Thursday, May 28, 2015

Novos fósseis da Etiópia vêm complicar mais a história da evolução humana


Muito perto do sítio onde se tinha descoberto, em 1974, o esqueleto de Lucy, o australopiteco mais famoso, encontraram-se agora alguns ossos da cara de um pré-humano. Têm cerca de 3,5 milhões de anos e a equipa que os descobriu diz que são de uma nova espécie de australopiteco. Mas há cientistas que já discordam.
Primeiro os factos: a revista Nature publica esta quinta-feira um artigo científico que anuncia a descoberta de uma nova espécie de australopiteco. A equipa de Yohannes Haile-Selassie, do Museu de História Natural de Cleveland, nos EUA, chama-lhe Australopithecus deyiremeda e fundamenta a existência deste novo australopiteco na descoberta de duas mandíbulas e de um maxilar, com 3,3 a 3,5 milhões de anos, na região de Afar, na Etiópia, em 2011. Muito perto desse sítio tinha-se encontrado, em 1974, o celebérrimo esqueleto de Lucy, uma fêmea da espécie Australopithecus afarensis. Para a equipa, os novos fósseis são uma confirmação indubitável de que pelo menos duas espécies de pré-humanos viveram na mesma região e ao mesmo tempo, numa altura em que já não faltava muito para o aparecimento do géneroHomo — ou seja, dos primeiros humanos.
Actualmente, já se sabe que entre há três e quatro milhões de anos, na época do Plioceno Médio, o planeta era povoado por mais do que uma espécie de hominíneos — a subfamília de todos os nossos antepassados a seguir à separação do ramo dos chimpanzés, o que ocorreu há cerca de oito milhões de anos. Hoje, somos o único membro dessa subfamília. Mas nem sempre a ideia de existência de vários hominíneos no Plioceno Médio, e na mesma área geográfica, foi facilmente aceite. Essa altura é particularmente importante na história da evolução humana por ser pouco tempo antes do aparecimento dos humanos.
Durante muito tempo, parecia que uma espécie de hominíneos tinha dado lugar a outra e depois esta a outra, até que apareceram os primeiros Homo, há 2,8 milhões de anos. Era pelo menos o que se pensava que indicavam os fósseis que se iam descobrindo. Só que a árvore da evolução humana tem muitos ramos, alguns simultâneos, que secaram pelo caminho — no fundo, experiências evolutivas que não desembocaram em nada.
A ideia da coexistência de vários hominíneos ganhou peso com a descoberta dos fósseis do Australopithecus bahrelghazali (embora hoje haja dúvidas de que se trate de um novo australopiteco e muitos cientistas consideram-no, afinal, um Australopithecus afarensis), em 1995 no Chade, e doKenyanthropus platyops, em 1998 no Quénia. Tanto o Australopithecus bahrelghazali como o Kenyanthropus platyops (ou “homem do Quénia com face plana”) viveram justamente há cerca de 3,5 milhões de anos no Leste de África — ou seja, na mesma altura e na mesma área geográfica de Lucy, cuja descoberta representou um marco na paleoantropologia e ainda hoje é uma super-estrela entre os fósseis pré-humanos.
Classificada logo em 1978 como Australopithecus afarensis, a Lucy viveu há 3,2 milhões de anos, media cerca de um metro de altura e — o mais surpreendente — já era bípede. Até à descoberta do seu esqueleto, não existiam provas concretas desse modo de locomoção numa espécie de hominíneos com mais de dois milhões de anos. Os ossos da bacia, das pernas e dos pés de Lucy foram provas essenciais. Além de caminharem em duas pernas, sabemos agora que os indivíduos da mesma espécie de Lucy — que existiu num período de tempo entre há 3,8 e 2,9 milhões de anos — também se sentiam confortáveis em trepar às árvores.
Agora, a equipa coordenada por Yohannes Haile-Selassie encontrou o maxilar, ainda com os dentes, e as duas mandíbulas (de indivíduos diferentes, portanto) de um hominíneo na área de Woranso-Mille, na região de Afar. Em Março de 2011, os cientistas estavam à procura de fósseis naquela área porque já tinham encontrado aí a impressão parcial de uma pegada de hominíneo, datada com 3,4 milhões de anos e que consideraram, num artigo na revistaNature em 2012, revelar uma nova maneira de andar e confirmar a diversidade nos hominíneos do Plioceno Médio. “O espécime era contemporâneo do Australopithecus afarensis, mas demonstrava a existência de um modo distinto de locomoção bípede”, lembra agora a equipa de Yohannes Haile-Selassie no artigo desta quinta-feira. Mas sem ossos do crânio, incluindo mandíbulas, maxilares e dentes, era difícil identificar o autor da pegada parcial.
