Friday, May 29, 2015

Guebuza e a morte de Samora Machel: um empolamento desnecessário


15 h · Editado · 


Creio que houve um grande empolamento do conteúdo dos registos denominados “Samora Hearings”, uma transcrição das sessões da Comissão de Verdade e Reconciliação (TRC),da Africa do Sul que, em 1998, abriu espaço para compreender o papel do regime do apartheid relativamente ao acidente trágico de Mbuzine, que matou o Presidente Samora Machel em 1986.

O Canal de Moçambique, resumindo essas transcrições, diz que Guebuza tinha um plano para eliminar Samora Machel. E atribue essa conclusão ao Tenente-coronel Joao Honwana, que foi ouvido pela Comissao a seu pedido, porque com Samora morreu também Fernando Honwana, seu irmão, e porque, alegou ele, tinha “perspectivas” sobre o contexto politico militar local da altura em Mocambique.


Mas nem os documentos agora revelados, nem Honwana se referem a um “plano” de Guebuza para matar Samora. O próprio texto do Canal, que menciona tal "plano" na capa, eh completamente omisso quanto aos detalhes dessa pretensa conspiração de Guebuza. E as perspectivas de Joao Honwana sobre o contexto de então resumem-se a uma enumeração de dados circunstanciais sobre o tal isolamento de Samora Machel na altura em face do avanço da guerrilha da Renamo para as proximidades de Maputo. Nada do que foi agora relevado eh novo.

Carlos Cardoso escreveu muito sobre isso e, nalgumas vezes, com informação em primeira mão dada por Debora Patta, jornalista sul-africana que pressionou para que o acidente de Mbuzine fosse levado a discussao naquela Comissão. Patta forneceu a Cardoso, sob anonimato, detalhes das discussões na Comissão e a verdade eh que nunca se chegou a evidências do envolvimento de quem quer que fosse do lado de ca no assassinato de Machel. A convicção firmada por Cardoso (e por Patta) eh a de que houve indícios e dados circunstanciais suficientemente fortes para se considerar que Samora foi morto no quadro de uma conspiração do regime do Apartheid com uma provável colaboração local. Mas quem foi e que evidencias existem, sao questões que nunca tiveram resposta. E que nem as “Samora Hearings”, nem as declaracoes de Honwana esclarecem.

O Canal acaba de prestar um mau serviço ao jornalismo moçambicano. Atribue um plano a Guebuza mas não aponta nada de concreto; e deixa transparecer que Joao Honwana faz essa acusação a Guebuza quando isso não eh liquido.



153 pessoas gostam disto.


Nkuyengany Produções O Txémbeni que é capaz é capaz sim, Não Foi Ele Que Mandou Formar os Primeiros Homens da Força de Intervênção Ràpida em Portugal a Revelia de Samora?
2 · 15 h

Ariel Sonto Esse caso nunca tera desfecho...

Marcelo Mosse Espero que nao me acusem de me ter transferido para o G40. Mas acho que jornalismo eh uma profissao que exige rigor...a edicao desta semana do Canal esta a circular com aquele titulo na capa e meio mundo ja acredita que Guebuza tinha esse tal plano...mas onde estao tais evidencias de que havia plano? Nenhuma. Um abraco Veloso.
36 · 15 h

Sic Spirou Lenon Arnaldo vais ficar feliz na certa com esta leitura.

Nkuyengany Produções os tipos da frelimo onde o guebuza està refugiado têm face de book não? deixe-os responder por favôr
2 · 15 h

Cristiano Matsinhe A moda do CCJC, e como bem denunciou Filipe Couto, "se a memoria nao me falha", em depoimento publico, alguns anos atras, Graca Machel indicou saber quem esta por detras da Morte de Samora Machel. Enquanto as zonas de penumbra nao forem iluminadas ficamos susceptiveis a todo o tipo de teorias. Na preserveranca em busca da verdade... haja paciencia pra distinguir o joio do trigo.
9 · 15 h

Vicente Macuacua " Em Robin Ireland, lia jornais com dois anos de atraso. O objectivo não era actualizar - me, mas simplesmente conhecer a orientação editorial de cada um deles" Nelson Mandela in Long walk to freedom. Nota : Li há mais de 15 anos, portanto, admito pequenos erros na citação.
2 · 8 h · Editado

Fabio Munico bravo suena muy bemVer tradução

Herculano Cumbi Reco O jornal canal de mocambique tem informadores bons mas tem uns influintes internamente com capacidade de manipulacao mto grande eq estragam tudo e o Nini satar ja denucio quem sao.qndo e assim tem q se tomar medidas pork Mocambicanos nao merecem manipulados e disiformados por jornalistas de meia tigela como Nini os chama.
2 · 15 h

Raul Junior Eu acho que o avião tupolev fora abatido pelo regime do apartheid! Guebuza é muito nacionalista e provou a todos que ama esta terra e o seu povo. Foi, sem dúvidas, o presidente que em pouco tempo tirou Moçambique do abismo. Fui recentemente à swazilandia, e vi meu Moçambique de ha 10 anos! A propósito, lembram se que muitos moçambicanos já nao veem a swazi como el doirado. No tempo do mano Chissa quase so se falava de manzine. Guebuza é homem de coração. Cometeu erros, mas sao superados pela obra que fez! Aliás todos os presidentes de Moçambique deram os seus contributos daí que haja boas razões para o actual chefe de estado moçambicano nao se preocupar em muita ideologia, pois inspira se nas de Mondlane, Samora, Chissano e de Guebuza.

Ismael Agy Escova a esta altura?
1 · 11 h

Nkuyengany Produções Senhor Raul pah!
5 · 15 h

Zenaida Machado E ja nao eh a primeira vez que o Canal faz isso...Eu li o artigo em ingles de onde o Canal traduziu a informacaco - e se esqueceu de citar a fonte. Esse tipo de jornalismo devia agradecer o facto de em Mocambique, ser possivel acusar um ex presidente de matar outro ex presidente, sem se ser presenteado com uma intimacao de tribunal ou dos servicos secretos.
13 · 15 h

Alfredo Macuácua Mana Zenaida Machado, em defesa das boas práticas da profissão, klap klap klap

3 · 14 h

Marcelo Mosse Tas na bufaria?
2 · 14 h


Jasmin Rodrigues "Guebuza e muito Nacionalista e provou a todos que ama esta terra e o seu povo. Foi sem duvidas o presidente que em pouco tempo tirou Mocambique do abismo" !!!!!
5 · 14 h

1 · 14 h

Jasmin Rodrigues Deve viver em Marte ou outra galaxia qualquer!
4 · 14 h

Rafael Ricardo Dias Machalela Não é possísvel. Eu não li isto... Vou até fazer ScreenShot...
2 · 14 h

