos governar, se é para legalizar,
vamos legalizar enquanto já estamos
a governar. Também não é legalizar
quando se trata da Renamo,
porquê não obrigam a Frelimo, que
já governa o país desde 1994 através
do roubo, as pessoas só vão levantar
cabeça quando é Dhlakama
que diz vamos governar, ainda governar
as províncias onde ganha?”,
questionou Dhlakama.
Exemplificando a governação que
pretende montar a partir de Março,
Afonso Dhlakama disse: “é só chegar
em Marínguè, de dia, dizer ao
administrador: olha já não és administrador,
quem te substitui neste
momento é esta senhora Teresa, da
Renamo. Isto irá acontecer também
com o comandante da (Força) de
Intervenção Rápida ou da esquadra
e assim será na Beira, Tete, Nampula
e outros lugares”.
“De princípio, com a Polícia até
pode não acontecer, porque em
termos gerais nos outros países a
polícia é uma instituição do Estado
que não pertence a um partido,
não faz política, mas porque em
Moçambique a Polícia é Frelimo,
a polícia não vai aceitar porque
tem cartão do partido Frelimo, vai
querer enervar e reagir, e se reagir
assim, vai levar um bocadinho na
cara e depois é correr. Então, se não
reagir vai se manter-se com farda
da Polícia, mas já não está como da
Frelimo, já é Polícia da República
de Moçambique”, explicou.
Todavia, aclarou: “muitos pensam
que quando dizemos que vamos governar
em Março as seis províncias,
estamos a preparar canhões, anti
aéreas e morteiros, para assaltarmos
Beira e atacar Chimoio, mas não é
por aí. Se fosse assim, nem teríamos
anunciado, porque o ataque não é
anunciado. O ataque militar não é
anunciado a um inimigo, estamos
a anunciar a governação pacífica”,
sem, contudo, clarificar sobre os
municípios dentro das províncias,
admitindo que tiveram uma eleição
independente das presidenciais e
legislativas em causa”.
Orçamento
Após garantir que a estrutura executiva
da Renamo já foi montada,
devendo nos próximos dias indicar
os governadores e administradores
distritais, que se encarregarão de
hastear gradualmente as bandeiras
do partido nas datas de início de
funções, Afonso Dhlakama anunciou
que o orçamento da sua administração
sairá da colecta de impostos
e doações internacionais.
“Olhe para qualquer Governo do
mundo. Não há nenhum Presidente
de qualquer país que governou com
seu próprio dinheiro, nem (Barak)
Obama não tem dinheiro para governar
(Estados Unidos da) Ámerica.
Há impostos, taxas, créditos,
empréstimos e Moçambique é rico”
explicou Afonso Dhlakama.
Preço da resistência
Numa outra reunião de quadros na
terça-feira em Chimoio, província
de Manica, o líder da Renamo alertou
ao Governo para que não mostre
resistência e nem use métodos
violentos durante a transição dos
governos.
“Se a Frelimo tentar resistir poderá
haver empurrões e tudo, mas não
é o que eu pretendo, repito não é
o que eu quero”, precisou Afonso
Dhlakama, sublinhando: “os melhores
dias chegaram para o povo
de Moçambique” e acrescentando
que pretende “uma transição pací-
fica, tranquila e sem tiros”.
Dhlakama alertou que uma resistência
do Governo à implantação
da administração da Renamo em
Moçambique através do uso de
armas pode provocar mortes, avisando
que só vai responder pela
mesma via se a integridade do seu
executivo estiver ameaçada, insistindo
que pretende “uma transição
pacifica, tranquila e sem tiros”.
“Não quero a guerra e nem quero ouvir
da guerra, mas não tenho receio
da guerra”, avisou Afonso Dhlakama,
acrescentando que não vê a Frelimo
militarmente com capacidade para
enfrentar o movimento.
Está instalado um clima de
tensão e agitação na Diocese
de Quelimane, capital
provincial da Zambézia. O
caso envolve o Bispo daquela Diocese,
Hilário da Cruz Massinga,
e a Irmã Justina Mário Camilo,
responsável pelo Centro Infantil e
Colégio Franciscanas da Nossa Senhora
das Vitórias (FNSV) e uma
das assinantes das contas da Nova
Rádio Paz, uma emissora católica
difundida na cidade de Quelimane.
Em causa está a gestão dos fundos
daqueles dois estabelecimentos do
ensino do índole social, bem como
da rádio.
O Bispo de Quelimane indicia a
Irmã Justina Mário Camilo, afecta
à Congregação das Irmãs da Nossa
Senhora de Visitação, na cidade de
Quelimane, de uso abusivo dos fundos
provenientes dos financiadores
daqueles dois estabelecimentos de
ensino com o cariz humanitário
bem como da emissora católica.
Contudo, a Irmã em alusão nega as
acusações e diz que o Bispo está a
cingir-se em intrigas e actos de inveja
para tirar conclusões e desafia o
prelado a provar as alegações.