Encontraram realmente ossos, mas como nenhum estava associado à pegada parcial, continua a não ser possível atribuir-lhe um autor. Mas a equipa considerou que lhe saiu na mesma a sorte grande, uma vez que classificou os ossos como sendo de uma nova espécie de australopiteco. Os cientistas consideraram que, apesar de os ossos da cara e os dentes terem mais características de australopiteco do que de outros hominíneos, tinham diferenças suficientes para serem atribuídos a uma espécie nova de australopiteco. Eis assim o Australopithecus deyiremeda, em que a designação específica é composta por duas palavras da língua da região de Afar: deyi, que significa “próximo”, e remeda, que quer dizer “parente”, porque, argumentam os cientistas, “esta espécie é um parente próximo de todos os hominíneos posteriores”.
A zona onde se encontraram os fósseis fica apenas a cerca de 35 quilómetros a norte do sítio onde estava o esqueleto de Lucy (e a 520 quilómetros da capital da Etiópia). “Esta nova espécie (...) mostra que havia pelo menos duas espécies de hominíneos contemporâneas na região etíope de Afar a viver entre há 3,3 e 3,5 milhões de anos e é uma confirmação adicional da diversidade taxonómica dos primeiros hominíneos no Leste de África durante a época do Plioceno Médio”, escrevem os cientistas no artigo na Nature. “A diversidade de espécies do Plioceno Médio tem sido alvo de debate nas últimas duas décadas, particularmente depois da classificação doAustralopithecus bahrelghazali e do Kenyanthropus platyops, que se juntaram à bem conhecida espécie Australopithecus afarensis. Análises posteriores fundamentam a proposta de que diversas espécies de hominíneos co-existiram durante esse período”, justificam ainda no artigo.
Como não muito longe da Etiópia, no Quénia, vivia ainda o Kenyanthropus platyops, a equipa defende agora que pelo menos três espécies de hominíneos viveram há cerca de 3,5 milhões de anos em grande proximidade geográfica.
Mas a própria equipa reconhece que a proposta de uma nova espécie pode acabar por complicar ainda mais a já complicada árvore da evolução humana, como se lê também no artigo na Nature: “As relações taxonómicas e filogenéticas dos primeiros hominíneos estão a tornar-se cada vez mais complicadas à medida que se acrescentam novos taxa [unidades de classificação, como os géneros e espécies] ao registo fóssil do Plioceno Médio e se reconsidera a distribuição temporal (...) dos primeiros Homo.”
Splitters versus lumpers
Antecipando críticas da comunidade científica, até porque a evolução humana costuma suscitar debates científicos acalorados, Yohannes Haile-Selassie já lhes está a responder num comunicado do Museu de História Natural de Cleveland: “Esta nova espécie da Etiópia leva para outro nível o debate em curso sobre a diversidade dos primeiros hominíneos. Alguns dos nossos colegas vão ficar cépticos em relação a esta nova espécie, o que não é invulgar. Mas penso que é altura de olharmos para as fases iniciais da nossa evolução com a mente aberta e examinarmos os fósseis disponíveis, em vez de rejeitarmos imediatamente aqueles que não encaixam em hipóteses antigas.”

Eugénia Cunha, especialista em evolução humana e antropóloga forense da Universidade de Coimbra, está entre os cientistas que têm dúvidas quanto à robustez das provas apresentadas na Nature. Quando se lhe pergunta qual a importância da descoberta, a investigadora comenta: “É uma descoberta importante, porque é mais um fóssil a provar a diversidade de hominíneos há 3,3-3,5 milhões de anos. No entanto, diversidade não tem de equacionar obrigatoriamente novas espécies.” E acrescenta: “Os autores da descoberta acham que as características dentognáticas [dos dentes e mandíbulas] são suficientes para a criação de uma nova espécie, mas pode não ser assim. O futuro o dirá. Não tenho nada contra a existência de uma nova espécie, mas os argumentos que excluem a possibilidade de ser a mesma espécie doKenyanthropus platyops não são completamente convincentes.”