Alexandre Barroso Rafael Meu caro amigo, deves estar equivocado! Armando Guebuza foi o pior presidente que tivemos...os números da sua governação falam por si...não creio que mesmo a olho nu da para ver isso?!
1 · 8 h

Joao Cabrita Se o Canal de Moçambique, ao reportar o que consta do depoimento de João Honwana perante a TRC, prestou um mau serviço ao jornalismo, será que poderemos dizer o mesmo de Marcelo Mosse quando em “Samora, Homem do Povo” (Edições Maguezo, 2001, pp. 139-143.), fez alusão às alegações de Graça Machel perante essa mesma TRC de que 2 generais moçambicanos teriam conspirado com a apartheid no suposto crime de Mbuzini? Aonde estão esses generais? como é que conspiraram? e quando e como é que essa suposta conspiração anula os efeitos e as consequências das falhas em série de quem tripulava o Tupolev presidencial? O director do Canal de Moçambique, Fernando Veloso, tem algo a acrescentar?
11 · 14 h · Editado

Marcelo Mosse Joao Cabrita Minha resposta as tuas questoes estao la mais a frente. Segue os comentarios. Mas quem mencionou o generais foi Graca Machel. Nao fui eu. Eu apenas reproduzi suas declaracoes. E nao parti de suas declaracoes para deduzir que foram os generais fulano e sicrano. Eu tambem gostaria que Graca Machel um dia abrisse mais o livro sobre Mbunzine. E espero que suas declaracoes na Comissao da Verdade e Reconcialicao seja igualmente libertada a luz da legislacao sul africana sobre acesso a informacao. Um grande abraco.
1 · 6 h · Editado

Lenon Arnaldo Independência vs Libertinagem jornalistico. A troco de saguantes, os tipos estam a manchar toda uma classe; pena, as vovuzelas e farpas lançadas contra os da pública, não sejam, na mesma dimensão a que são lançadas contra estes - será porquê ?

Estes tipos , ou bumam muito ou andam a assistir em demasia CSI

Jasmin Rodrigues Exactamente a minha questao!!!

Lucas Arnaldo Mazive Tamos anciosos e conhecer.

Circle Langa Já tinha referido uma vez que a "perseguição sem tréguas", à figura "Guebuziana" e os seus, está a arrastar este jornal para um sensacionalismo sem precedentes no jornalismo moçambicano. Corre o risco de bater o ex-Fim-de-semana. O pior é que o editor está a "assassinar" uma excelente carreira que vinha construindo em algumas edições com forte teor investigativo como, por exemplo, o caso LAM. Esta última edição é a "ponta do iceberg". Na primeira cobertura a morte de SISTAC fez o mesmo. Trouxe como título "FRELIMO DE ASSASSINOS" mas o miolo não tinha mínima substância que justificasse o título. Alguém anda a aclama-los ao invés de os assessorar. Um dia vão cair no ridículo.

P.S.: Está provado que o resultado do sensacionalismo é o caos e a violência.
7 · 14 h · Editado

Vasco Acha Joao Cabrita tu colectaste muita informação e estudaste bastante sobre aviação para perceber tecnicamente o Tupulev o que podes nos dizer agora? Porque a tua tese incidiu sobre questões tecnicas do aviao e a tripulação

Alfredo Macuácua Evidências....

Alfredo Macuácua Raul Junior, respeito a sua opinião, aliás, é um direito que lhe assiste, mas, tas nas trevas....
3 · 14 h

Joao Cabrita Vasco Acha, continuo a defender a mesma posição: Mbuzini foi consequência daquilo que na terminologia da ICAO se designa de “factores humanos”. Por outras palavras, erros da tripulação. Os erros estão documentados. Não foi o apartheid a documentá-los, como continua a propalar o Sr. Paul Fauvet e outros. Foi uma equipa tripartida de investigadores da África do Sul (Estado de Ocorrência do desastre), de Moçambique (Estado de Registo da aeronave sinistrada em Mbuzini), e URSS (Estado de Fabrico do avião) que compilou os factos do acidente e reproduziu-os num Relatório Factual – por todos esses Estados assinado unanimemente.

O mais escandaloso no meio de tudo isto é que o Estado moçambicano concordou com todas as conclusões da Comissão de Inquérito sul-africana sobre as causas do acidente. A posição do Estado moçambicano consta do Relatório da Comissão de Inquérito sul-africana. Quando recorri a esse relatório para escrever um livro, o pobre diabo à testa do serviço de língua inglesa da AIM foi para as páginas do SAVANA dizer que eu havia ido ao caixote do lixo do apartheid.

O que a TRC fez foi uma autêntica paródia. A jornalista Debora Patta, que actuou como consultora da TRC, não tem a mínima noção das circunstâncias do acidente de Mbuzini. Nem ela, nem o chefe de investigações especiais da TRC, Wilson Magadhla. No meio de muita arrogância e ignorância, ambos quiseram à viva força transformar um acidente, resultante de erros de palmatória de quem tripulava o Tupolev presidencial, em crime político. Tão irresponsáveis são essas duas pessoas, como o presidente da comissão de inquérito moçambicana: ambos falam de VOR, mas não sabem para que serve, nem como funciona, nem tão pouco se deram ao trabalho de pedir a pilotos e a controladores de tráfego que lhes explicassem quais os procedimentos a cumprir quando uma avião aterra. Aludem à existência de um suposto VOR falso, quando as palavras do Comandante e do Navegador do avião, nos últimos segundos antes da colisão, são cristalinamente claras:

Comandante: “There’s nowhere to go, no NDBs (Non-Directional Beacons), there is nothing”.

Navegador: “Neither NDBs, nor ILS”.

Se houvesse um VOR – falso ou verdadeiro – obviamente que o Comandante não teria dito: “There is nothing”.
10 · 13 h · Editado

Estevao Mabjaia A hipótese de envolvimento Soviético no assassinato de Samora - por este ter começado a mudar, de certa forma, o alinhamento ideológico pré e pós independência - não é plausível?
3 · 11 h · Editado

El Patriota Bravo Cabrita, bravo.
1 · 7 h

Sandro Issufo O Sr. Cabrita faz uma interpretação técnica do sucedido, no entanto, nada obsta que o "erro humano" tenha sido premeditado e orquestrado, tendo em conta a larga experiência da tripulação, parece-me que os sucessivos "erros" foram muito grosseiros, deixando uma enorme suspeita de conspiração.....

João Carlos Se não houve o tal VOR, quer dizer que os pilotos, do nada, desataram a mudar a rota do voo ?? Ou tratou-se de um despenhamento deliberado, como temos visto ultimamente João Cabrita ???

Joao Cabrita Não foi despenhamento deliberado. A transcrição do CVR prova-o. Mais dados nas partes do novo capítulo (O Voo TM103) que estou a divulgar, na expectativa de poder esclarecer o que sucedeu com o voo presidencial - e desmistificar teses de sabotagem.

