Wednesday, March 25, 2015

AUTARQUIAS PROVINCIAIS: Projecto da Renamo mexe com estrutura administrativa



EM DIRECTO: Uma boa educação passa pela Higiene, Nutrição e Ética

O Ministro da Educação e Desenvolvimento Humano, Jorge Ferrão, quer uma educação de qualidade em Moçambique fundada em três elementos principais:‪#‎HIGIENE‬, ‪#‎NUTRIÇÃO‬ e ‪#‎ÉTICA‬.

→ HIGIENE – É preciso ensinar às nossas crianças as regras básicas de higiene. Isto ajuda a combater doenças e evitar a sujidade nas nossas cidades – que são um dos grandes problemas no nosso país hoje.

→ NUTRIÇÃO – É importante ensinar as crianças sobre aquilo que devem comer, para que tenhamos um país saudável.

→ ÉTICA – É fundamental respeitar o próximo, saber como se portar na vida em sociedade.

"Com estes três elementos em prática as crianças poderão igualmente ensinar os pais e fazer com que o nosso país saia do estágio actual", disse o Ministro.

---- Esta informação foi tornada pública na manhã desta quarta-feira, 25/03, no encontro que abordou a reflexão sobre a educação com alunos, professores, pais e encarregados de educação orientada pelo Ministro da Educação e Desenvolvimento Humano, Jorge Ferrão, em Maputo.


AUTARQUIAS PROVINCIAIS: Projecto da Renamo mexe com estrutura administrativa
Quarta, 25 Março 2015

O PROJECTO submetido pela Renamo à Assembleia da República sobre a eventual criação de autarquias provinciais poderá levar o seu tempo de implementação, se assim acontecer, e não será de um dia para outro, porque poderá mexer com a estrutura organizativa e administrativa do Estado, afirmou segunda-feira, em Maputo, a Ministra da Administração Estatal e Função Pública, Carmelita Namashulua.


Aquela governante falava à imprensa no início da sua visita de trabalho ao município da cidade de Maputo. Carmelita Namashulua não quis entrar em detalhes sobre o projecto, afirmando, no entanto, que será objecto de apreciação pela Assembleia da República, processo durante o qual irão ser colocadas todas as posições que se acham favoráveis ou não ao mesmo.

O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, em digressão por algumas províncias do país, tem estado a dar avisos de que se o projecto do seu partido for “chumbado” pelo partido Frelimo que detém a maioria na Assembleia da República, irá governar à força nas províncias do Niassa, Nampula, Zambézia, Tete, Manica e Sofala, onde alega ter ganho as eleições de 15 de Outubro de 2014.

Na fundamentação do projecto, a Renamo refere, entre outros aspectos, que a Constituição da República de Moçambique aprovada em 2004, fruto das profundas transformações políticas, económicas, sociais e culturais que se verificaram no país criou mais uma janela para a descentralização e aprofundamento da democracia, ao prever a existência de outras categorias superiores ou inferiores à circunscrição territorial do município ou povoação, a criar por lei, nos termos do número 4 do artigo 273 da lei fundamental do país.

Segundo a fundamentação, as transformações políticas, económicas, sociais e culturais operadas na última década no país, os anseios da população em ver resolvidos os problemas locais, nomeadamente o desemprego, transporte, saúde, ensino, habitação, comércio, feiras, mercados, entre outros, levaram a bancada da Renamo na Assembleia da República a apresentar o projecto de lei respeitante à institucionalização de autarquias de nível provincial.

De acordo ainda com aquele instrumento, fiel ao princípio de gradualismo que vem sendo seguido na criação das autarquias de vilas, cidades e municípios, o projecto propõe a criação, numa primeira fase e a partir da aprovação do projecto, das autarquias de nível provincial de Niassa, Nampula, Zambézia, Tete, Manica e Sofala, pois é nessas províncias onde o anseio de descentralização e aprofundamento da democracia mais se reclama e é sentido.

Refere que as autarquias de nível provincial, bem como os municípios de vilas e cidades conformam-se com o estipulado na Constituição, não ferindo a unidade nacional ou qualquer outro princípio constitucional.

