sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Fronteira entre Moçambique e África do sul aberta 24 horas por dia a partir de 2016


Hoje às 20:35
A fronteira entre Moçambique e África do Sul vai, a partir de 2016, funcionar 24 horas por dia e o visto de entrada para moçambicanos naquele país passará de 30 para 50 dias.
 
Falando durante um encontro com a comunidade moçambicana em Pretória, capital da África do Sul, Filipe Nyusi, citado pela Rádio Moçambique (RM), disse que a livre circulação entre os cidadãos dos dois países foi um dos principiais pontos de debate da sua visita de três dias à África do Sul, que hoje terminou, salientando que ficou acordado que a fronteira de Ressano Garcia ficará aberta 24 horas por dia a partir do próximo ano.
"A polícia da fronteira não existe para incomodar os cidadãos, existe para ajudá-los", defendeu o chefe Estado moçambicano, acrescentando que, no entanto, há pessoas que se aproveitam dos benefícios que os moçambicanos têm na África do Sul para fazer negócios ilícitos.
Para fugir dos altos índices de pobreza em Moçambique, a população, principalmente a mais jovem das zonas rurais do sul do país, emigra ilegalmente para Africa do sul, país vizinho, à procura de melhores condições de vida, no país que tem uma das economias mais avançadas de África.
Devido a sua estabilidade económica, a nível regional, a África do Sul é um dos países que mais recebe emigrantes vindos de várias regiões africanas, mas principalmente dos estados vizinhos, o que gerou recentemente uma onda de ataques xenófobos, tendo levado pelo menos 1.500 moçambicanos na África do Sul a abandonarem o país.
"Elas [as autoridades sul-africanas] nos garantiram que vão fazer o máximo para facilitar a travessia e nós também garantimos que vamos fazer a nossa parte", disse Filipe Nyusi, acrescentando que as irregularidades de alguns não podem manchar todos os moçambicanos naquele país.
Durante a visita, o chefe de Estado moçambicano reuniu-se com o seu homólogo sul-africano, Jacob Zuma, no âmbito do fortalecimento das relações de amizade e cooperação bilateral, tendo os dois inaugurado posteriormente a Comissão Binacional Moçambique/África do Sul, alargada aos membros das delegações governamentais de ambos países.
A África do Sul é o principal parceiro comercial de Moçambique e um dos maiores investidores no país e acolhe a maior comunidade de moçambicanos na diáspora, dos quais parte significativa trabalha nas minas e em campos agrícolas.
Os partidos no poder em Moçambique e na África do Sul, Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique) e o Congresso Nacional Africano (ANC), respetivamente, mantêm vínculos históricos e parte da liderança sul-africana do movimento que lutou contra o regime do "apartheid", incluindo Jacob Zuma, viveu exilada em Maputo.

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