Dino Foi Muito bem posto mano Marcelo Mosse.
4 · 13 h

Filipe Zivane Tal é a sede que temos de tirar as "bufas" para fora, que quando não há bufas arrotamos sem maneiras. O titulo do Canal de Moçambique sugere que o coronel soubesse mais do que todos nós. Como diz o autor do post , os depoimentos de João Honwana versavam sobre dados circunstancias do pretenso isolamento de Samora nada mais de extraordinario. Nada que não fosse do conhecimento geral. Alto lá Canal de Moçambique.
6 · 13 h

Gito Katawala A procura de sarna. Hehehehe, cuidado que podem apanhar varicela. Hehehehe....
1 · 11 h

Ismael Agy Circle Langa,Jasmin Rodrigues e Raul Junior:porquê tanta escova?
2 · 10 h

Edumundo Pangara Falar dum assunto com bases e fundamentos palpáveis eleva a quem fala acima do assunto falado, parabéns Marcelo Mosse.
1 · 10 h

Gilberto Gomes Mais um bom exemplo do jornalismo humano do marcelo mosse, meu ex-editor no então matutino metical, e que também tenho me inspirado por ele vezes sem contas. Não venho para falar do abecedário do jornalismo, mas alguns deveriam o tê-lo todos os dias aonde se encontrarem. Um acidente mata 4 pessoas é da responsabilidade do jornalista dizer/falar/escrever. Mas a causa desse acidente não deve partir do jornalista, deve sim ser da responsabilidade do elemento da polícia de trànsito ouvido no local ou noutro, e incluindo testemenhas oculares... Um bom e profissional jornalista não inventa ou cria noticias a seu bell prazer, ele sempre tem que contar com fontes de origem da informação.
3 · 9 h

Gilberto Gomes Tinha apenas 11 anos quando samora morre naquele fatídico acidente aéreo, que suponho tenha ocorrido num final de semana. Eu fazia a 6a classe do antigo sistema na escola secundária da manga, na beira. Crescí com algumas versões: 1-Que Samora viveu 4 horas após o acidente; 2-Que a destruição do avião também teria afectado o corpo da vítima; 3-E que depois do sinístro enquanto samora ainda vivo e contorcendo-se desta ou daquela dór e chamando pelo socorro terão sido visto alguns homens ou militares branços. -Qual delas é verdadeira?
2 · 9 h

Joao Cabrita Gilberto Gomes: Samora Machel teve morte instantânea: metade do cérebro ficou desfeito, os pulmões e o coração arrancados do tórax por acção dos metais da estrutura do avião. Não sou médico, nem preciso ser médico para concluir não ser possível um ser humano viver 4 horas depois de contrair ferimentos dessa natureza.
3 · 6 h · Editado

Gilberto Gomes Obrigado meu amigo. Esse cenário era previsivel. E eu bem o disse na versão 2 que a destruiçao do aviao também teria afectado o corpo da vítma. Contudo thank you very much por ter colocado o ponto no í.
1 · 6 h

Gilberto Gomes E agora 2 inquietações: 1-Se Samora tivesse sobrevivido daquele acidente que tipo de presidente esperariamos? 2-Qual era a finalidade ou objectivo da ida da Graça Machel a um Matrimónio na África de Sul?

Rui Helder Guilaze Domingo para segunda. Também estava na sexta e também ouvi uma série de versões, incluindo as que citaste, Gilberto Gomes... A minha pergunta é a mesma que a tua

Artur Deemann Nhantumbo É uma aberração o que o jornal fez. Fiquei na expectativa de ver algo de concreto. O que vi foram apenas acusações grosseiras sem fundamento algum. Muito se diz que houve envolvimento de locais. Quem sao esses?
Este caso me fez lembra do caso do MBS em que dizia a todos ventos que era o barão da dogra. No fim da esquina eis que o americano, depiis de sujar a figura disse apenas trata-se de algo que está sendo investigado.
Canal de Moçambique com recursos ao sensacionalismo consegui vender o seu jornal
1 · 8 h

Gilberto Gomes Oh pah! Não estava e nem estou sozinho neste vazio/incógnita... Também o amigo Rui Helder tem as mesmas inquietações que minhas: Queremos saber a verdade de quem de direito, ou alguém que saiba mais que nós... Após o anúncio oficial da trágica notícia pelo kota marcelino dos santos, naquela 2af quase que não houve aulas e a semana toda ficou condicionada... E é óbvio que como filhos, mesmo 29 anos depois, queirámos saber de que o nosso pai samora morreu?
1 · 8 h

Gilberto Gomes E a pautarmos pelo sensacionalismo julgo que já é preocupante para a eficácia da democracia e do próprio direito à liberdade de expressão... E para que se regulem a um bom curso das coisas o estado tem que regressar ás sensuras, será bom?
1 · 8 h

Amarildo Chale Excelente artigo
1 · 8 h

Mablinga Shikhani É o "Satungira News" a fazer o seu papel no contexto politico nacional e "enterrar vivo" quem sempre perseguiu e odeia: Guebuza. Jogo sujo, torpe e mesquinho. "Jornalixo" de orientação politica.
3 · 6 h · Editado

Joaquim Tomo Este distinto perseguido é um sujeito impopular. Por este caminho, morte de Samora, nada se pode esperar. Guebuza semeou o ódio e com certeza não colheu ainda todos os frutos da sua vindima. 
O tipo respira inimizade até com as crianças. O Canal de Moçambique é um fruto ordinário das suas sementes. Tenta incrimina-lo a todo custo, empregando até a mentira. Arma do G40.
Na igualdade de armas e de torpedos a gente ri, sem tanto ser preciso.
2 · 7 h · Editado

Horácio André Cuna Jornalixo para vender papel, apenas...
1 · 7 h

Agostinho Augusto O canal apenas reportou o que ta documentado, nao vejo pork tanta diabolizacao ao canal.
3 · 6 h

Sandro Issufo Marcelo, esse género de capas "sensacionalistas" tem como objectivo vender, é o "jornalismo" da barriga. Julgo que o presidente Guebuza tem matéria para avançar com um processo de calúnia e difamação contra esse "jornal".

