domingo, 15 de novembro de 2015

Nyusi admitiu a possibilidade de explorar o modelo angolano e implementá-lo no nosso país


Enquanto o presidente da República, Filipe Nyusi, colhe experiência angolana para desarmar coercivamente a Renamo, cerca de uma dezena de blindados eram descarregados na noite desta terça-feira, no porto de Maputo para reforçar as incursões militares no centro do país. Os tanques saíram do porto e escalaram o bairro da Coop, onde há quartéis militares, para de seguida serem enviados aos locais das incursões armadas nas províncias de Tete, Zambézia, Manica, Sofala e Inhambane. Oficialmente ninguém quer falar do assunto. O SAVANA contactou a responsável de Comunicação e Imagem da MPDC, uma empresa concessionária do Porto de Maputo, que nos disse que não sabe de nada, uma vez que não estava no Porto com o agravante de ter sido feriado. “A ser verdade, os blindados estavam nos contentores de viaturas e nós não temos acesso às mercadorias”, disse. Por sua vez, o assessor de imprensa do ministro de Defesa, Benjamim Chabuala, também disse desconhecer da entrada daquele material bélico, pelo que ainda tinha de se informar do assunto. Fontes do SAVANA referem que, para além dos tanques militares, foram também desalfandegados outros contentores contendo material bélico.

Numa altura em que passa cerca de um mês após o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, ter se remetido ao silêncio absoluto e consequente desaparecimento das hostes públicas, isto depois de sofrer duas emboscadas e cerco à sua residência na cidade da Beira, o Presidente da República, Filipe Nyusi, que se encontra em visita de Estado a Angola, congratulou-se com o facto deste país ter conseguido uma fórmula de manter formações políticas sem armas. Nyusi admitiu a possibilidade de explorar o modelo angolano e implementá-lo no nosso país. Trata-se de uma posição que também passa pelo desarmamento coercivo da Renamo tal como avan- çou semana passada o Ministro do Interior, Basílio Monteiro, na sessão de perguntas e respostas ao governo na Assembleia da República. Coincidentemente, Monteiro integra a comitiva presidencial que está de visita a Angola, e Filipe Nyusi também fez estes pronunciamentos no parlamento angolano, durante a sessão solene que lhe foi dedicada por aquele órgão legislativo. “O povo angolano encontrou a forma certa para a coexistência pacífica entre as várias formações políticas. Uma fórmula que consegue manter as formações políticas não- -armadas. Acreditamos que essa experiência será explorada pelos nossos deputados”, apontou Filipe Nyusi. É que o governo angolano conseguiu desarmar o principal partido de oposição, a UNITA, integrando os seus efectivos militares nas For- ças Armadas, logo após a morte em combate do seu líder Jonas Savimbi, em 2002. No entanto, em Moçambique o desarmamento da Renamo tem se mostrado difícil desde a assinatura dos Acordos Gerais de Paz em 1992. Para Joaquim Chissano o tempo se responsabilizaria pelo desarmamento do maior partido da oposição, mas o seu sucessor Armando Guebuza entendeu que a via militar seria a melhor solução, o que acabou gerando um novo con- flito, que levou as partes a assinar o acordo de cessação das hostilidades militares. No princípio do mandato, Filipe Nyusi deu garantias de que tudo faria para promover a paz e que não permitiria que um moçambicano matasse o outro, referindo-se aos conflitos armados entre o governo e a Renamo. Mas a realidade tem se mostrado contrário e os ataques armados estão a ganhar terreno nas províncias de Tete, Zambézia, Sofala, Manica e Inhambane. Condenamos o discurso do PR A chefe da bancada parlamentar da Renamo, Ivone Soares, condena os pronunciamentos do Chefe do Estado, que sugerem a pretensão de seguir o exemplo angolano. De acordo com Ivone Soares, isto mostra o quão o discurso de Nyusi anda longe da prática, porque por um lado fala da vontade de dialogar e por outro fala de ataques. “Angola não é um exemplo a seguir quando se fala de democracia, liberdades fundamentais, respeito aos diretos humanos e muito menos desta situação cujo objectivo é manter a paz e estabilidade política”, disse. Para a chefe da bancada do maior