Uma coisa me precipita a pensar que Nyusi, o empregado do povo de coração grande, esse que na cabeça dele só cabe a PAZ PAZ PAZ, está em mãos lençóis, acho:
CHISSANO, o pacificador, geriu 2 mandatos presidenciais divididos claramente entre 3 objectos: PAZ, RECONCILIAÇÃO e DEMOCRACIA (entenda-se emergente). No período de seu reinado, se viveu essa paz ah nossa maneira, com 'buracos aqui e acolá, mas nada que um café e conta bancária não resolvesse. Foi assim que no mundo éramos referenciados, o povo da paz. Mas ninguém queria saber de nós, 'a excepção daqueles 'malucos' da mozal e dos lodges pelas belas praias deste indico. Na mesma altura, o país andava prenhe da auto estima de pobre: POBRE MAS FELIZ. Aqui ficou a grande nódoa de Chissano, pensar que a paz era tudo para um país. Instituições de Estado iam ruindo, infra-estruturas públicas quase fora da agenda. Tudo era mesmo a "txova-xita-duma", o tal deixa-andar. Continuamos tão 'ninguens' que até Zimbabwe no seu pior estava melhor.
GUEBUZA, o homem da mão na massa, resumiu os seus 2 mandatos e forçou tudo num objecto: DESENVOLVIMENTO. Para ele, essa de "pobre mas feliz" não cabia em si. E cá por mim o homem tinha razão, e continua tendo. O país se construiu a boa velocidade, que só nega quem mesmo não quer saber de coerência consigo mesmo. Guebuza se impôs muita coisa a si próprio, incluindo combater as 'mazelas' do seu antecessor e pôr a máquina a funcionar. Problema é que como moçambicano de gema, só falou mas não sabia como fazer: reduziu um pouquinhooooo o deixa-andar, mas aumentou muitoooooo a corrupção, o camaradismo. Nessa, ignorou que desenvolvimento implica vários factores, e envolve vários actores. Mandou manguito para os outros e só olhava para a sua máquina, e resultado está aí: deixou o país numa encruzilhada de tiros. Mas o país cresceu, cresceu, cresceu e o deixou acrescer.
NYUSI, o homem que se supunha de viragem no paradigma,ainda não deixou claro o seu objecto de trabalho. Até cá parece mais preso em liberdade condicional. Virou todas as palavras, da poesia de guerra de Guebuza ele vem com uma poesia mais romântica, tão romântica que o patrão virou empregado. Mas, para além desse romantismo de Nyusi, o que preocupa é que me parece que a agenda de desenvolvimento e construção do país vai perdendo espaço, e o que se vai colocar no seu lugar não está ainda claro. Por falta dessa clareza, me parece que vai o seu colectivo se aproveitando da situação actual para centrar o seu discurso e extasiar a mente das pessoas: tudo agora gira em torno de PAZ, aliás, PAZ PAZ PAZ. Estaremos a voltar para a década de Chissano, quando tudo que nos interessava era jogar o puzzle dessa palavra, ou estamos simplesmente sem a bússola do norte? A paz é um bem irrevogável, que o PR devia sim se sentir mal se continuar a deixa-la com esses 'buracos', mas pendurar a agenda de desenvolvimento sem mais nem menos, não me parece o melhor presente para este país.
Neste dia da PAZ, se o PR pudesse deixar o romantismo e deixar claro o objecto de sua agenda, seria 'fixe'.
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(não me esqueci de Samora, nem do lider)
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