MOÇAMBIQUE
Segundo o líder da Resistência Nacional Moçambicana, RENAMO, Afonso Dhlakama, a integração dos seus homens armados no exército nacional e na polícia depende do Presidente, Filipe Nyusi.
O chefe do maior partido da oposição disse na quarta-feira, 15 de abril, em Caia, província de Sofala, que o impasse só pode ser ultrapassado pelo chefe de Estado. Dhlakama acrescentou ter preparado três mapas-modelo detalhados e pensados para contribuir para a integração dos elementos em causa.
Os documentos foram entregues: “através do general Ossufo, ao assessor do Nyusi”, explicou Dhlakama, acrescentando: “Tudo está nas mãos de Nyusi. Quando recebeu estes três tipos de mapas, ligou para mim a agradecer uma coisa feita academicamente, tudo intelectualmente”.
Enganar jornalistas
A integração dos elementos armados da RENAMO no exército e na polícia nacionais faz parte do acordo bilateral entre o partido e o Governo
Dhlakama, que realiza atualmente um périplo pelas províncias da zona centro do país para promover o projeto de autarquia provincial, negou acusações de que a RENAMO recusa entregar a lista dos seus homens para integrarem o exército e a polícia do país. Se o dizem, defendeu: “É para enganar jornalistas e a comunidade internacional”.
A propósito da preocupação dos mediadores nacionais sobre a falta de avanços nas conversações que decorrem no Centro de Conferências Joaquim Chissano, Dhlakama comentou: “Vou dizer uma coisa que não queria dizer. A FRELIMO rejeitou mediadores internacionais, porque tinha medo de pessoas sérias. E nós aceitamos mediadores membros da própria FRELIMO”.
Delegação governamental “complica”
O líder da RENAMO rejeitou a acusação de que a sua equipa na mesa das negociações estaria a retardar o andamento das negociações. E apontou, por seu lado, o dedo ao chefe da delegação governamental, José Pacheco, que disse estar a tentar complicar as negociações.
O líder do maior partido da oposição disse ainda disse estar aberto a mais uma conversa com o chefe do Estado, Filipe Nyusi, prevista para este fim-de-semana, numa das capitais provinciais, na zona centro do país.
Recorde-se que na última segunda-feira (13.04), o Governo e a RENAMO reuniram-se pela 101ª vez em Maputo, sem chegar a qualquer consenso sobre a desmilitarização e integração dos homens armados da RENAMO no exército nacional e na polícia. Ao mesmo tempo, foram noticiados casos de confrontos entre as forças residuais da RENAMO e o exército no distrito de Guijá, na província de Gaza, sul de Moçambique.
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