A investigadora diz ainda mais sobre as características morfológicas usadas para classificar os fósseis como sendo de novo australopiteco: “Essas características morfológicas tiram força para a manutenção doKenyanthropus platyops como um novo género e uma nova espécie, porque as características distintivas do Kenyanthropus estão presentes nesta nova espécie.”
Portanto, ou os novos fósseis são de um Kenyanthropus platyops ou os fósseis do Kenyanthropus platyops acabam por vir a ser considerados como o novo Australopithecus deyiremeda? “Tanto pode ser uma coisa como outra. Creio que poderá ser esta nova espécie a vingar, porque o Kenyanthropusquase caiu no esquecimento. Mas se a face distintiva do Kenyanthropus não estiver preservada nesta nova espécie, não se pode comprar o que não é comparável”, responde Eugénia Cunha. “É uma hipótese que para mim fica em aberto: poderá o Kenyanthropus vir a ser englobado nesta espécie, não obstante os autores desta descoberta apontarem para umas particularidades, quase subtilezas, de distinção? Fico com a dúvida.”
Subjacente a todo a este debate está, no fundo, o confronto entre duas correntes de classificação dos seres vivos: aquela que considera que as diferenças encontradas num exemplar justificam logo a criação de uma nova espécie e aquela que agrupa mais esse exemplar numa mesma espécie. “É a velha questão do confronto de perspectivas dos splitters [divisores] versus lumpers [agrupadores]”, resume Eugénia Cunha a propósito do novo australopiteco. “Haverá sempre a tendência em dar nomes novos a novas descobertas, até que, uns anos depois, se chega à conclusão de que era quase tudo o mesmo. A diversidade pode ser acomodada dentro de uma mesma espécie. No fundo, esta questão de dar nomes é artificial. O que importante é saber que éramos muito diversos.”
Quanto a Eugénia Cunha, é mais uma lumper: “Veja o que tem acontecido com os primeiros Homo. Agora dizem que, apesar da grande diversidade, oHomo rudolfensishabilisergastererectus georgicus são todos a mesma espécie.”
Sejam de um novo australopiteco ou não, o certo é que os novos fósseis revelam a diversidade entre os pré-humanos. Mas ainda não respondem a uma das grandes questões sobre o nosso passado: qual é o antepassado directo do género Homo? Nem o Australopithecus deyiremeda nemAustralopithecus afarensis fizeram a transição directa para os primeiros humanos, explica Eugénia Cunha. “Sem dúvida que neste período entre 3,3 e 3,5 milhões de anos coexistiam várias espécies e até géneros, o que contrasta fortemente com a situação actual. Terá havido várias tentativas para o bipedismo, umas bem-sucedidas e outras não, e nem todas com as mesmas adaptações morfológicas. Tudo fortemente dependente do ambiente e da dieta. Quem é que seguiu em frente é, todavia, uma questão que não tem resposta.”


Caracteres restantes: 
  1. Prezados comentaristas , ler seus comentários é mais divertido que a propria matéria que os ensejou; Dito isto deixo-lhes a pergunta : A alguém ocorre que ao se discordar da "teoria da evolução Darwinista" que á absolutamente dominante no pensamento cientifico atual, não é necessário e certo que o cidadão seja um criacionista ? Em outras palavras, a teoria dominante não explica e não convence a todos , mas não por isto os nçaao convencidos se tornam inexoravelmente criacionistas. Torna-los criacionistas de súbito é apenas uma das formas que a "fortaleza da ciência" usa para desviar a percepção das lacunas e incoerências da própria teoria , sedimentando-as com o intenso senso de rebanho do qual partilha a grande maioria dos cientistas atuais .
  2. Era bom, pelo menos para os mais impacientes e dogmáticos, que a cacetada, o nariz empinado ou o murro na mesa fossem argumentos. Talvez seja assim na política. Mas na ciência estas espécies de 'variantes da dialética' morrem pela raiz há milénios. A grande virtude do método científico, é que qualquer um pode procurar contestar as conclusões vigentes - a dificuldade em o conseguir, dá força a essas conclusões. Mas, como não há almoços grátis, há aqui um pequeno 'catch': ou temos informação para fazer essa contestação, ou então estamos apenas a brincar aos argumentos. Para não ser mal entendido, saliento que brincar com estas coisas não tem que ser mau: dá para passar o tempo e até, com alguma paiada, pode servir para fazer uns engates.
