domingo, 3 de janeiro de 2016

2016: o ano que promete mudanças

Quando o gato é atingido por um balde de água fria passa a “brincar” longe desse líquido como se todo ele tivesse as mesmas características. O ano de 2015 foi esse balde de água fria. Foi um ano atípico para o gosto de quem acreditava no alcance de um crescimento económico de 7.5%. Ficamos pelos 7%, uma diferença de 0.5% que numericamente não parece ser grande coisa mas que deu para sentir como pesou em nós. Produzimos muitos discursos sobre a necessidade de produção nos vários ramos da economia. Ao fechar o ano, sem sombra de dúvidas, quem mais produziu foram os produtores desses mesmos discursos. Falou-se muito e pouco se fez! Sabemos que o País é enorme e que possui um tamanho populacional que precisa de ganhar alguma proporcionalidade com a área territorial. Como um País com esta dimensão consegue sacudir ou desembaraçar-se das suas atipicidades económicas? Como, se continua agarrado a uma gestão que teoricamente tende a descentralizar-se mas que na prática “marca passo”, mantem-se numa gestão centralizada. O “centralismo democrático” continua a ser a linguagem mais credível dentro do topo da hierarquia dos núcleos decisores. Aceitam a descentralização como algo teórico, um ideal a atingir. O efeito mais visível foi o grande fosso entre um discurso que apelava à paz e reconciliação mas que por detrás estava a tentativa de savimbização de Dhlakama. Ficou alguma dúvida sobre quem teria engendrado aqueles ataques? Ou a dúvida recaiu sobre quem de facto manda ou tem o poder em suas mãos ao ponto de tudo aquilo acontecer? Houve, no meio de tudo isso, algum manhoso? Uma dívida pública de sete biliões de dó- lares obriga-nos a reflectir seriamente sobre os nossos desentendimentos políticos, sobre a questão da produção interna como factor de substituição crescente das importações pelas exportações, sobre a exequibilidade dos “sete milhões”, sobre a funcionalidade e/ou reorientação da EMATUM do ponto de controvérsia em que se encontra para um campo de produção de ganhos económicos e sociais, obriga, enfim, entre tantos outros aspectos, a que o Governo (re)pense sobre as despesas que julga prioritárias em termos de infra-estruturas geradoras de retorno de curto e médio prazos, geradoras de paz e estabilidade social. O gato, depois de atingido pelo balde de água fria, solta o seu grito de descontentamento: um “miau” que acompanha o acto de desembaraço da água. O ano de 2015 é importante como fundamento de reflexão sobre o que nos preocupa como País. 2016, em si, já leva uma grande carga de optimismo. Sacudir o “balde de água fria” é algo muito provável de acontecer, desde que o Governo e a Renamo consigam encontrar o ponto de interseção que muito bem sabem onde está. Por uma questão de economia de tempo, recursos e paciência se só os dois sabem onde está o sal, então, que nos resolvam o problema uma vez que sóis os principais representantes do povo. Acreditamos ser este o ponto de partida para um Moçambique próspero e de futuro. 

Negócios “chorudos” em Portugal Os três “grandes” do futebol português assinaram novos contratos quanto a direitos “televisivos”. Depois do SL Benfica ter assinado com a Nos, em Novembro último, no valor de 400 milhões de euros, seguiu-se, esta semana, o FC Porto que assinou com a Meo/Altice e o Sporting anunciar um acordo com a Nos para a venda dos direitos televisivos dos seus jogos em casa. Os contratos têm valores e âmbitos diferentes, especialmente o do Benfica, em que apenas estão incluídos os direitos televisivos e a distribuição do canal do clube. Ao contrário de FC Porto e Sporting, o Benfica não incluiu no acordo com o operador o patrocínio das camisolas (tem um contrato com a Emirates), nem a exploração da publicidade estática no estádio, que é feita pelo próprio clube da Luz. Já os contratos do Sporting e FC Porto são mais comparáveis, destacando-se especialmente a diferente duração do contrato para o patrocínio das camisolas: a Meo comprou esse direito por sete épocas e meia aos “dragões”, enquanto a Nos será patrocinadora dos “leões” por 12 temporadas e meia, em ambos os casos a partir de Janeiro - curiosamente, o Sporting-FC Porto do próximo sábado deverá ser o primeiro jogo em que ambas as equipas se apresentam nesta temporada com patrocinador nas camisolas. Na tabela abaixo pode ver, exactamente, o que inclui cada contrato assinado pelos três “grandes” do futebol português, tendo em conta os dados que estão disponíveis. (Público.pt)

“festas tristes”. 
Normalmente quando chegam as festas de final do ano as famílias procuram a todo o custo comemorar condignamente junto dos seus. Até procuram pôr na mesa aquilo que durante o ano não tiveram oportunidade de pôr. Isso acontece com as famílias simples, com baixo poder de compra. Essas famílias constituem a maioria dos moçambicanos. Agora, aquelas famílias cujo poder de compra nunca foi problema, essas têm a mesa farta durante todo o ano. Os chefes de família cujo poder de compra é baixo fazem sacrifícios para que nestas festas os seus membros transitem de um ano para o outro com uma mesa quase que farta. Fazem das tripas o coração para que os integrantes das suas famílias comemorem a passagem de ano de forma digna. Todos os dias reclamamos do elevado custo de vida e este ano com a depreciação do metical face ao dólar o custo de vida apertou ainda mais no bolso dos moçambicanos. O poder de compra reduziu drasticamente. Os moçambicanos sentem cada vez mais o custo de vida. Quando vão ao mercado deparam-se com uma subida galopante dos preços dos produtos de primeira necessidade. Com a chegada das festas de final de ano procuram comemorar junto das suas famílias de uma forma condigna conforme os seus bolsos. Sempre na perspectiva de que no próximo ano as coisas vão melhorar. Só que este ano as coisas apertaram mais. É notório ver no semblante de muitos integrantes de famílias que a passagem deste ano para o outro foi muito difícil comparado aos outros anos. Todos anos o custo de vida é pesado, mas este ano parece que foi pior que os outros anos. Mesmo com dificuldades, na passagem de ano víamos alguma alegria nas famílias, mas desta vez é ao contrário. Reparem como estes integrantes desta família vão para mesa servir. Todos com caras tristes. Esta outra família não apresenta nenhuma alegria, mesmo estando todos à mesa. Simplesmente comem sem nenhuma alegria. Mesmo com dificuldades estávamos habituados a ver as árvores de natal com aquelas luzes que toda a gente conhece. Mas este ano não me recordo de ter visto esse ambiente colorido. Pelos momentos sombrios que se vivem actualmente, as crentes preferem rezar junto à árvore de natal por tempos melhores. Os jovens são conhecidos pelo seu ânimo de alegria. Mas a situação não está fácil para ninguém. Por isso nesta outra imagem vemos que os jovens estão calmos. Sentem que esta passagem de ano foi bem limitada em termos de divertimento. Deu apenas para sentar e consumir o pouco que havia. Para as crianças, o pouco é motivo para festa por isso dançam. Ainda não sentem o peso do custo de vida nos seus bolsos. Agora, para os que têm responsabilidades de sustentar a família, sentiu-se que este ano não tiveram razões para proferir a famosa expressão “festas felizes”. É mesmo para dizer “festas tristes”. 

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