O projecto refere que o conselho provincial, órgão executivo da autarquia provincial, é constituído pelo presidente e por conselheiros por ele escolhidos e nomeados. Os presidentes dos conselhos provinciais serão designados pelo candidato mais votado, naquelas províncias, nas eleições presidenciais de 2014.

A transferência de competência dos órgãos do Estado na província para os órgãos da autarquia provincial sob reserva daquelas relacionadas com a execução da política governamental na província e o exercício da tutela administrativa, segundo o projecto, é realizada num prazo de seis meses a partir da entrada em vigor da lei que vier a ser aprovada pela Assembleia da Assembleia da República sobre autarquias provinciais.

Ainda segundo o projecto, a transferência de recursos patrimoniais implica a posse das instalações patrimoniais onde funcionam os serviços dos respectivos órgãos locais do Estado, num prazo de seis meses.




OFICIAIS DA RENAMO DESCONTENTES NAS FADM: Governo exige apresentação de lista
Terça, 24 Março 2015

O GOVERNO exige à Renamo a apresentação duma lista concreta de oficiais das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) provenientes das suas hostes que alegadamente estão descontentes com o processo do seu enquadramento no âmbito do Acordo Geral de Paz.


O chefe da delegação do Governo no diálogo com o maior partido da oposição, José Pacheco, disse ontem, no final de mais uma ronda negocial no Centro Internacional de Conferências Joaquim Chissano, que a apresentação duma lista dos alegados oficiais ou militares da Renamo descontentes visa permitir uma intervenção com vista à resolução do problema levantado.

Segundo afirmou, até agora a Renamo não entregou tal lista de oficiais ou militares seus injustiçados. Acrescentou que essa lista pode ser entregue à delegação governamental em sede do diálogo ou por outras vias conhecidas.

Na ronda havida ontem as partes analisaram o relatório dos peritos militares (do Governo e da Renamo), no qual persiste a preocupação do partido liderado por Afonso Dhlakama com relação ao estabelecimento de um fundo de integração.

Para o Executivo, nenhum cidadão recebe algum fundo quando é integrado nas Forças Armadas de Defesa de Moçambique e na Polícia da República de Moçambique, justamente porque a partir do momento em que a mesma é processada passa a ter uma remuneração.

José Pacheco afirmou que se eventualmente um oficial da Renamo já não pretende fazer parte integrante das Forças Armadas de Defesa de Moçambique existem instrumentos nas próprias FADM que prevêem direitos em situação de reserva. Disse que a Renamo insiste ainda como pré-condição promoções e paridade nas funções de chefia e comando nas Forças Armadas, numa pretensão clara de reedição do Acordo Geral de Paz, o que para o Governo é contraditório com a sua exigência de despartidarização da Função Pública.

O Governo também reafirma que no âmbito da pretensa despartidarização da Função Pública não deve haver impedimento ao exercício da actividade política por parte Chefe do Estado, que foi eleito em nome do seu partido.

José Pacheco revelou ainda que vezes sem conta a Renamo coloca na mesa do diálogo situações de cidadãos detidos de forma irregular durante as hostilidades militares. Disse que o que o Governo tem estado a fazer é a entrega de listas de nomes e localização desses cidadãos confrontados com situações de justiça, assunto que tem sido tratado com a devida transparência.

Por seu turno, Saimone Macuiana, chefe da delegação da Renamo, disse que na ronda de ontem as partes debruçaram-se sobre a reestruturação da Equipa Militar de Observação da Cessação das Hostilidades Militares (EMOCHM), na sequência da retirada de alguns países. Para Saimone Macuiana, a retirada dos observadores militares internacionais daquela equipa deveu-se ao facto de o Governo não ter enviado atempadamente aos seus países informação sobre a prorrogação da missão por mais tempo.

Sobre os oficiais da Renamo alegadamente descontentes disse que o Governo é conhecedor desta situação e por conseguinte não precisa de nenhuma lista. Saimone Macuiana afirmou que num encontro havido em 2011 com o líder da Renamo o antigo Presidente da República, Armando Guebuza, garantiu que a preocupação dos oficiais da Renamo iria ser resolvida.

Disse que a Renamo já demonstrou em sede do diálogo que cerca de 90 por cento dos oficiais superiores das Forças de Defesa de Moçambique são provenientes das ex-FPLM.