  3. Quando li o título desta notícia pensei para comigo: ó Teresa Firmino, que raio de título - vêm "complicar" mais a "história"?? Ui! Não falta por aí gente que vai ficar satisfeita ao ler isto, pensando que se trata de uma descoberta que deixou os cientistas confusos, por não se encaixar na "história" da evolução, etc. Depois pensei: nah, isso seria demasiado ridículo, certamente não existem pessoas assim tão idiotas / mal-intencionadas / ociosas. Parece que me enganei, e os suspeitos do costume cá estão a celebrar as "incongruências" do método científico e os "disparates" que se publicam na Nature. Vou assumir uma atitude budista e limitar-me a ter compaixão destas almas, porque não vale a pena tentar explicar.
  4. Não tinha a consciência que, nesta altura e em primatas capazes de utilizar ferramentas informáticas, Darwin ainda causava tanta prurido. Não deixa de ser engraçado ver como a presunção de importância que gostamos de nos atribuir, tolda a capacidade de analise independente da natureza. E contra os argumentos expostos, não há facto que resista :)
  5. Diz o auto do artigo: "Hoje, somos o único membro dessa subfamília...". Peço a gentileza de escrever unicamente por sí e não envolver-me em seus problemas familiares!!!
  6. É divertido ver a comunidade científica constatar a diversidade sem perceber que essa diversidade desmente a crença no universalismo científico. São ignorantes que não percebem sequer o contra senso do termo "ciência universal". Darwin "descobriu" que os Anglo-saxónicos são uma sub espécie de símios, à qual pertencem os cientistas, que se caracterizam pela ausência de inteligência. Senão teriam percebido que a teoria de Darwin mais não é que a estupidez de dizer que a vida funciona à imagem e semelhança do "método" científico, isto é, por tentativa e erro. Os resultados revelam que do "método" científico resulta a poluição (que a comunidade científica inventa) e que da vida resultam organismos que são a antítese desse lixo. Perceber a vida não está ao alcance de símios cientistas.
    1. Verborreia típica de quem tem escolaridade em letras, não percebe nada de ciência e mesmo assim se acha qualificado para comentar um artigo de descoberta científica. Perceber a vida não está é ao alcance de quem tem tanta preguiça mental que não consegue imaginar outros a fazerem aquilo que ele próprio não consegue.
    1. Acho engraçado como para o Epicuro os povos anglo-saxónicos são inferiores... Depois vemos os índices de desenvolvimento das nações e todos os demais sociais/económicos e não é isso que os índices contam... Mas pronto, são opiniões.
    1. Aguardamos o seu artigo na Nature. Decerto que dará origem a uma revolução a nivel mundial.
    1. Pois está claro, caro Joanne. É que o que se publica na Nature é lei! Inquestionável, 100% fiável, imutável! Tal como o método científico. Tal como todas as correcções que a ciência tem tido que fazer quando se chega à conclusão que afinal aquela fantástica teoria publicada na Nature, revista por pares, etc., etc.,, não passava de uma erradíssima suposição! Pois, pois, é a Nature na terra e o deus no céu!
    1. Caro Luis, acha mesmo que são os indicadores socio-económicos que caracterizam a evolução de um povo, de uma nação? Por exemplo, os índices de desenvolvimento nos EUA estão no cimo da escala, no entanto, e para além de uma grande maioria dos norte-americanos ser de uma ignorância atroz, os representantes dessa nação são autênticos trogloditas! Matam, torturam, invadem, espiam... Não, decididamente não são esses os indicadores correctos para avaliar o desenvolvimento humano!
    1. Se os americanos fossem todos ignorantes, eles não seriam responsáveis por coisas tão revolucionárias como a Internet e a impressão em 3D. Se fossem trogloditas não teriam salvo a Europa de Hitler. Também podemos falar do senhor Ford... Se fossem um país sub desenvolvido não atrairiam milhões de pessoas de todo o planeta para as quais o sonho é conseguir obter um VISA para os USA! Aliás, se não fosse a parte europeia dessa tal sub espécie de símios, Portugal não se teria salvado das invasões francesas. Se os cientistas se caracterizam pela ausência de inteligência e conseguem por as pessoas a viver mais anos, a comunicar-se a longas distâncias e a percorrer longas distâncias em curtos espaços de tempo, imagino o que fariam se fossem inteligentes!