Contactados pelo SAVANA, os
protagonistas da cena recusaram
aprofundar o assunto, alegando que
é do fórum interno, para além de
que ainda está a correr os seus trâmites legais. Mas o SAVANA foi
atrás de alguns pontos de discórdia,
que já estão a indignar os crentes da
Igreja Católica em Quelimane.
Sabe o SAVANA que, em meados
de 2010, as freiras da Congregação
das Irmãs da Nossa Senhora de Visitação
receberam da sua congénere
italiana um financiamento para o
lançamento dum projecto de índole
educacional com vocação social.
O valor estimado em 10 mil dólares
americanos destinava-se a dar
impulso ao projecto e que depois
deveria buscar outras parcerias para
prosseguir com as actividades.
De acordo com as nossas fontes, a
gestão dos fundos doados àquelas
instituições preocupou o Bispo local
que tencionava ter o controlo directo,
mas as Irmãs sempre alegavam
autonomia.
A situação foi sempre motivo de
crispação entre as duas entidades,
mas devido à magnitude e ao capital
simbólico que a Igreja Católica tem
na sociedade, a crise foi gerida no
meio de secretismo até que atingiu
o clímax em finais do ano passado.
Através do ofício número 0011/
DH/15, o Bispo Hilário da Cruz
Massinga decidiu demitir a Irmã
em causa, com efeitos imediatos,
de toda a actividade eclesiástica e a
consequente expulsão da residência
congressional.
Transferido da diocese de Lichinga
para Quelimane, em Janeiro de
2008, o Bispo terá ordenado ainda,
de forma unilateral, o bloqueio de
Diocese de Quelimane em polvorosa
Luta pelo controlo de fundos agita Igreja Católica
-Bispo de Quelimane manda congelar contas bancárias da Rádio Paz e expulsa uma Irmã congregacional, mas esta recusa alegando que
a demissão é ilegal
Por Raul Senda
todas as contas bancárias da Nova
Rádio Paz. Ao que o SAVANA
apurou, o Bispo Massinga terá sido
transferido de Lichinga para Quelimane
devido a problemas similares
na capital provincial do Niassa.
Carta de demissão
Datada de 16 de Novembro de
2015, na missiva que expulsa a Irmã
Justina, denominada Carta de Demissão,
o Bispo refere que tendo
verificado um modo de estar da
Reverenda Irmã Justina Mário Camilo
que choca com os princípios
da comunhão da vida consagrada e
religiosa, facto que comunga para a
fragilização da comunhão eclesial,
determina a sua demissão e perda
de todos os direitos inerentes à vida
eclesiástica.
Sem se referir concretamente ao uso
abusivo de fundos da Igreja através
daqueles dois estabelecimentos de
ensino e da Rádio, o Bispo Hilário
Massinga prossegue as suas alegações afirmando que, em termos de
procedimento, a irmã Justina trouxe
grave perturbação à comunhão da
Congregação.
Massinga acusa ainda a freira de
desobediência, egoísmo, propagação de intrigas e prática de actos de
divisionismo e falta de respeito para
com os colegas e seus superiores
hierárquicos, para além de ter transformado
o património comum em
pessoal.
Na sua alocução, o prelado diz que
a freira foi, por várias vezes, advertida
sobre o seu comportamento, mas
que nada fez para se corrigir.
Assim, perante os factos acima arrolados
e nos termos do Direito
Canónico, o Bispo da Diocese de
Quelimane decide dispensar a Irmã
Justina de todas as actividades congregacionais,
ordena o abandono do
Centro e do Colégio FNSV e perde
o direito de residir nas casas das Filhas
da Nossa Senhora da Visitação.
O Bispo termina a sua alocução referindo
que o decreto de demissão
entra em vigor a partir do momento
em que a visada toma conhecimento
e imediatamente deverá ser
distribuída por todas as paróquias
e comunidades da circunscrição da
Diocese de Quelimane.
Sublinha ainda que a irmã demitida
tem 10 dias, nos termos do Direito
Canónico, para produzir a sua defesa.
Contra ofensiva da visada
A carta de demissão chegou à visada
a 19 de Dezembro de 2015, mas
esta recusou assiná-la alegando que
o conteúdo choca com os princípios
preceituados no Direito Canónico,
para além de que as acusações resultam
de intrigas e inveja.
No seu recurso à demissão, a Irmã
Justina diz que, tendo reflectido sobre
o conteúdo da mesma, concluiu
que do enunciado do decreto nada é
secundado por um cânone da igreja
católica e que tenha infringido.
Diz a Irmã que o procedimento, a
imperícia, a perda de boa estima,
persistência e iminência do escândalo
não constituem delitos concordes
com o Direito Canónico e não
levam o superior a impor uma demissão
da vida consagrada, tal como
tenta dar a entender o Bispo Hilário
da Cruz Massinga.