Marcelo Mosse Joao Cabrita 1) Sei que o artigo do Canal foi escrito por ti. Sei tambem tambem da tua cruzada contra outras causas possiveis do despenhamento do Tupolev, nomeadamente a do alegado falso VOR e de outros episodios que indiciariam o regime do Apartheid, mas minha motivacao para a postagem nao era discutir isso. Seria uma discussao sem fim. Fiz o post apenas para denunciar essa manipulacao dos factos, essa tremenda falta de rigor....nao tenho nenhuma motivacao particular para defender o Presidente Guebuza. Agora creio que nao eh correcto estar a acusa-lo de um plano sem mostrar evidencias disso. 2) Quanto ao meu texto na obra sobre Samora Machel publicada pela Maguezo Editores em 2001, eu apenas cito declaracoes da Dra Graca Mache nessa Comissao da Verdade e Reconciliacao. E cito com rigor. Nao parto dessas declaracoes para nomear pessoas que Graca nao nomeiou. Nao invento factos consumados, apenas teorizo sobre essa provavel "mao interna".
10 · 6 h

Gilberto Gomes Reportou ou publicou? Reportar algo é desenvolver uma noticia e exige confrontação de fáctos e fontes...
1 · 6 h

Sandro Issufo O Sr. Cabrita faz uma interpretação técnica do sucedido, no entanto, nada obsta que o "erro humano" tenha sido premeditado e orquestrado, tendo em conta a larga experiência da tripulação, parece-me que os sucessivos "erros" foram muito grosseiros, deixando uma enorme suspeita de conspiração.....
1 · 6 h

Horácio André Cuna Por falar em larga experiência da tripulação, sabe dizer quantas horas de voo tinha cada um dos seus membros? Essas horas seriam o ideal para conduzir um chefe de estado de um país aliado? Curiosidade, apenas...

Joao Cabrita Sandro Issufo: independentemente da larga experiência da tripulação, ela não deixa de ser constituída por seres humaos e os seres humanos erram. Os erros daquela tripulação no dia do acidente estão docmentados; não foram fabricados - nem «conzinhados», para citar Paul Fauvet.

Joao Cabrita Horácio André Cuna faz-me lembrar Sérgio Vieira com a questão das horas de voo de cada um dos tripulantes. Uma tripulação 'milionária' em termos de horas de voo, segundo Sérgio Vieira, o que, na lógica dele, é prova de que não poderiam de forma alguma cometer erros. A mesma resposta que dei a Sandro Issufo, dou-lha a si: podem ser milionários ou multimilionários em termos de horas de voo, mas não deixam de ser seres humanos. Seria o mesmo que dizer que todos os desastres de avição são apenas causadas por tripulações não milionárias. As estatísticas provam precisamente o contrário.

Sandro Issufo Comandante 13.056 horas
Co-piloto 3.790 horas
Navegador 12.948 horas
Operador de Rádio14.370 horas
Mecânico de Bordo 6.203 horas
1 · 6 h

Sandro Issufo Sr. Cabrita, não existem evidências desses erros terem sido premeditados ou não....essa é uma enorme janela que abre espaço para várias teórias de conspiração.....nem mesmo o Sr. Cabrita pode nos garantir que os erros não foram propositados....para uma tripulação que transportava o Presidente da República, foram cometidos demasiados erros...

Joao Cabrita Mablinga Shikhani, que integra o elenco G40, é a última pessoa autorizada a falar sobre mau ou bom jornalismo. Xenófobo assumido, Mablinga Shikhani devia estar calado.

Américo Matavele Eh eh eh eh... Afinal o mano Cabrita é que escreveu este artigo do Canal de Moçambique? Não sabia que colaborava com este jornal.

De Macas O canalmoz vendendo jornais com notícias sensacionalistas. Será que isso é jornalismo?

John Wetela Que se devulgue quem e que matou samora, temos interesse com isso
2 · 6 h

Fausto Quinhas Ate pode ser possivel q Guebas esteja involvido, com remorsos e culpa todo seu governo montou estatuas e as notas do metical so tem samora.
1 · 6 h

Joao Cabrita Horas de Voo dos Tripulantes do Tupolev 134A-3 acidentado em Mbuzini em 19 Out 86

Comandante: 13,056 horas
Co-Piloto: 3,790 horas
Mecânico de Bordo: 6,203 horas
Navegador: 12,948 horas
Operador de Rádio: 14,370 horas

Horácio André Cuna, obtive estas horas do Relatório da Comissão de Inquérito da África do Sul. Tenha cautela e não se fie em mim - segundo o Ilustre Sr. Paul Fauvet ir colher dados a esse relatório é o mesmo que ir ao caixote do lixo do apartheid.
3 · 5 h · Editado

Yussuf Adam Quando divulgam os documentos da Comissao Mocambicana de Inquerito e da Comissao Russa. Isto de bodes expiatorios e um tradicao nossa . Acusaram SV, como tinham acusado JC na morte de EM, acusaram G, M e tantos outros. Segundo a CVR da RSA os que estavam na torre de controlo de Maputo foram dealt with,isto e, provavelmente eliminados. A evidencia que esta nos documentos divulgados do Samora hearings mostra que houve uma operacao sul/africana com ligacoes com outros paises ou individuos desses paises na montagem da arapuca. Esta operacao para abater o aviao, na minha opiniao, foi preparada com tempo e minucia. Os dados que foram divulgados pelos SA e pela Margot Comission indiciam uma estrategia de esconder a evidenciaa e criar confusao. Nao fomos capazes como Estado de tomar as medidas necessarias para evitar que o IN conseguisse os seus objectivos. Tambem houve violacao das regras internas de Mocambique quanto a voos presidenciais / depois do sol posto nao se voa. Va la alguem dizer ao Marechal, Presidente, Chefe dos exercitos que nao podia voar. Os historiadores para trabalhar precisam de fontes e essas fontes ainda estao no segredo dos deuses. Para um debate serio e profundo necessitamos da documentacao. Ha licoes a tirar para o futuro e para o presente. Que tristeza lembrar me dos amigos e colegas que morreram na queda do Tupolev. Devemos a eles e as suas familias e a cada um de nos o esclarecimento deste desastre como de outros.
5 · 6 h

Sandro Issufo Sr. Cabrita, não existem evidências desses erros terem sido premeditados ou não....essa é uma enorme janela que abre espaço para várias teórias de conspiração.....nem mesmo o Sr. Cabrita pode nos garantir que os erros não foram propositados....para uma tripulação que transportava o Presidente da República, foram cometidos demasiados erros...