    1. Pronto, caro Luís, aceito que o caro só queira olhar para um lado da questão. Está no seu direito. Por experiência própria, posso garantir-lhe que uma grande parte da população norte-americana nem sequer sabe da existência de Portugal! Quanto aos cientistas, bem, tenho que admitir que há alguns inteligentes. Mas poucos, muito poucos, e seguramente não os que por aqui aparecem, salvo honrosísimas excepções (essas excepções sabem quem são e sabem que os respeito muito!)!
    1. Luis Marques, não foram os estadounidenses que criaram a internet (WWW). Esta foi criada pelo britânico Tim Berners-Lee, cientista do CERN, com o intuito de compartilhar de maneira mais eficaz a informação entre grupos de investigação e universidades.
    1. Os americanos não sabem onde é Portugal e eu não sei onde é o Botswana. Eles quando estudam têm que saber o nome dos 52 estados e das capitais desse estado. Será que os portugueses sabem o nome de 52 países e das suas capitais? Claro que para um português é irritante um americano não saber onde é Portugal assim como para alguém de Trás-os-montes é irritante um lisboeta não saber onde é Macedo de Cavaleiros, mas não é isso que faz uma pessoa ser ou não ser ignorante. Doctor Who depende do que acharmos mais importante na história da internet, se considerarmos a ARPANET podemos dizer que é made in USA mas sim dizer que é made in UK também é correcto. :)
    1. Tendo vindo do ramo de ensino ligado às ciências, mais precisamente às ciências exactas, acho estranho nunca ter ouvido a nenhum cientista a defesa de que existe uma "ciência universal"... Já "deuses" e "verdades" universais, há por aí aos pontapés. Pensava que este tipo de radicalismo religioso que sustenta a parvoíce do "criacionismo" era quase exclusiva do Bible Belt mas, pelos vistos, também contamina por cá. Que desperdício de neurónios...
    1. Gota, isso de afirmar algo e o seu contrário num só comentário é difícil? É que por um lado diz "É que o que se publica na Nature é lei! Inquestionável, 100% fiável, imutável!" como se os seu leitores ou autores achassem o seu conteúdo inquestionável e, mais à frente, mostra perceber que a mesma revista e a comunidade científica em geral estão sempre prontas a rever e afinar as suas posições, conclusões e teorias... É fascinante como mostra por um lado desprezo pela ciência e por outro lhe louva uma das principais qualidades/características. É claramente uma pessoa convicta. Já coerente... Temos pena, mas não.
    1. Ó caro Gustavo, eu até gostava muito que Darwin tivesse razão, depois daquela trabalheira toda que teve com a teoria da evolução. Mas depois, olho para os macacos e interrogo-me: "Então, caros macaquinhos, por favor, expliquem-me lá como é que, sendo nós oriundos da mesma macacada, eu "evoluí" para esta coisa chamada ser humano e vocês continuam exactamente na mesma há milhares de anos?" Pela expressão que neles vejo uma vez formulada a questão, não duvido que, se pudessem falar, ensinar-me-iam muito mais do que toda a teoria de Darwin...
    1. Então o Gustavo não descodificou a ironia da Guta? É mais uma questão de sintonia, ou falta dela,do que de código.Se a teoria criacionista é troglodita e sem provas científicas,a teoria Evolucionista, não pode transformar a falência bíblica num novíssimo dogma, que quem lhe não for fiel ou crente possa ser apodado de ignorante.Eu chamaria cauteloso.
    1. Vi uma reportagem sobre o museu de NV(creio que de história natural),com fósseis desde os seres mais elementares até aos mais avançados,passando pelos enormes esqueletos de dinossauros,todos construídos (montados) com ossadas provenientes de várias partes do globo; e quando as peças não encaixavam para completar (a teoria) o animal,construíram-lhe uma de plástico.Construíram uns exemplos de acordo com a teoria evolucionista, mas quando há dissonâncias, acrescentam-lhe umas próteses e a coisa adquire verosimilhança.Foi por isso que Einstein afirmou que "não há nada mais prático do que uma boa teoria".Eu prefiro duvidar.