partido da oposição, o diálogo é a única via para resolver diferendos a todos os níveis, pelo que aconselha o Chefe do Estado a apostar nela para resolver os diferendos sob pena de agravar ainda mais a situa- ção do país. Questionada sobre o facto do Chefe do Estado ter dito que não consegue manter contacto com o líder da Renamo, ela respondeu que este ainda não mostrou vontade de dialogar, porque quando as negocia- ções caminhavam para um encontro ao mais alto nível, ele ordenou um cerco à residência de Afonso Dhlakama na cidade da Beira. Deste modo avança que é preciso criar garantias claras, para não correr o risco de se marcar um encontro para atrair o inimigo para o seu território e prendê-lo, tal como aconteceu com António Muchanga à saída do encontro do Conselho de Estado ou assassiná-lo para seguir o exemplo angolano. Revelou que não é intenção da Renamo continuar armada, o governo deve mostrar clareza no que pretende, pois o desarmamento compulsivo não lavará a lado nenhum. Aliás, acusou o governo de falta de seriedade por não ter cumprido com o AGP e com o acordo de cessação das hostilidades militares. Prova disto, refere Soares, é que o governo está a incorporar alegados homens da Renamo no exército sem indicação do líder desta formação política. Questionada sobre o paradeiro de Dhlakama, Ivone Soares disse que o momento é muito sensível para se dizer onde ele está. Sedução pela “solução Savimbi”? Por Argunaldo Nhampossa “Estrategicamente o presidente Afonso Dhlakama decidiu não aparecer na imprensa. Ele está bem de saúde e a reposicionar-se politicamente face aos últimos acontecimentos”, disse. Precisamos de nos reconci OLDUFRPDKLVWyULD Para o chefe da bancada parlamentar do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Lutero Simango, o Presidente da República deve trabalhar no sentido dos mo- çambicanos se reconciliarem com a história e não criar outros problemas. Recomenda uma introspecção para se identificar as causas dos conflitos e procurar soluções benéficas a todos que irão permitir a criação de um exército republicano, estado de direito, política de inclusão desde o diálogo político até na distribuição equitativa da riqueza. Segundo Simango, o país precisa de criar condições para abrir uma nova página na sua história e reconhecer que algumas decisões levaram a actos de brutalidade e sacrifício do povo, o que já não é desejável por estes dias. No que toca ao “desaparecimento” de Afonso Dhlakama, disse que o seu silêncio é preocupante uma vez que é um actor político incontornável e isto leva a muitas especulações. Simango diz que o que faltou é a divulgação das garantias e dos entendimentos alcançados para a saída de Dhlakama da parte incerta, isto alia-se também ao facto de até ao momento os mediadores, na qualidade de mandatários, ainda não terem explicado aos moçambicanos as justificações do governo sobre o sucedido na cidade da Beira. O Porta-voz da Frelimo, Damião José, diz que o discurso do Presidente da República, Filipe Nyusi, no parlamento angolano não fez menção ao assassinato de Afonso Dhlakama, mas sim em seguir o modelo de não ter partidos militarizados, porque as armas devem estar em mãos legítimas que é o Estado. Segundo Damião José, o governo angolano desmilitarizou o maior partido da oposição com sucesso e todas as tropas da UNITA estão integradas nas forças armadas daquele país, o que significa que há um exemplo por seguir, uma vez que eles perceberam de imediato que a posse das armas não era um caminho para o desenvolvimento. Assim, havendo em Moçambique um partido que não sabe existir sem armas é preciso levar boas práticas e implementá-las na nossa realidade. Refuta as acusações segundo as quais as tropas governamentais terão atacado a comitiva do líder da Renamo e aponta que se tratou de uma encenação da Perdiz para continuar armada. Disse ainda que o não aparecimento do líder deste partido em público deve ser encarado como um acto normal, por não perigar a tranquilidade e ordem pública. Aponta Damião José que Dhlakama é um actor político que tem a sua ideologia e deve se respeitar a sua vontade e direito de estar calado, bastando para tal respeitar a Constituição da República. 