Ensino bilingue versus Mobilidade Social
Quarta, 25 Março 2015

O ENSINO bilingue é uma das inovações patentes no Plano Curricular do Ensino Básico 2008 e visa fundamentalmente o melhoramento da qualidade de ensino que tanto se questiona no país. A sua eficácia é garantida por uma série de estratégias da pedagogia e didáctica formalmente usadas na educação formal.


Chimbutane e Stroud, através dos resultados de um estudo realizado em 2011, concluem que os conteúdos transmitidos em línguas africanas são facilmente assimilados pelas crianças em relação ao sistema do ensino baseado em monolingue. Por outro lado, apontam como exemplo, o ensino em países da região (África do Sul, Botswana, Zimbabwe, Tanzania, entre outros) da África Austral. São países que logo após a independência apostaram no uso das línguas nacionais como recurso ou método eficiente do processo de ensino e aprendizagem.

O ensino bilingue é igualmente defendido pelo vice-ministro da Educação e Desenvolvimento Humano, Armindo Ngunga, na medida em que declara que a criança ao entrar na escola (formal) pela primeira vez encontra um ambiente completamente diferente daquele que está habituado no seu dia-a-dia, uma vez que o professor, o director assim como os colegas da turma são todos estranhos, daí a necessidade de o ensino ser ministrado em língua materna da criança. Neste sentido, a criança poderá rapidamente identificar-se com a língua que é usada pelo professor e automaticamente inserir-se no ambiente escolar.

Ainda sobre a sua eficácia, nas conversas descontraídas entre amigos, colegas e docentes tem sido comum levantar-se inquietações que giram em volta da escassez do material de ensino (livros, gramáticas, dicionários, etc) e dos recursos humanos qualificados. Em tais conversas, há tendência de se focalizar o professor e gestor escolar, pois dentre os vários actores educativos existentes a nível da escola esses são os que directamente intervêm na vida diária do aluno.

Como é que o sistema do ensino bilingue tem observado ou tratado a questão da mobilidade social? Esta constitui a pergunta de reflexão para o presente artigo de opinião.

Moçambique, à semelhança de outros países africanos não é uma cidade de castas (ausência de mobilidade social). Moçambique é um território em que a circulação de pessoas de um ponto para outro acontece inesperadamente e por via disso o país está paulatinamente a registar um desenvolvimento integral e acelerado, facto que obriga a não concentração de cérebros na mesma zona.

Quase todos os dias nos serviços noticiosos reporta-se que o senhor “fulano”, “beltrano”, por imperativos profissionais terá de mudar-se da província X para Y a fim de exercer funções de alta responsabilidade como governar ou reger uma instituição do ensino superior.

Para que a questão da mobilidade social seja melhor compreendida podia-se recorrer a vários acontecimentos. Por exemplo, Mazula 2009, disse na cerimónia de graduação dos primeiros licenciados em Biologia Marinha e Oceanografia da Escola Superior de Ciências Marinhas e Costeira da Universidade Eduardo Mondlane, que o senhor António Hoguane teve de se mudar com a família para viver na cidade plana de Quelimane aquando da sua nomeação ao cargo de director daquela instituição de ensino.

O outro acontecimento, por sinal o mais recente, deu-se na passada segunda-feira, quando ficou-se sabendo de que o académico Francisco Noa havia sido nomeado para o cargo do reitor da Unilúrio, Universidade Lúrio, em Nampula. Portanto, imaginemos se for imperioso deslocar-se com toda a família, incluindo crianças em idade escolar, neste caso, a que esteja ainda a frequentar o ensino primário numa escola situada em Maputo, isso implicaria que (a criança) fosse integrada num sistema de ensino em cuja língua usada no processo de transmissão de ensino e aprendizagem não seja materna e nem do seu conhecimento.

Com esta breve análise, pretende-se partilhar a ideia de que a problemática da implementação do ensino bilingue ultrapassa as questões que sempre são levantadas, isto é, questões como a escassez de recursos materiais e humanos bem qualificados.

Para terminar, sugiro que a eficácia do ensino bilingue seja também analisada sob ponto de vista cultural e linguístico do país, porque a criança que hoje é transferida de uma determinada região para outra estará sempre sujeita a passar por uma violência devido a diversidade cultural e linguística que caracteriza os moçambicanos.