Joao Cabrita Caro Yussuf Adam: os documentos da Comissão Moçambicana de Inquérito e da Comissão Russa fazem parte do Relatório da Comissão de Inquérito sul-africana. Este relatório está disponível no portal electrónico da Aviação Civil da África do Sul: www.caa.co.za
1 · 5 h · Editado

Yussuf Adam obrigado. vou baixar...
1 · 5 h

Joao Cabrita Como historiador que és, Yussuf Adam, surpreende-me o que acabas de escrever. O operador da Torre de Controlo de Maputo de serviço na noite do acidente, Jesus Cardoso, não foi «dealt with». Está vivo, e segundo o investigador da parte sul-africana que o entrevistou em Maputo - na presença de Cat Frostel, finlandês designado pela ICAO para prestar assistência a Moçambique nas investigações - foi das 'testemunhas mais credíveis'. O que a CVR disse a este respeito, por via de Debora Patta, é mais uma prova - entre muitas - da charada dos inquéritos por ela realizados. As transcrições destes inquéritos recentemente divulgadas demonstran claramente que nem Debora Patta nem os restantes membros do painel tinham a mínima noção dos pormenores do acidente de Mbuzini. Tanto assim é que as investigações posteriormente realizadas pelos Escorpiões (a mando de Mbeki) e pelos Falcões (a mando de Zuma) nada revelaram.
1 · 5 h · Editado

Joao Cabrita E mais, Yussuf Adam: o avião não foi abatido.
1 · 5 h

Yussuf Adam Joao ja discutimos isso. Temos intrepertacoes diferentes. Com um bom cafe falaremos...
1 · 5 h

Joao Cabrita Não tomo café, Yussuf Adam, por ser alérgico à cafeína. Acho que este é o local apropriado para se trazer tudo a limpo, especialmente quando Marcelo Mosse entra na 'grande área' com questões de honra e de maus serviços prestados ao jornalismo.
2 · 5 h · Editado

Marcelino Botao Bom dia chará. Nao quero comentar seu artigo, mas sim, pura e simplesmente ajudá-lo a usar o presente indicativo do ver ser. Melhor, para escreveres " é", basta usar o " Alt" simultaneamente digitar o número " 130". Foi só para compartilhar porque tbm sofria muito usando "eh".
1 · 5 h

Helder Morgamo Culumba ... em tempos de PROMISCUIDADE POLíTICA a verdade sobre a morte de Samora Machel é inconviniente e ela nunca será desvendada através de especulações. Por uma razão muito simples, nós é que "matamos" o Samora para coabitar com o cão tinhoso mesmo depois do Luís Bernardo Honwana ter nos exortado a matarmos o cão tinhoso. Talvez por que o cão tinhoso contemporâneo não tem olhos azuis, tem olhos castanhos escuros. Porém, os americanos sabem das verdadeiras causas que levaram a morte John Kennedy e vêem gerindo essa verdade pois temos que fazer o mesmo.
1 · 5 h

Joao Cabrita Em resposta à minha pergunta, Marcelo Mosse diz-nos : “Quanto ao meu texto na obra sobre Samora Machel publicada pela Maguezo Editores em 2001, eu apenas cito declaracoes da Dra Graca Mache nessa Comissao da Verdade e Reconciliacao. E cito com rigor. Nao parto dessas declaracoes para nomear pessoas que Graca nao nomeiou. Nao invento factos consumados, apenas teorizo sobre essa provavel "mao interna".”

Ora bem, eu não acusei Mosse de inventar factos ou de ter agido sem rigor. A minha pergunta foi simples e clara ao dizer que Mosse havia «FEITO ALUSÃO às alegações de Graça Machel perante a TRC», da mesma forma que o Canal de Moçambique aludiu ao depoimento de Honwana.

Cabe agora a Marcelo Mosse provar perante todos nós como, e de que forma, as alegações de João Homnwana perante a TRC foram «inventadas» pelo Canal de Moçambique.

Uma mera questão de curiosidade, Marcelo Mosse: Por acaso leu o depoimento de João Honwana, tal como transcrito pela TRC, e divulgado o mês passado na África do Sul?
2 · 3 h · Editado

Joao Cabrita E quando Marcelo Mosse fala em mau serviço prestado ao jornalismo, o que dizer daqueles que em redacções da comunicação social moçambicana optaram por tratar o acidente de Mbuzini como terrorismo de Estado, acto de sabotagem, e crime premeditado, muito antes das investigações do desastre terem ficado concluídas e sem que as partes (Moçambique, URSS e África do Sul) tivessem sequer chegado a acordo quanto à forma como seriam analisadas as caixas negras do Tupolev presidencial ?

Quanto a mim, que fique claro: isso não foi um mau, mas um péssimo serviço prestado ao jornalismo.
1 · 4 h · Editado

Joao Cabrita Américo Matavele, o artigo não é meu. Quanto ao Canal de Moçambique, sou sócio fundador da empresa proprietária (Imprel, Lda) - sócio maioritário, note-se.
1 · 4 h

Américo Matavele Ok, thanks. É que o mano Marcelo afirmou mais acima que era da sua autoria. Foi um mal entendido meu.
1 · 4 h

Initovitch Gulupov Joao Cabrita, Marcelo Mosse, Jasmin Rodrigues, Yussuf Adam, Sandro Issufo e tantos outros, tudo que se pode concluir é: VOCES TEM MUITO CONHECIMENTO HISTORICO CIENTIFICO INCLUINDO OPERACIONAL DO TUPOLEV, portanto ao em vez de acabarem dias aqui discutido a melhor colocacao dos "verbos", porque nao se juntam, nao fisica mas cientificamente e trazer nos resultados. Parem de nhem nhem nhems, ja entraram em "disse nao disse e que nao disse". Estamos a espera e anciosos em saber quem matou (se foi morto) Machel.
1 · 3 h

João Feijó O problema muitas vezes está no título, que não exprime o que aparece no corpo do texto e que lhe confere um tom bastante sensacionalista.
2 · 3 h

Joao Cabrita Initovitch Gulupov, com todo o prazer, passo a divulgar - por partes - um novo capítulo a ser inserido na segunda edição do livro A Morte de Samora Machel, inicialmente publicado em 2005. Espero que o texto responda às suas questões.
1 · 3 h

Joao Cabrita PARTE 1

O Voo TM103

A União Soviética considerou sempre o acidente de Mbuzini em função da volta prematura que a aeronave efectuou à direita e não das falhas da tripulação, antes – e especialmente depois – dessa manobra. Embora durante a fase das investigações em Moscovo “os soviéticos tivessem considerado de plausível a hipótese avançada pela África do Sul de que a volta prematura a estibordo resultara do facto de os pilotos terem inadvertidamente seleccionado a frequência da estação VOR de Matsapha por serem bastante semelhantes, eles cedo recuaram ao se aperceberem de que Matsapha não se localizava na África do Sul, mas na Suazilândia”. (1) Por isso, o realce dado pela parte soviética à existência de um suposto do radiofarol falso como causa do acidente, não obstante a rota seguida pelo avião após a volta à direita ter sido em direcção ao aeroporto suázi. Para a União Soviética, o voo TM103 das Linhas Aéreas de Moçambique, LAM, seria a prova conclusiva da tese por ela defendida.

A viagem do Presidente Samora Machel estava prevista para ser efectuada num Boeing-737 da transportadora aérea moçambicana, o C9-BAA.(2) Dois dias antes, porém, o Comandante Sá Marques, que era quem iria pilotar o avião, foi notificado de que passaria em vez disso a efectuar o voo de carreira, Maputo-Beira-Maputo de 19 de Outubro. Apesar do cancelamento do voo da LAM com destino à Zâmbia, o C9-BAA e os respectivos pilotos ficariam para sempre ligados ao desastre de Mbuzini, mormente às investigações das circunstâncias em que ocorreu.