Adegradação da situação política e militar em Mo- çambique, bem como a perigosa estagnação do di- álogo entre o Governo e a Renamo levaram no passado fim-de-semana a Igreja Católica no país a fazer tocar os sinos pela paz. A Conferência Episcopal de Mo- çambique (CEM) encontrou-se com o chefe de Estado, Filipe Nyusi, e, no final do encontro, fez apelos veementes para o relançamento imediato do processo negocial e o abandono da via militar como solução para a actual crise. “Apelamos ao Governo e à Renamo para o abandono absoluto das armas, a retomada imediata do diálogo eficaz entre as partes em conflito, envolvendo outras forças vivas da sociedade”, declarou o arcebispo de Maputo, Francisco Chimoio, no final da reunião com Nysui. Chimoio afirmou que o clérigo cató- lico fez chegar a exortação para uma solução negocial entre o executivo e o principal partido da oposição, em resposta ao suplício que tem sido manifestado por vários quadrantes da sociedade moçambicana no sentido da preservação da paz. O arcebispo de Maputo enfatizou que os clamores são traduzidos pelos “muitos gritos das famílias enlutadas que choram a morte dos seus filhos caídos em combate, dos deslocados internos que são obrigados a abandonar suas casas e outros bens para se refugiarem no mato, dos deslocados externos que deixam o próprio país perante o risco de perderem a vida”. Os agricultores que não podem trabalhar a terra e os investidores “que vêem o fracasso dos seus negócios pela insegurança progressiva”, além dos empresários do ramo do turismo, cujos empreendimentos estão a falir, aumentando o desemprego, e a “população em geral, que sente os preços a aumentar e o metical a desvalorizar-se” também são um forte motivo de alarme para a sociedade moçambicana, acrescentou Francisco Chimoio. Na ocasião, Chimoio manifestou tristeza com o que considera “a incoerência entre o que se diz e o que se faz”, instando os moçambicanos a trabalharem na “construção da paz através de gestos de reconciliação e da convivência civil e democrática e respeito pelas diferenças e responsabilidade pelo desenvolvimento do país”. Na semana passada, o ministro do Interior, Basílio Monteiro, declarou que as Forças de Defesa e Segurança moçambicanas vão prosseguir com a recolha de armas em mãos alheias, incluindo da Renamo. A 09 de Outubro, o Governo considerou um início simbólico do processo de recolha de armas, o desarmamento e detenção de membros da guarda do líder da Renamo, Afonso Dhlakama, na sua residência na Beira. O cerco só terminou quando Dhlakama entregou 16 armas da sua guarda pessoal ao grupo de mediadores do diálogo entre a Renamo e o Governo, que, por sua vez, o deixou a cargo da polícia. A operação policial ocorreu um dia depois de o líder da oposição ter reaparecido na serra da Gorongosa, ao fim de duas semanas em parte incerta. Antes dos acontecimentos na Beira, registaram-se três incidentes em três semanas com a Renamo, dois dos quais envolvendo a comitiva do presidente do partido. A 12 de Setembro, a caravana de Dhlakama foi emboscada perto do Chimoio, província de Manica, num episódio testemunhado por jornalistas e que permanece por esclarecer. A 25 do mesmo mês, em Gondola, também na província de Manica, a guarda da Renamo e Forças de Defesa e Segurança protagonizaram uma troca de tiros, que levou à partida do líder da oposição para lugar desconhecido. Uma semana mais tarde, Forças de Defesa e Segurança e da Renamo confrontaram-se novamente em Chicaca (Gondola), com as duas partes a responsabilizarem-se mutuamente pelo começo do tiroteio. Não encontro Dhlakama – Filipe Nyusi Em resposta aos apelos dos líderes católicos moçambicanos, Filipe Nyusi fez uma declaração, no mínimo, curiosa, ao afirmar que “não está a ser possível” encontrar Afonso Dhlakama para um diálogo sobre a paz no país. “Estou a fazer o esforço de conversar com ele (Afonso Dhlakama), mas não está