Crescêncio Ernesto Manhique


ENTRE ASPAS - Os falsos pregadores (Concl.)
Quarta, 25 Março 2015

LENDO a essência dos pronunciamentos destes falsos e hipócritas pregadores, salta à vista que eles defendem o princípio de que somos todos iguais perante a lei, mas somos desiguais perante o interesse que geram e o oportunismo que despertam. E isto, senhores, é desonestidade intelectual. Deixem, por isso, desde que não viole a lei, este ou aquele outro, emita a opinião que bem entender. Deixem, por isso, de se apresentarem como os donos da verdade. Os catedráticos em tudo.


Não estamos cegos para não pudermos ver. Não estamos surdos para não pudermos ouvir. É por isso que ouvimos e vemos (também) as vossas opiniões – emitidas nos chamados órgãos de informação independentes (independentes de quê e de quem?). E muitas dessas opiniões são questionáveis como, aliás, todas as outras opiniões.

A atitude destes pregadores é quanto a mim indicadora de que estamos perante uma campanha de desinformação e manipulação da opinião pública com o fito único de desacreditar tudo quanto seja difundido pelos órgãos de informação do sector público. O objectivo final é levar as pessoas a acreditarem apenas naquilo que é publicado pelos chamados órgãos de informação independentes, independentes de quê e de quem? pergunto novamente; pois sabe-se que eles recebem financiamentos de algum lado (logo não são independentes). E é sabido que ninguém dá nada apenas pelo seu bom coração. O mundo

vai nos ensinando que até um simples favor prestado hoje, pode ser cobrado amanhã…

Repare-se neste facto: para que esta tentativa de desacreditação dos órgãos de informação do sector público surta os efeitos desejados, usa-se nos dias que correm o assassinato do professor Gilles Cistac como a prova provada de que os órgãos de informação do sector público e seus opinadores têm responsabilidade acrescida naquele acto macabro. Exactamente para levar as pessoas a olharem, não só para os órgãos em si, como também e sobretudo para os seus jornalistas e opinadores/comentadores, como seres repugnantes.

Não sendo, nós outros, mudos, surdos e cegos, tal como vocês não o são, deixem pois os outros falarem e exprimirem as suas (deles) opiniões. Critiquem essas opiniões, sim, mas não anexem a sentença de que são ou foram os responsáveis por isto ou por aquilo. Porque essa pressa em encontrar os bodes expiatórios cheira a esturro. Principalmente por se “esquecerem” de factos e actos que são efectivamente causadores da desestabilização do país.

A definição das políticas editoriais dos órgãos de informação é da responsabilidade das respectivas chefias. Como se sabe (seguramente que os falsos pregadores sabem disso), a escolha de colunistas/opinadores é também da responsabilidade dessas chefias. Não é assim nos órgãos de informação “independentes”? Não foi com base num critério definido pelas chefias desses órgãos que foram escolhidos/aceites?

Para concluir:o mundo está povoado por várias e diferentes espécies. Como resultado das condições que ele (o mundo) criou, essas espécies conseguem coexistir ao longo de milénios. Aliás, é devido a essas diferenças e variedades que ele (o mundo) tornou-se e ainda é habitável. Isto porque cada uma das espécies desempenha um papel que é complementado por outro (papel) desempenhado por uma espécie diferente.

O debate de ideias – não o seu cerceamento, é nocivo para o desenvolvimento deste espaço que todos habitamos. O mundo evoluiu para o estado actual graças ao debate permanente de ideias, muitas vezes divergentes quanto às estratégias a serem seguidas na construção, tanto das políticas, quanto da parte material para tornar o universo habitável. Portanto, deixemos que cada cidadão expresse livremente as suas ideias. Quer concordemos ou não com elas.

Marcelino Silva - marcelinosilva57@gmail.com


MAHUNGU - A irmandade moçambicana
Quarta, 25 Março 2015

ESTRANHO, cumplicidade ou simplesmente inédito, é como se pode caracterizar as relações entre os guerrilheiros da Renamo e os elementos das FADM estacionados em Tsenane, já que dois grupos antagónicos portadores de material de guerra se cruzam em pleno luz de dia, apertam-se as mãos e sentam à mesma mesa para cavaqueiras animadas pela música das barracas.


