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O presidente do Iêmen Abed Rabbo Mansour Hadi fugiu do país pelo mar nesta quarta-feira. Ele partiu da cidade portuária de Áden, no sul do país, onde havia se refugiado. A partida de Hadi representa uma virada na situação política do país e significa o colapso do que restava de seu governo, que Estados Unidos e aliados do Golfo Pérsico tinham esperança de estabilizar.
No último ano, os rebeldes xiitas, conhecidos como houthis - que seriam apoiados pelo Irã - avançaram a partir de seu reduto no norte do país e tomaram a capital Sanaa, seguindo PARA o sul. O avanço do grupo tem sido impulsionado por unidades militares e forças de segurança que continuam leais ao ex-presidente Ali Abdullah Saleh, que deixou o cargo após protestos da Primavera Árabe, em 2012. Saleh se aliou aos rebeldes.
Apesar da saída de Hadi, ainda há resistência aos houthis em várias partes do país, seja de homens de tribos sunitas, milícias locais, unidades militares pró-Hadi ou combatentes da Al-Qaeda.
Hadi e seus auxiliares partiram de Áden às 15h30 (horário local) em dois barcos, informaram funcionários de segurança e do porto à Associated Press. As fontes não puderam especificar o destino das embarcações, mas Hadi deve participar de uma cúpula no Egito no final de semana, onde aliados devem discutir a formação de uma força conjunta árabe que pode abrir caminho para uma intervenção militar contra os houthis.
Mais cedo, os rebeldes tomaram uma importante base aérea, localizada a apenas 60 quilômetros de Áden. Na província de Lahj, próxima a Áden, os rebeldes capturaram o ministro da Defesa de Hadi, major-general Mahmoud al-Subaihi, e seu principal auxiliar e os transferiram PARA a capital, Sanaa. A televisão estatal do país, controlada pelos houthis, anunciou uma recompensa de cerca de US$ 100 mil pela captura de Hadi.
Após o anúncio, Hadi fugiu do palácio presidencial. Pouco depois, aviões atacaram as forças presidenciais que faziam a segurança do local. Não há relatos sobre mortos ou feridos. Por volta do meio-dia, o aeroporto de Áden caiu nas mãos das forças de Saleh, após intensos confrontos com milícias pró-Hadi.
Áden estava tensa nesta quarta-feira. Escolas, escritórios do governo, lojas e restaurantes estavam, na maioria, fechados. No interior dos poucos cafés em funcionamento, homens assistiam às notícias na televisão. Com a queda aparentemente iminente da cidade, saqueadores invadiram dois campos abandonados do Exército, um em Áden e outro nas proximidades, levando armas e munições.
A tomada de Áden, centro econômico do país, deve marcar o colapso do que sobrou do controle de poder por Hadi. Depois de os houthis terem invadido Sanaa em setembro, ele permaneceu no cargo, mas no começo do ano foi colocado em prisão domiciliar. No início de março Hadi fugiu para Áden com o restante de seu governo e declarou a cidade como a capital temporária do país. Fonte: Associated Press.
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