Não há semana em que o líder da Renamo de forma corriqueira nos dedica as suas bravatas militares, como arma de arremesso político, contra o estado de direito, e de agressão psicológica contra os moçambicanos.
Estado de direito é um estado de leis, as quais ele desafia e ridiculariza ao confundir de forma propositada, o conjunto dos orgãos de soberania com o partido do governo.O partido Frelimo é o partido da governação.
Até ao momento nenhuma chancelaria estrangeira em Maputo, se atrevera a abrir a boca a condenar os discursos belicistas de Dlhakama, agora que lemos que foi vítima de uma emboscada, várias chancelarias quase em simultâneo,vieram mandar recados, exigindo calma e contenção,além de uma investigação.A verdade porém é uma, Dlhakama não foi vítima de emboscada alguma.Ele acha ter chegado o timing de vender o seu peixe, isto é, de adensar o clima político a seu favor.Mas a democracia para o desencanto de Dlhakama, funciona em Moçambique, ora vejamos:o MDM é poder nos municípios da Beira e Quelimane, a própria Renamo tem maioria em algumas Assembleias provínciais, e tem os seus deputados ocupando os seus lugares no Parlamento nacional, além de estar representada nos orgãos eleitorais;e como parte do processo desencadeado pelo AGP desde 1992, muitos ex-guerrilheros da Renamo foram incorporados nas FADAM.
Questiono o sarcasmo de critérios morais, quando se faz com uma avaliação critica do uso de meios violentos para fins políticos.Um político que sempre que lhe dá na gana serve-nos de forma gratuita carradas de bravatas e ridiculariza as FDS, em desrespeito aos alicerces do poder constituido, ...Isso não é violência?Ao incutir medo psicológico como arma de arremesso político, contra uma população ameaçando com recurso a guerra, não é um acto de violência?É terrorismo puro.Certo que a Procuradoria da república e outro orgãos competentes, foram e continuam permissivos a este tipo de jogatana política, o que está errado.O que é que o cidadão comum pode fazer se os orgãos competentes assobiam ao lado? Quando homens residuais da Renamo atacam soldados e membros da polícia em Tete, esses actos não são de violência?Claro que não acreditamos quando Dlhakama diz , que matou e esfolou, etc..., Ou que foi vítima de emboscada.E muito menos acreditamos tratar-se de um general sem medo, ainda no ano passado borrou-se todo de medo e andou um ano foragido e escondido quem nem um rato ...
Dlhakama pronunciou-se aquando da cerimonia alusiva aos 20 anos da Universidade Catolica (UCM), dizendo ter feito muito pela democracia, e pretender dialogar coisas concretas, o que para mim pressupõe, num plano que lhe permita usufruir daquilo porque diz ter lutado.É precisamente esse ego extasiado, a constituir motivo de ruptura entre Dlhakama da maioria absoluta dos nacionais.As diferenças políticas não deveriam constituir razão de conflito nem de ameaça a sustentabilidade económica.
O AGP, foi integralmente incorporado na constituição da república.O governo fez todas as concessões consideradas necessárias à Renamo,não podendo dar a Dlhakama e à sua organização, aquilo que apenas uma ida ás urnas consagra.Todos nós lutamos incluindo eu, pelo reforço da democracia, e para que esta seja de facto efectiva e expressiva dos anseios mais profundos de todos quadrantes da sociedade; e para que a percepção na consciência individual reflicta respeito das suas instituções, como os mais valiosos alicerces do poder constituido.
Dlhakama fala e vive no passado, para continuar políticamente vivo.Pergunto qual tem sido a sua contribuição para que os seus homens abandonem as armas, deixem de ameaçar o povo, conforme reza o Acordo de Cessação das hostilidades?A contribuição democrática do lider da Renamo tem sido o seu próprio umbigo.Ele não tem moral para ofender o partido da governação, que tudo faz para honrar os compromissos da governação, independentemente da côr partidária, enquato ele se ocupa em actos de subversão social , política e militar.Enquanto entretem o seu eleitorado a consumir discursos cristalizantes de ódios,laivos de tribalismos e ressentimentos num pais em construção, com índices 48 por cento de analfabetismo, com incidência no centro e norte do país, apesar do esforço do governo.É neste contexto que os moçambicanos recusam a visão destrutiva da sociedade preconizada de Dlhakama e os seus.A essência do discurso em política deve ser pedagógica.Em política não existe espaço para ódios, mas sã rivalidade.O reforço da unidade nacional e elevação de valores morais e da família, além da ética, devem estar no horizonte partidário, para o reforço da unidade nacional.É que em política nem todos os meios valem para se obterem resultados.Se a democracia deve ser reajustada como recomenda o ex-presidente Chissano, deve sê-lo a partir do próprio conceito.Ora não sendo um projecto descartável, é um compromisso entre actores políticos, que se revêem numa constituição, elaborada por eles próprios, baseada em normas de politica e direito em que acreditam.Uma constituição nunca é estática, obedecendo a emendas pontuais.Uma emenda constitucional para ajustar alguns aspectos da Lei fundamental, a actual realidade terá sempre lugar, mas em nenhum momento este exercício será executado para acomodar interesses pessoais ou de grupos.
Todas as jogadas políticas de Dlhakama são de alto risco em matéria de segurança nacional, e os moçambicanos não estão predispostos a suportá-las A atracção de Dlhakama pela morte ou a vontade deste em desafiá-la, é um problema dele, e nada tem a ver com a sociedade plural.Conforme questionou Brazão Mazula, ``como é que se podem matar pessoas por interesses pessoais`` ?.
No século XXI o racionalismo politico recusa feitos militares contra os próprios cidadãos, a não ser que Dlhakama, olhe os moçambicanos como inimigos;isto só é possível quando um político é comprometido com estrangeiros contra o seu próprio povo.Afonso Dlhakama deveria respeitar a vontade do homem e da mulher de Moçambique,no seu desejo de viver em paz e harmonia, contudo parece tarde devido aos compromissos por ele assumidos com os seus amigos.Ele sabe que o passo seguinte a dar é o desarme das suas forças residuais,...Porque não faz?Por persistir em seguir esse trilho redutor de desafio a Lei e a estabilidade social e politica, gesto que omite uma ambição cega do poder; indicador de que pretende continuar a alimentar a crise, como agente da subversão contra o estado de direito.
Unidade Nacional, Paz e Progresso
PS. Como autor do texto reservo-me no direito de não permitir que o texto seja reproduzido na rede social, na ferramenta de busca google por qualquer blog que nao seja o jornal domingo.
Inacio Natividade
Sem comentários:
Enviar um comentário