a ser possível”, declarou o chefe de Estado, durante um encontro com bispos da Conferência Episcopal moçambicana. Na ocasião, o chefe de Estado mo- çambicano descartou a possibilidade de as eventuais negociações com a Renamo contarem com a participa- ção de mediadores internacionais, frisando que a actual situação política constitui assunto interno. “Acho que este é um assunto que pode ser resolvido dentro de casa. É uma conversa de quarto. Não vejo motivo para se escolher um país para resolver isso. Estou a fazer tudo para ter o diálogo”, disse Filie Nyusi. Numa declaração confusa, Nyusi indicou ainda que a crispação entre o Governo e a Renamo “trata-se de desentendimento entre duas pessoas e apenas uma questão de um sair e entrar outro não vai resolver nada”. “Enquanto existirem pessoas que não têm comida, gente que não tem saúde, gente que não tem educação, a estabilidade vai faltar”, rematou. “Admirámos a vossa coexistência política, que se resume no confronto de ideias e na competição nos actos e pleitos eleitorais. Constatámos com agrado que Angola acatou o silêncio das armas e respeita a vida humana e os bens dos cidadãos”, disse ainda Filipe Nyusi, perante os deputados angolanos. No entendimento de Nyusi, o povo angolano encontrou a forma certa para a coexistência pacífica entre as várias formações políticas. Uma fórmula que consegue manter as formações politicas não-armadas. Acreditamos que essa experiência será explorada pelos nossos deputados.

Num naufrágio durante a viagem de peregrinação para orar pelo país “Paz” mata 11 fiéis da seita Zione em Manica Por André Catueira, em Manica

Onze pessoas morreram afogadas num naufrá- gio ocorrido sábado, na província de Manica, tendo outras cinco sido resgatadas com vida, continuando uma desaparecida, quando um grupo de fiéis de uma seita religiosa tentou atravessar uma confluência de três rios para participar de uma vigília, pelo fim da instabilidade político- -militar no país. Os fiéis, da seita religiosa Zione Cristian Church (ZCC), de origem zimbabueana, seguiam abordo de uma embarcação precária, não motorizada e movida a remo, que naufragou com 17 pessoas ao tentar atravessar a confluência dos rios Revue, Messica e Chicamba (no distrito de Manica), para participar numa vigília na outra margem, no distrito de Sussundenga, para interceder pelo fim da crise político- -militar que opõe o Governo e a Renamo, largamente deteriorado nos últimos meses. O grupo partiu da Nova Revue perto das 17:00horas de sábado na embarcação, com 15 passageiros e tripulada pelo pastor provincial da seita e seu apóstolo, para acampar na outra margem, tendo minutos depois de zarpar começado a penetrar água e iniciado a afundar. Uma sobrevivente contou ao SAVANA que enquanto a embarca- ção afundava gritavam pelo socorro – numa zona próxima existe uma comunidade de pescadores -, tendo muitos dos passageiros afundado e se afogado por pisoteamento, na tentativa de escapar da tragédia, que chocou a província e o país. Enquanto eram arrastadas pela corrente da água, cinco pessoas conseguiram abraçar galhos de árvores no curso e nas margens, tendo apenas estas sido resgatadas com vida 12 horas depois do naufrágio, ou seja, às 6:00horas de domingo, quando um grupo de pescadores se fez ao rio para a captura de peixe, tendo no lugar de pescar iniciado o resgate das pessoas. O corpo de salvação pública só chegou domingo à tarde no local do acidente, sem mergulhadores e embarcação, tendo se juntado nas embarcações dos pescadores artesanais para a busca superficial das pessoas. As autoridades de Manica alargaram segunda-feira as buscas à barragem de Chicamba, na zona a jusante, da confluência de três rios, onde no sábado uma embarcação com 17 pessoas - 15 passageiros e dois tripulantes – naufragou, mas todos os corpos foram encontrados não distante do local do incidente. Os pescadores iniciaram na terça- -feira