Monday, October 5, 2015

Esquadrões da morte?

Testemunhas dos dois atentados, recentes, contra Afonso Dhlakama, descrevem os atacantes como homens vestidos à civil, com coletes à prova de bala, fortemente armados com armas de guerra e com aspecto de quem tem treino militar. Qual será o significado disto? A quem obedecem esses homens? Quem lhes fornece os coletes, as armas e as munições, quem lhes define os alvos a abater e o momento da acção? Quem lhes paga? Tudo perguntas a que não é fácil responder. São poucas as provas para que se possa apontar o dedo sem dúvidas em o fazer. O único aspecto curioso é que disparam sistematicamente contra quem incomoda a direcção do Partido Frelimo e o seu Governo. Foi assim com Gilles Cistac e está a ser agora com Afonso Dhlakama. E, nos dois casos, depois de uma intensa campanha de diabolização da futura vítima através dos órgãos de informa- ção do sector público. Coincidências? É muito possí- vel. E quem sou eu para dizer que é mais do que isso? Muito mais do que isso? Sérgio Vieira, há poucos dias, apelou à “savimbização de Dhlakama” demonstrado que, apesar das aparências, ainda não rapou o bigode farfalhudo à moda do antigo Pai dos Povos, o José Bemvindo das Neves. Mas, muito provavelmente, bigodes desses continuam a proliferar nos salões onde se tomam as verdadeiras decisões, embora o Sérgio já não lhes pise as alcatifas. Vozes há que afirmam que os tais esquadrões da morte mais não são do que polícias e militares a quem se retira as fardas dado o melindre das operações a executar. Não faço ideia se com razão ou não. Mas, apenas em termos teóricos, vamos admitir por momentos que sim, que essas vozes têm razão. Será que os tais militares e polícias desfardados obedecem às ordens do seu Comandante em Chefe ou actuam ao serviço de outras quaisquer entidades? E, no segundo caso, o tal Comandante em Chefe sabe disso e sente-se confortável? Adaptando uma velha frase espanhola à nossa realidade, eu diria que não acredito em esquadrões da morte, mas que eles existem, existem! NR: Na edição passada, por erro técnico repetimos a crónica de Machado da Graça publicada na semana anterior. Pelo erro as nossas desculpas ao autor e ao público leitor

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