A acusada diz que o decreto em
causa não indica de forma clara a
ilicitude e outras medidas que dão
lugar à demissão da vida religiosa
assim como a madre geral e as outras
irmãs que advertiram-na no
sentido de corrigir-se, para além das
incongruências comportamentais
alegadas na carta de demissão.
“Tudo o que é mencionado na carta
de demissão, da forma em que está
arrolado, leva a crer que é produto
da disputa do poder e inveja entre
nós as irmãs que não podem ser
coroadas, mas que infelizmente o
Bispo tomou em conta sem a devida
averiguação”, desabafou.
Continua a sua defesa referido que
o decreto não apresenta a assinatura
da madre geral, nem apresenta nada
que esta tenha feito para julgar este
caso. Coloca apenas a autoridade
suprema a decidir uma vida, coisa
inusual nos institutos do direito
diocesano.
Entende a acusada que, nos termos
do Direito Canônico, antes da decisão
da autoridade suprema, a madre
geral toma uma decisão colegial, isto
é, com o seu conselho (votação no
conselho) elabora uma demissão, ou
melhor, impõe uma pena à irmã em
questão, depois de lhe dar direito de
defesa e depois convida-se a irmã a
recorrer ao Bispo Diocesano.
“Tendo se chegado à demissão antes
destes passos, se retira-me um direito
universal e inalienável – a defesa
e o recurso ao superior hierárquico.
O procedimento da minha demissão
não observou de modo nenhum
estes passos, falta que o torna anulável”, elucida.
Termina a sua defesa sublinhando
que o Bispo Hilário concedeu-lhe
um prazo de 10 dias para recorrer.
Porém, esqueceu-se que o recurso
coloca a decisão em suspensivo, isto
é, devolve todo o estado anterior,
mas, estranhamente, o decreto foi
anunciado às comunidades e igrejas
de Quelimane o que desde já constituem
actos de calúnia e difamação.
“Estou de consciência
tranquila”
Contactada pelo SAVANA,, Justina
Camilo referiu que se trata de
um assunto que ainda está a seguir
os seus trâmites e que não era oportuno
falar do assunto à imprensa.
Questionada sobre as acusações, a
freira voltou a repisar que não iria
tecer qualquer comentário sobre
o assunto, mas a dado momento
abriu-se para dizer que está de consciência
tranquila porque não cometeu
nenhum acto que choca com os
princípios da igreja e prova disso é
que a própria carta de demissão não
conseguiu trazer coisas concretas,
o que leva a crer que a pessoa que
tomou a decisão agiu sob emoção e
deixou-se guiar por intriguistas.
Finalizando, Justina Camilo disse
que a prova material de que a demissão
não produziu nenhum efeito
é que até ao momento continua
a desenvolver todas as actividades
eclesiásticas e continua a viver na
residência congregacional com todos
os direitos e deveres resultantes
da profissão eclesiástica.
Por seu turno, o Bispo Hilário da
Cruz Massinga disse que se encontrava
fora da província da Zambézia
em gozo de férias, pelo que tudo sobre
a Diocese de Quelimane podíamos
falar com o seu substituto que
é o Padre Daniel, para além de que
este foi o instrutor do processo que
culminou com a demissão da Irmã
Justina Camilo.
Tal como a Irmã visada, o Padre Daniel
disse que esse era um assunto
do fórum interno e nada tinha para
falar à imprensa.
Congelamento das contas da
Rádio Paz
A par a demissão da Irmã Justina
Camilo, o SAVANA soube que o
Bispo da Diocese de Quelimane
ordenou o bloqueamento das contas
da Nova Rádio Paz de Quelimane,
uma estação emissora que é propriedade
da Diocese.
Como consequência imediata dessa
decisão unilateral do prelado, a Rádio está a funcionar de forma deficitária com interrupções constantes
das suas emissões.
Fontes do SAVANA indicam que
na origem da interrupção das emissões
está a falta de energia eléctrica
nas instalações da Rádio.
Neste momento, a Rádio Paz funciona
na base de apoio de pessoas
singulares e de boa-fé.
Segundo as nossas fontes, as duas
contas bloqueadas, uma em divisas
e outra em moeda nacional, encontram-se
domiciliadas no Standard
Bank na cidade de Quelimane.
Não são conhecidas as razões que
levaram o Bispo a tomar tal medida
que surpreendeu e indignou os
crentes, os munícipes de Quelimane
e os trabalhadores daquela Rádio,
mas sabe-se que foi devido ao facto
de uma das assinantes ser uma das
Irmãs que recentemente foi expulsa
por Hilário Massinga.
Os trabalhadores da Rádio foram
apanhados de surpresa na segunda-
-feira à tarde com a falta de energia
eléctrica nas instalações da emissora
e a consequente interrupção das
emissões, porque não havia dinheiro
para recarregar o contador “Credelec”,
dado que as contas estavam
bloqueadas por ordens do Bispo.
Contactada sobre o facto, a irmã
Idalina Patia, coordenadora da Nova
Rádio Paz de Quelimane, recusou
falar sobre o assunto, alegando que
carecia de autorização superior.
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