com os mergulhos quando mais corpos foram encontrados. Em declarações a jornalistas na zona do incidente, Pio Langisse, pastor provincial da ZCC e um dos tripulantes sobreviventes do naufrágio, lamentou o incidente, agradecendo a prontidão de socorro dos pescadores, adiantando que a igreja estaria assegurando o veló- rio dos crentes que pereceram. “As pessoas morreram em missão da igreja e pelo bem do país” disse Pio Langisse, sem detalhes das circunstâncias reais do acidente. Vítimas Das vítimas, cinco pessoas foram resgatadas com vida – agarradas em galhos de árvores - e outras 11, incluindo bebe de três meses e uma menina de 12 anos, e um tripulante - apóstolo do pastor provincial da organização-, morreram afogadas. Os corpos foram encontrados em dias separados, numa média diária de dois, tendo os últimos corpos sido resgatados quarta-feira, um dia antes do Governo encerrar com as buscas, enquanto faltava por encontrar uma mulher de 22 anos. “Quando acontece um desastre deste tipo, que ceifa vidas de pessoas, não resta mais nada que sentir a dor e procurar formas de se erguer e mobilizar as pessoas directamente afectadas, para serem fortes. E também é importante tirarmos lições daquilo que aconteceu para evitar mais acidentes no futuro”, disse Alberto Mondlane, que se deslocou ao local na segunda-feira, elogiando “o espírito solidário e a prontidão de socorro da comunidade local, o que permitiu a redu- ção de perdas”. Na ocasião, o Governo ofereceu umas embaraçosas mantas a famílias das vítimas do acidente, tendo dias posteriores distribuído alimentos aos fiéis que se mantinham no local em preces a favor dos desaparecidos, sobrevivendo de mangas. Superlotação As autoridades de Manica anunciaram segunda-feira que a superlotação da embarcação podia estar na origem da tragédia, mas uma equipa da Transmarítima foi enviada para aprofundar do sinistro no local. “Foi enviada ao terreno uma equipa da Transmarítima para aprofundar as investigações do acidente”, disse Maria Gabriel, também directora provincial dos transportes de Manica, assegurando que investigam agora as reais causas do incidente. A embarcação naufragada, disse Maria Gabriel, tinha a capacidade para transportar oito passageiros no máximo, sem carga, mas afundou com 17 passageiros, ou seja, mais do dobro. Há indícios também da embarcação ter embatido num dos galhos e o estado de velho da composição ter permitido a entrada de água. Funerais Os funerais das vítimas do naufrágio só iniciaram na terça-feira, porque aguardavam o aval do pastor regional da ZCC, baseado no Zimbabwe, que chegou à zona do acidente na segunda-feira a noite. Na terça-feira seis pessoas foram a enterrar no cemitério distrital de Manica, onde a maioria dos crentes era originário. Outros quatro funerais dos fiéis foram realizados na quarta-feira num cemitério tradicional em Bandula, próximo à zona do incidente, devido ao estado de decomposição dos corpos. “Já foram realizados 10 funerais dos fiéis, todos participados pelo pastor regional da organização e o Governo de Manica” confirmou na quarta-feira Maria Gabriel, chefe da comissão de assistência as vítimas do naufrágio, criada pelo Governo. Uma família, da pessoa desaparecida, e outros crentes da seita continuavam em orações nas duas margens do rio, onde acamparam desde domingo quando começaram os trabalhos de resgate, clamando pelo último corpo. O propósito da paz, tinha sido deixado do lado até então. Moçambique vive novos momentos de incerteza política, provocada pela recusa da Renamo em reconhecer os resultados das eleições gerais de 15 de outubro do ano passado e pela sua proposta de governar nas seis províncias onde reclama vitória, sob ameaça de tomar o poder pela força, e várias igrejas tem procurado buscar soluções, incluindo divinas, para aproximar o Governo e a Renamo para um diálogo.

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