Não às autarquias provinciais e não às exigências do diálogo político
- Mateus Katupha sugere até que a Frelimo abandone o diálogo “estéril” do Centro de Conferências Joaquim Chissano
A bancada parlamentar da Frelimo na Assembleia da República decidiu, na manhã desta quarta-feira, endurecer o discurso contra a Renamo e seu presidente, Afonso Dhlakama, deixando claro que, em nenhum momento, haverá volta em torno do chumbo liminar da proposta sobre as “Autarquias Provinciais”.
Mais, a bancada parlamentar da Frelimo também deixou claro que as exigências que vem sendo feitas no âmbito do diálogo político que corre no Centro Internacional de Conferências Joaquim Chissano não merecerão qualquer aceitação, caso a Renamo continue a “pedir o inaceitável”.
Esta colocação foi deixada na manhã de ontem, pelo deputado da Frelimo e membro da Comissão Permanente da Assembleia da República, Mateus Katupha, quando fazia a comunicação antes da ordem do dia, em nome da sua bancada parlamentar, a Frelimo.
Este discurso vem claramente engrenar na linguagem que vem sendo feita pelo Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, no âmbito das visitas de trabalho que têm estado a fazer às províncias.
Apesar de colocar-se à disposição de mais um frente-a-frente com o presidente da Renamo, os actuais e mais recentes discursos públicos e posicionamentos públicos de Filipe Nyusi são interpretados como contrários à primeira impressão demonstrada por Filipe Nyusi, isto no tratamento de assuntos como a “paz efectiva” e “Afonso Dhlakama”.
Mateus Katupha, na sessão de ontem, disse, por exemplo, que em relação às autarquias provinciais, a Frelimo vai manter o seu posicionamento para sempre.
“Não há condições objectivas para que o Estado moçambicano adopte autarquias de nível provincial. A Frelimo disse: não e mantém o seu posicionamento de recusa de introdução de autarquias de nível provincial para satisfazer a ambição que a Renamo tem de chegar ao poder pela força de dividir o país” – disse Katupha.
Aliás, em dado momento da sua comunicação antes da ordem do dia, Mateus Katupha sugeriu que o governo moçambicano parasse de fazer parte da “esterilidade” do diálogo político no Centro de Conferencias Joaquim Chissano.
“O governo da Frelimo deve ter cuidado de não se deixar contagiar por este tipo de patologia. Passar tempo estéril a discutir quantos generais a Renamo deve ter no exército ou na Polícia assemelha-se ao comportamento de dois caçadores que transformam o povo numa carcaça, disputando os dois sobre qual parte do animal deve ser atribuído a cada um deles. Enquanto isso, o animal apodrece e os caçadores perdem” – acrescentou.
Entretanto, apesar desta frente da Frelimo, a Renamo também continua a insistir com o discurso de que a instalação das “Autarquias Provinciais” é um processo irreversível. Defende a Renamo que, não tendo a bancada parlamentar da Frelimo anuído à proposta, o que resta é avançar por outros caminhos que se mostrarem disponíveis.
Aliás, Afonso Dhlakama, disse recentemente, a partir da zona centro do país, que só restavam duas semanas para a Frelimo voltar atrás em relação à decisão de chumbar a proposta do seu partido, pois, findo esse prazo, a instalação das autarquias provinciais seria concretizado à força.
Nos últimos tempos, os discursos e prazos estabelecidos por Afonso Dhlakama chegam com alguma irrelevância, particularmente pelo facto de os anteriores prazos, também estabelecidos pelo líder da Renamo, não terem sido cumpridos.
(R. Ricardo)
MEDIA FAX – 21.05.2015
Fazer sentir aos "civilizados" que o "clima" de investimentos não é muito saudável, atraente.
É preciso CORTAR os fluxos da MOLA.
BOA CONTINUAÇÃO
É BOM ACORDAR DE VEZ.