Quando regressava da Beira, o C9-BAA entrou em contacto com a Torre de Controlo do Aeródromo de Maputo cerca de um quarto de hora depois do despenhamento do Tupolev. O Comandante Sá Marques informou que estava a aproximar-se do ponto de referência do Limpopo, e que previa aterrar na capital moçambicana dentro de cerca de 30 minutos quando fossem 20h10m. Solicitou à Torre de Controlo o boletim meteorológico actualizado no âmbito dos preparativos para uma aproximação final à pista de Maputo. Dado que de acordo com o Protocolo dos Voos VIP nenhuma aeronave podia aterrar até 30 minutos antes da chegada de um voo presidencial, o Comandante Sá Marques pediu ainda a confirmação da hora de chegada do Tupolev que estava prevista para as 19h25m. Em vez disso, a Torre de Controlo pediu a Sá Marques que tentasse comunicar com o Tupolev presidencial pois havia perdido o contacto com o avião transportando o chefe de Estado moçambicano depois de lhe ter dado permissão para uma aproximação visual à pista 05. Por diversas vezes e utilizando frequências diferentes, o C9-BAA tentou entrar em comunicação com o Tupolev presidencial, mas sem sucesso. 

Posteriormente, o comandante do voo TM103 da LAM recebeu instruções para regressar à Beira uma vez que o aeródromo de Maputo passara, entretanto, a estar encerrado ao tráfego aéreo.(3) 

NOTAS. 

1. Renie van Zyl, entrevista com o autor, Midrand, África do Sul, 08 Julho 2010. 

2. Comandante Sá Marques, entrevista com o autor, Lisboa, 29 Dez 2006. 

3. Os pormenores das comunicações entre o C9-CAA e a Torre de Controlo do Aeródromo de Maputo constam do Relatório da Comissão de Inquérito, pp. 130-133.
2 · 2 h · Editado

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Joao Cabrita O Voo TM103

PARTE 2

Como antes referido, o facto do avião da LAM ter inicialmente estabelecido contacto com a Torre de Controlo quando se encontrava a cerca de 190 milhas náuticas da capital moçambicana – e enquanto decorria o voo do Tupolev – era, na opinião dos investigadores soviéticos, a indicação da presença de um radiofarol VOR falso. Segundo eles, para o C9-BAA poder estar em sintonia com o VOR de Maputo a essa distância seria necessário um transmissor VOR com uma potência que excedesse os 200 W, ao passo que a estação emissora do aeródromo de Maputo não excedia os 50 W. Na óptica soviética havia, portanto, um radiofarol falso a transmitir na mesma frequência do de Maputo, mas de potência superior.

Das vezes que os pilotos do C9-BAA foram convocados a prestar declarações aos investigadores soviéticos em Maputo, a questão do alegado VOR falso foi o tema dominante. O Comandante Sá Marques foi peremptório, afirmando “estar absolutamente certo de que voava em direcção à estação VOR de Maputo,” e que, por uma questão de rotina, voltara a “verificar que se encontrava na rota certa através do radar de Maputo e do emissor de onda média (737 MHz) da Rádio Moçambique” situado na Matola. Acrescentou que quando recebeu instruções para regressar à Beira, “continuou a ter indicações nos instrumentos de bordo de que o avião estava em sintonia com a estação VOR do Aeródromo de Maputo”. Perante a incredulidade dos investigadores soviéticos, o Comandante Sá Marques sugeriu que se “retirasse a caixa negra do Boeing-737 para uma reconstituição da trajectória seguida pelo avião e assim se determinar se tinha havido, ou não, um desvio de rota”. (4)

Bernard Craiger, um dos três peritos designados pela ICAO para prestar assistência à parte moçambicana na reconstituição da trajectória do Tupolev presidencial, também procedeu à reconstituição da trajectória seguida pelo Boeing-737 das LAM no voo Beira-Maputo-Beira. No relatório que elaborou, Craiger referiu que a trajectória do C9-BAA havia sido rectilínea, anulando assim a hipótese de desvio de rota, tal como alegado pelos investigadores soviéticos.

Recorda Sá Marques que os investigadores soviéticos “questionaram a razão de eu ter recorrido ao emissor da Rádio Moçambique. Para minha estupefacção, o Engenheiro António Neves, que se encontrava presente, comentou que ‘o Comandante Sá Marques vinha sintonizado na frequência da Rádio Moçambique para escutar música’. Expliquei aos investigadores que o recurso ao emissor de onda média da Matola era um procedimento normal para os pilotos terem a certeza de que navegavam na rota certa, procedimento esse motivado pelo facto de nem todas as ajudas à navegação em redor de Maputo se encontrarem operacionais”. (5)

Um outro comandante da LAM, Franklin Bastos, confirmou a utilização do emissor da Rádio Moçambique como ajuda à navageção aérea. Disse que “em 79 e 80, houve aqui uma crise muito grande de rádio-ajudas, pelo que a nossa rádio-ajuda era a Matola, com a Rádio Moçambique. Dava, pelo menos, para chegar à Matola e, se houvesse condições de visibilidade, aterrávamos. Porque, como sabe, o nosso receptor indica-nos o sentido da estação que está a emitir.” Franklin Bastos salientou que “à noite a propagação é muito boa e, por vezes, na Beira, já estou com a RM (Rádio Moçambique) como informação complementar, com a agulha a apontar para Maputo”. (6)

Segundo o Comandante Sá Marques, numa subsequente entrevista com os investigadores soviéticos, eles apresentaram um mapa exibindo o seguimento da rota do C9-BAA por um radar militar situado no Limpopo. “Inclusive, perguntaram-me se tínhamos comunicação com essa base militar e qual a possibilidade desta dar informações sobre a rota.” (7) Sá Marques salientou que “o esquema mostrava um seguimento de rota correcto, com espaçamentos de 5 minutos até ao Limpopo, onde reduzi a velocidade do avião. E no troço seguinte, nos mesmos 5 minutos, a distância percorrida correspondia a uma velocidade superior a 1500 km/hora, com a particularidade de o trajecto passar a ser ligeiramente curvilíneo”. O Comandante do C9-BAA fez ver aos investigadores soviéticos que "era de todo impossível um Boeing-737 voar a mais de 1500 km/hora”, sensivelmente o dobro da velocidade cruzeiro de um avião desse tipo. “A não ser”, ironizou, que “o meu avião estivesse equipado com um afterburner”. O afterburner é um dispositivo normalmente utilizado em aviões militares, que lhes confere um maior impulso, permitindo descolagens de pistas curtas, como a de um porta-aviões. Não é usado em aviões comerciais pelo facto de aumentar acentuadamente o consumo de combustível. “A reacção de um dos investigadores soviéticos”, disse Sá Marques, foi “amachucar o mapa, atirando-o para o cesto dos papéis”. (9)

