21 de Março de 2015, 21:46
O presidente a Câmara Municipal de Santa Catarina, Francisco Tavares disse hoje que o quarto aniversário da oitava legislatura do Governo do Partido Africano de Independência de Cabo Verde (PAICV), “só tem marcas de fracasso”.
O edil que falava em declarações à Inforpress a propósito do 4º aniversário do governo liderado por José Maria Neves, que se assinala hoje, 21 de Março, disse que apesar da cooperação internacional ter já investido muito em Cabo Verde, e o país ter-se “endividado até ao pescoço”, ainda não há resultados.
“Depois de um governo gastar 600 milhões de contos e de endividar o país até 120 por cento do PIB, chegamos à situação de hoje, em que há desemprego a nível mais elevado de sempre, (…) ao mesmo tempo tem uma classe empresarial completamente falida e um país com crescimento rasante, portanto é um balanço de fracasso”, sentenciou.
Francisco Tavares é de opinião ainda que o “maior fracasso do governo” tem a ver com o trabalho de “tirar capacidade” e sobretudo para fazer “marcha atrás” em todo o processo de descentralização em Cabo Verde.
Segundo o edil, em 2009 o governo retirou os recursos aos municípios, uma vez que em 2008 foi o último ano em que os municípios receberam financiamento para os planos ambientais municipais, que era de 300 mil contos por ano.
Apontou ainda a retirada em 2010 da taxa ecológica, a taxa aeroportuária da ilha do Sal, e as dívidas cruzadas existentes entre o governo e os municípios que ainda não foram resolvidas.
“Este é um governo que pelo menos na prática e em termos de resultados, tudo fez para reduzir a descentralização em Cabo Verde. Tudo fez para acabar com parte dos ganhos que a descentralização teve em Cabo Verde, ou seja, para minguar o que é o poder local em Cabo Verde” sublinhou.
No entender de Francisco Tavares, este é um “governo contra o poder local”, visto que durante os oitos anos que o PAICV esteve na Câmara de Santa Catarina receberam cerca de 300 mil contos de contrato programa, enquanto a actual Câmara liderada pelo Movimento para a Democracia recebeu até agora 3 mil contos em quase oito anos.
Apesar de afirmar que não tem nenhum problema específico com o executivo, sublinha que este é um governo “inimigo dos municípios” e que sendo Santa Catarina o terceiro maior município de Cabo verde “sente na pele a discriminação” deste governo.
Inforpress
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