    1. Gota, quem comenta algo como nós descendermos dos macacos não sabe claramente o que é evolução, e apenas lhe vou dizer o seguinte. Para refutar x é preciso conhecer x, nós não evoluímos dos macacos de hoje em dia, apenas temos um ancestral em comum, os primatas que se falam neste artigo (que me parece que você não entendeu e só veio para comentar) são esses primatas que por pressões seletivas divergentes evoluíram para nós, humanos, para os outros primatas que nós conhecemos ou para outras espécies/subespécies que se extinguiram. Concluindo, não conhece nem compreende evolução, recomendo que o faça antes de comentar Ps:nenhuma espécie continua exatamente na mesma a evolução é um processo gradual e lento
    1. carmo, Mas quem defende a teoria criacionista com base em fé perde toda a credibilidade para logicamente refutar a Teoria da Evolução
    1. carmocorreia47, a sua noção de teoria está duplamente errada: (1) não existe tal coisa como "teoria criacionista", apenas uma crença, e (2) uma teoria não é um dogma. Ser cauteloso não o torna diferente; qualquer cientista é cauteloso na adopção de novas teorias, e mesmo na verificação das velhas.
    1. Ah... Agora percebo, Gota. Está a perguntar às entidades erradas, embora não duvide que tenham muito para nos ensinar. A sua questão já foi respondida há muito e não pelos macaquinhos que, já agora, podem estar "na mesma" (mais ou menos) há milhares de anos, tal como nós, mas estão longe de estar "na mesma" há milhões.
    1. Comentários muito pertinentes, caro carmocorreia47! Digamos que a ciência tem o seu lado "menos sério" ee vez em quando, na falta de evidências, forja uma coisita aqui, outra coisita acolá, sempre na vã tentativa de que um dia o puzzle assim tão atabalhoadamente construído possa retornar algumas verdades! E quando não forja, esconde. São aos milhares os artefactos armazenados nas caves dos museus por não serem coerentes com a história da evolução que nos têm contado!
    1. Agradeço-lhe, Gota, pelo comentário embaraçosamente ignorante das 15:16. Pelos vistos as aulas de ciência na escola passaram-lhe mesmo ao lado. Bem me parecia.
    1. Gota tem afirmações que são de facto espantosas, as bases para sustentar tais afirmações é que não as vejo... Ninguém esconde nada, a Teoria da Evolução é um facto, agora obviamente há coisas que se vão limando há medida que mais informação vai sendo acrescentada. A polémica neste artigo apenas se refere a este novo fóssil ser uma nova espécie de hominídeos ou pertencer a uma espécie que já existiu (apesar de algumas divergências de características físicas)
    1. E a Gota pode contar-nos onde é que encontrou esses "milhares" de artefactos "escondidos"? Isso é fascinante e de uma enorme importância! Talvez a Gota queira falar com algum investigador, escritor, jornalista ou documentarista para que toda a gente fique a saber! E há sempre gente a querer lucrar com essas teorias da conspiração! E em quais museus é que existem esses "artefactos armazenados nas caves", e como é que sabe que é "por não serem coerentes com a história da evolução que nos têm contado"? Eu já sei que a Gota vive num mundo muito místico, esotérico e cheio de conspirações, mas já que tem tanta "inside knowledge", eu também gostava de a ter! Por favor elucide-nos!
    1. Carmo, completar um esqueleto com peças moldadas de outras formas não pretende validar nenhuma teoria. Simplesmente pretende mostrar como se supõe que o animal fosse (tendo em conta as partes conhecidas, dimensões, vestígios ligados à sus movimentação e, em certa medida, com base na observação de animais semelhantes), tal como acontece com as reconstituições artísticas dos animais. O desenho de um dinossauro não pretende "provar" que ele fosse de certeza assim, algumas coisas, como as cores, são supostas. Aliás, se se pretendesse enganar quem vê esses esqueletos, não se revelava que partes deles são "falsas", não acha? Para a teoria criacionista ser levada a sério só precisa de uma coisa, fundamentação válida. E não, a Bíblia (o Corão, a Torah, os Maias, etc) não conta. É só um livro.
    1. Dizia ontem o iflscience: "cientistas descobrem que teóricos da conspiração acreditam em basicamente tudo o que lhes disserem". Já sabia de Roswell, dos Illuminati, e de que o Sócrates está inocente, agora de que há "milhares de artefactos armazenados nas caves dos museus por não serem coerentes com a história da evolução" não fazia ideia. Sei que há milhões de artefactos bem à vista de toda a gente que desconstroem por completo qualquer ideia de criacionismo, mas isso devo ser eu que acredito em tudo sem questionar.

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