O termo canalha, segundo o Dicionário da Língua Portuguesa, Porto Editora, significa gente desprezível, patife. Os canalhas não cuidam da paz nem da tranquilidade do povo. Estão mais preocupados com o seu umbigo, com suas negociatas, roubo dos fundos públicos, usurpando, muitas vezes, negócios do Estado. Startimes é um exemplo disso e a EMATUM é uma monstruosidade para enterrar, economicamente, o país.
Os canalhas estão cheios no governo e no partido que dirige os destinos do nosso país desde 25 de Junho de 1975, Dia da Independência de Moçambique. É justo que se reconheça que tanto na Frelimo como no seu governo há gente honesta, patriota; homens e mulheres laboriosos cuja acção é ofuscada por canalhas e sanguessugas que giram à sua volta.
Os canalhas engendram guerras e morte de filhos do povo enquanto eles enchem os seus bolsos de dinheiros dos pobres. Eles vão ficando cada vez mais podres de dinheiro e o povo mergulhado na miséria. Em conluio com os seus patrões sugam as nossas riquezas e abatem as árvores como se eles fosem a última geração de moçambicanos.
Os canalhas para se manterem no poder, recorrem à violência contra os seus adversarios politicos. Fecham territorios inteiros aos demais partidos de exercerem, de forma livre, trabalho politico. As sedes dos partidos da oposição são arrombadas, entulhadas de pneus, lenha, capim seco e depois ateadas fogo com botijas de gás cheias. As suas bandeiras e outros símbolos arreiadas e queimadas. Isso é democarcia à canalha.
Os autores de tais crimes contra a democracia crimes continuam impunes e juram, em público que nenhum outro partido pode fazer política nessa província porque, segundo os seus mentores, traídores e representam a mão externa. Que o diga Afonso Dhlakama e a sua Renamo as vexames por que têm passado. Que o diga Davis Simango e o seu MDM como são violentados, em campanhas e fora dela, por canalhas.
Os canalhas pedem para ser empregados do povo, mas, uma vez no poleiro, se tornam incriticáveis, correndo o risco de ir parar na barra dos tribunais quem se atrever indignar-se pela má governação a que nos sujeitam. Não hesitam em soltar os seus cães para matar a quem tentar ir um pouco mais longe, perseguindo a verdade.
Os casos de Siba-Siba Macuácua, Carlos Cardoso, Gilles Cistac, Inlamo Mussa, Danger Man, Juiz Silica e Paulo Machava são um sinal de que eles matam. Matam e põem o seu G40 (moleques dos canalhas) a dizer, nos órgãos públicos de comunicação social, que são ingratos. Ensinam ao povo que todos somos iguais perante a lei e não a lei seja igual para todos. O nosso Estado foi criado à imagem dos canalhas.
Os canalhas comem tudo e não deixam nada, como dizia Zeca Afonso, o trovador luso. Apoderaram-se de todos os recursos que o país possui e ainda dizem que querem mais. Ficaram com as florestas, as terras, minas de carvão, grafite, ouro. Vão à igreja, às mesquitas e sinagogas para entrujarem o povo que são filhos de Deus. O colono fazia o mesmo – aparentemente piedoso, porém, esclavagista.
Aos domingos, sentado na primeira fila, o colono ajoelhava-se no altar, benzia-se e comungava. Os canalhas até apresentam certidão de baptismo para que não restem dúvidas enquanto isso despacham os seus soldados para atacarem caravanas de políticos da oposição, montam emboscadas contra o seu principal adversário e cercam-lhe a casa.
Quanto aos canalhas, nada nos pode fazer admirar que apoiem Robert Mugabe ou José Eduardo dos Santos, ditadores do Zimbabwe e de Angola, respectivamente. Um pouco antes das eleições tanzanianas, o candidato da Chama Cha Mapinduzi veio aprender dos seus camaradas como vencer uma eleição através de truques como a prisões de delegados dos concorrentes e enchimentos de urnas e a outras manobras fraudulentas.
Edwin Hounnou, no Magazine Independente
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