Quanto ao facto do C9-BAA ter entrado em sintonia com a estação VOR de Maputo a uma distância que os investigadores soviéticos consideraram de excessiva, o Co-piloto do voo TM103, Baptista Honwana, corroborou as palavras do Comandante Sá Marques, tendo acrescentado que “em ocasiões anteriores, o VOR de Maputo havia sido captado a 180 milhas e até superiores”, podendo “recordar-se de vezes em que a estação havia sido captada a 216 milhas náuticas”.(10) Outros pilotos das LAM contrariam igualmente o parecer da União Soviética. Armando Cró Braz, um antigo Piloto-Comandante e instrutor que efectuou diversos voos com o Presidente Samora Machel em aeronaves da transportadora aérea moçambicana, disse que “era comum apanhar o VOR de Maputo a mais de 200 milhas náuticas.” Cró Braz acrescentou que “ao VOR está agregado o Equipamento de Medição de Distância, o DME, que indica a distância certa em milhas náuticas a que o avião se encontra da estação emissora VOR, e que era normal apanhar o VOR de Maputo a uma distância de 230 milhas náuticas.”(11) Segundo o Comandante Franklin Bastos, “voando da Beira a 35 mil pés de altitude, é normal captar o VOR de Maputo e obter a distância, através do DME, a 200 milhas”. (12) Tal como referido no Relatório da Comissão de Inquérito, “um avião que aterrou em Maputo às 16h00 (no dia do acidente) obteve o sinal do DME e do VOR a 200 milhas náuticas”. (13) [continua]

NOTAS

4. Comandante Sá Marques, entrevista com o autor, op. cit.
5. Ibidem. O Eng. António Neves era membro da Comissão de Inquérito moçambicana.
6. Comandante Franklin Bastos in Álvaro Belo Marques: Quem Matou Samora Machel. Ulmeiro. p. 114.
7. Comandante Sá Marques, entrevista com o autor, op. cit.
8. Ibidem
9. Ibidem
10. Baptista Honwana, citado no Relatório da Comissão de Inquérito, designadamente na página 3 dos “Comentários das Delegações Moçambicana e Soviética ao Relatório Preliminar e a Resposta da Comissão aos mesmos”
11. Comandante Armando Cró Braz, entrevista com o autor, Lisboa, 12 Ago 2011.
12. Comandante Franklin Bastos, op. cit., p. 113.
13. Relatório da Comissão de Inquérito, op. cit. p. 115. Trata-se de um Boeing-737 da LAM que realizava o voo TM173.
3 · 2 h · Editado

Isac Laiq Ey...Ya SR: Joao Cabrita tens muita informação.



Hoji Papucides ambição mata.
1 · 1 h

Nkuyengany Produções A Luta Continua Mr. Cabrita!


Armistício Mulande Este "post" do Marcelo Mosse tinha apenas um propósito: demonstrar que o título do Canal de Moçambique não tinha nada a ver com a realidade; o próprio jornal tratou de colocar isso a nu ao não mencionar, em nenhum momento, no texto, o tal plano de AEGuebuza para assassinar Samora. Conclusão: o título não foi nada mais do que o vilipéndio da imagem, do bom nome, da honra e da dignidade do cidadão AEG.
As teorias de João Cabrita já as conhecemos; foram por diversas vezes rebatidas e re-rebatidas. Nada de novo; como nada de novo encontramos nos vários livros e artigos escritos depois disso. Como todos os outros acidentes deste tipo, a verdade estará no meio de toda esta nuvem de informações...mas nunca ninguém a terá nítida, nua e crua.

No mural Facebook de Marcelo Mosse apanhei esta pérola:
«Joao Cabrita:
1) Sei que o artigo do Canal foi escrito por ti. Sei tambem tambem da tua cruzada contra outras causas possiveis do despenhamento do Tupolev, nomeadamente a do alegado falso VOR e de outros episodios que indiciariam o regime do Apartheid, mas minha motivacao para a postagem nao era discutir isso. Seria uma discussao sem fim. Fiz o post apenas para denunciar essa manipulacao dos factos, essa tremenda faltade rigor....nao tenho nenhuma motivacao particular para defender o Presidente Guebuza. Agora creio que nao eh correcto estar a acusa-lo de um plano sem mostrar evidencias disso.
2) Quanto ao meu texto na obra sobre Samora Machel publicada pela Maguezo Editores em 2001, eu apenas cito declaracoes da Dra Graca Mache nessa Comissao da Verdade e Reconciliacao. E cito com rigor. Nao parto dessas declaracoes para nomear pessoas que Graca nao nomeiou. Nao invento factos consumados, apenas teorizo sobre essa provavel "mao interna". »
Marcelo, peço-lhe encarecidamente que não use esse termo - «Cruzada». Não quero chatices como os gajos do Boko Aram ou do Al-Shabaab, nem gostaria de ver o meu lar devassado, como se fosse a redacção da Charlie Hebdo.
Marcelo, mas já que recorre a terminologia de direita, você afinal é que tem tudo de Cruzado: a desinformação é a sua Santa Sé, o teclado da sua tablete a espada com que deturpa a realidade sobre Mbuzini e ilude os incautos, o Facebook o veículo em que você cavalga rumo ao horizonte infinito da fantasia, que você jamais conseguirá penetrar – nem com o ajuda de VORes, falsos ou verdadeiros.
  • Eusébio A. P. Gwembe Roupa suja lava-se dentro, Joao Cabrita. Be cool
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  • Manuel J. P. Sumbana Parece-me que náo estou a entender patavina. Afinal qual é o 'biff' aqui?
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  • Aurelio Magalhaes Manuel J. P. Sumbana, o Joao Cabrita nao assume a autoria do texto, é esse o biff.
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  • Manuel J. P. Sumbana Marcelo Mosse, o que é que te faz acreditar que o texto é da autoria do João Cabrita?
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  • Angela Maria Serras Pires Porque sera que as pessoas sao cobardes? Porque sera que querem ter opiniao mas vivem aterrorizados com os frelos? MM ou es coerente ou fica escondido
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  • Egidio Vaz Simulação e simulacro.
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  • Gito Katawala What's going on?
    Gosto · Responder · 17 h
  • Noe Nhantumbo No fim veremos que a macrocefalia de Maputo enrola e amarra Moçambique. A soma de defensores, críticos aumenta mas a qualidade pouco se altera. O país vive uma imposição ditatorial e os iluminados discutem o sexo dos anjos. A fraude já é antiga mas de Maputo não se encontra resposta convincente. Estamos perante um paradoxo, um PR falando de uma democracia que jamais existiu. E os intelectuais fazendo de conta que nâo conhecem a verdade. E o país caminha para onde?
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  • Noe Nhantumbo O regime de Maputo está complicando as coisas. Samora morreu de morte morta e nâo há negar que existem indícios de que as coisas não foram tratadas adequadamente. Se a segurança nacional nâo é posta em causa quando morre um presidente há razâo para se questionar. As particularidades de Mbuzine foram transformadas em política por alguns e por conveniência. É contraproducente insistir em coisas óbvias. Samora morreu ou foi morto e sem que haja interesse patriótico jamais conheceremos a verdade.
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  • Marcelo Mosse A "cruzada"...? pensei que a captasse como expressao de linguagem...um recurso metaforico...a autoria do texto...?...nao vejo nenhum desmentido convicto...Mbuzine...? Nao eh minha area de especializacao...por isso nao discuto o assunto...Jornalismo? Haaaa..se quiser discutir isso a luz da mais recente capa do Canal, vamos ao ringue. Em todo o caso agradeco pela atencao. Abraco
    Gosto · Responder · 11 h
  • Joao Cabrita Nega ser Cruzado, mas admite ser homem de boxe para tratar de questões de honra. No seu mural, Marcelo Mosse, ao considerar-me de autor daquilo que você denomina de «artigo» - mas que qualquer jornalista detecta como simples reportagem factual do que vem contido num depoimento - , pôs em cheque a minha idoneidade. Pedi no seu mural que provasse o que afirmou. Não o fez. Está disposto a fazê-lo aqui? ou pretende continuar no jogo do bate-e-foge? Vai também demonstrar o que é que a reportagem deturpou ao citar o autor do depoimento?
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  • Marcelo Mosse Joao Cabrita quem nao luta por sua honra, esta "fodido". (agora coloquei aspas para tu nao imaginares coitos de verdade)...devia tambem ter dito "ringue" assim para nao me chamar de homem de boxe...mas Ok...pode ler como quiser..... Discussao de coisas elementares sobre o que eh um "artigo" ou aquilo que chama de "reportagem factual" deixo de lado. Haamm nao foi o Cabrita que escreveu? Quer prova da verdade dos factos? Quer que eu indique minha fonte de informacao, de quem tu es patrao la no Canal? Quer mesmo? Diga se sim que eu ponho a boca no trombone e depois amanha o Cabrita corta lhe no salario. Quanto as tuas duas ultimas perguntas...leia novamente meu post...mas leia despido de preconceitos...pois parece ser a unica pessoa dos que por la andaram que nao compreendeu o que eu disse.
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  • Marcelo Mosse Hammm outra coisa...interessante essa de colocar minha foto em sua postagem (agora vou tratar lhe por voce), quando voce se esconde em foto doutra pessoa... porque nao se mostra tambem como mostrou me quase todo inteirinho?
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  • Joao Cabrita Marcelo Mosse, comprovadamente, entretido no jogo do bate-e-foge, agora com questões de fotografias, como se o nome em que um mural Facebook está registado não valesse como prova de identificação.

    Mas, vamos aos factos em causa; factos que giram em torno do acidente de aviação de Mbuzini.

    Depois de investidas a propósito da campanha de desinformação sobre o acidente aéreo – campanha, essa para a qual, em consciência, ele contribuiu – decide agora Marcelo Mosse descartar-se: “Mbuzine...? Não eh minha area de especializacao...por isso nao discuto o assunto...”

    Marcelo Mosse aparenta ter memória curta. Num documentário televisivo realizado pelo jornalista sul-africano, Enoch Sithole ("A Luta Continua: Samora Machel, 20 Years Later"), Marcelo Mosse apresenta-se, efectivamente, como pessoa especializada no assunto, e com manifesta auto-confiança para discutir o tema. Começa por assumir-se como defensor da tese da conspiração, varrendo para um canto os dados recolhidos por quem investigou o acidente. São dele as seguintes palavras pronunciadas no documentário:

    “Havia, digamos, uma confluência de factos, de acções muito secretas, não é?, que tudo indicava que uma conspiração estava a ser projectada contra Samora Machel.”

    Depois, assumindo-se como porta-voz da nação, afirma, em nome dos milhões de cidadãos deste país:

    «O povo moçambicano não se convenceu com os resultados da Comissão Margo porque são resultados que de certo modo ilibavam, não é?, desresponsabilizavam o regime do apartheid.”

    Portanto, Mosse demonstra estar convicto de que o regime do apartheid foi o responsável pelo acidente e que a Comissão de Inquérito chefiada pelo juiz Cecil Magro abafou o que ele adiante considera de “assassinato”. E mais, afirma-se desapontado com a não investigação, em Moçambique, das constatações da Comissão da Verdade e Reconciliação (TRC). Volto a citá-lo:

    “Eu tenho um desapontamento e o meu desapontamento tem a ver com a não investigação – depois dessa apresentação dos resultados do TRC – em Moçambique. Por exemplo, e sobretudo, em função dos depoimentos da Sra. Graça Machel que na altura declarou taxativamente que ela sabia que o assassinato foi uma espécie de conspiração com três pés, portanto, o lado sul-africano, o lado malawiano, e o lado moçambicano.”

    Se, por um lado, Marcelo Mosse manifesta-se desapontado que em Moçambique não se tenha investigado as constatações da TRC - “sobretudo, em função dos depoimentos da Sra. Graça Machel que na altura declarou taxativamente que ela sabia que o assassinato foi uma espécie de conspiração com três pés” - , por outro lado, ele insurge-se, de forma virulenta, desprestigiante e caluniosa, contra o Canal de Moçambique por este semanário ter trazido à estampa precisamente essas mesmas constatações.

    O facto de um dos supostos conspiradores do alegado assassinato de Samora Machel ter sido apontado em audiência à porta fechada da TRC como sendo Armando Guebuza, só pode ser a explicação do desapontamento agora manifestado por Marcelo Mosse em relação a um dos depoimentos acabados de divulgar pelo Arquivo Histórico da África do Sul e que ele antes lamentava não terem sido investigados em Moçambique – mas que o Canal de Moçambique, e posteriormente o SAVANA, trouxeram a conhecimento público.
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  • Brazao Catopola Eu só gosto de um debate...vamos em frente. Mas a minha questão ridicula é o que na verdade significa aceitar uma tese ou outra sobre a morte de Samora? O que significa aceitar que foi falha da tripulaçao e o que significa aceitar a teoria de VOR?Aqui se situa ao ámago do debate? PS: juro que sou pouco conhecedor deste tema?
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  • Joao Cabrita Aceitar a teoria de VOR, Brazao Catopola, significa aceitar a adulteração da história, a deturpação dos factos, o ludibriar dos cidadãos. 

    Acrescida à dor e ao luto dos familiares das vítimas do acidente, a fria e deliberada crueldade da parte de quem apostou, desde o início – e com fins políticos – em mantê-los na eterna expectativa de que um dia viriam a saber quem foram os responsáveis por um suposto crime.
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