Até pode parecer um filme de ficção, tal como o mundo presenciou no primeiro semestre do ano passado quando Afonso Dhlakama, na altura num lugar incerto, emergiu das savanas de uma floresta densa que circunda as grutas da serra de Gorongosa para adquirir o direito de eleger e ser eleito, inscrevendo-se nos cadernos eleitorais.

A sua escolta não se coibiu de pedir cigarros e água aos homens de lei e ordem que levavam no seu aprumo. As Forças de Defesa e Segurança estavam em cumprimento de um dispositivo legal, garantia da segurança daquela brigada de recenseamento eleitoral que percorreu quilómetros para recensear apenas uma pessoa. Era uma brigada reforçada, uma vez que além dos seus membros estavam lá um “batalhão” de jornalistas e membros seniores dos órgãos eleitorais.

As duas forças, cada uma na sua posição e com o dedo no gatilho, foram se aproximando um do outro, embora cada um denotando um rosto cúmplice. Quando se encontraram, nada mais podia acontecer senão o aperto de mãos e fumarem cachimbo da paz, pois afinal são todos moçambicanos. Houve gargalhadas, troca de contactos telefónicos para continuarem a falar, afinal estava a nascer uma relação de amizade, tal como presenciei em 2004 em plena confrontação na região de Nharrumbo, distrito de Morrumbene.

O diálogo foi entre os dois barroqueiros, cada um na sua posição que se comunicavam.

“Hessa, maruquete mangani unga nawo”, (quantos roquetes de bazuca tens ai?)”, perguntava o guerrilheiro da Renamo quando ouviu o estrondo da arma semelhante à sua disparada a escassos metros do local onde se encontrava agachado.

“Eram quatro, agora fiquei com três e tu quantos roquetes vais disparar? respondeu por seu turno, Maruquete, o nome do barroqueiro que pelas ordens do comandante Cossa ia fulminando as matas para dispersar os guerrilheiros que acabavam de queimar uma viatura naquele troço da EN1 entre Maxixe e Morrumbene.

A conversa prolongou-se até que Maruquete que era tido como estiloso bazuqueiro porque era detentor de uma perícia invejável sobretudo para acertar os alvos indicados, disse: “lego go gumessa”, esse que vai ai é o último roquete. Despedia-se Maroquete soltando o último obus daquela arma e não mais teve resposta, uma vez que conseguiu fazer explodir o roquete exactamente no local onde se encontrava o seu opositor e o combate terminou com os insultos da outra parte.

Mas o tempo passa, as coisas mudam, vai daí que a consciência foi crescendo, hoje todos vão cultivando a ideia de que entre irmãos não há inimizade mas sim diferença de opiniões e de ideias, não havendo necessidade de ódio um para com o outro.

Entretanto, o líder da Renamo em contacto com seus apoiantes tem vindo a endurecer seus discursos, alguns dos quais que chegam a atentar a valorização de género, tal como disse em Dombe.

“A Frelimo é nossa mulher. Frelimo não é nada, são nossas meninas, podemos pisar agora, posso dar ordens para mandar amarar o administrador do distrito e mandar chamboquear o comandante da polícia”; Xeii !... senti pena da Ivone Soares que estava ao lado do seu chefe que em pleno mês da mulher decidiu “tirar roupa” as mulheres. Não sei como ficou a Gania Mussagy, quando ouviu do seu chefe, mulher ultrajada naquele encontro popular e com aplausos dos presentes.

Na localidade de Tsenane, distrito de Funhalouro, FADM convivem com os guerrilheiros da Renamo. O comandante Mazembe, do grupo que está em Chissanhane, quando quer notícias de como vai o país, pede informações ao comandante da FADM de Funhalouro e juntos vão falando do futuro do país, num ambiente de irmandade. Comandante Mazembe fala das suas frustrações por incumprimento das promessas por Afonso Dhhakama e no fim pede comida que é prontamente disponibilizada, e no fim do dia cada um vai a sua trincheira. Assim vai a vida em Funhalouro.

Enquanto a liderança da “perdiz” não entrega as listas para a reintegração daqueles homens cujo tempo para fazer a vida está a passar, já estão a “abrir os olhos” porque, à sua maneira, já estão a conversar com o Governo para se entregarem, uma vez que nos seus cruzamentos com os militares rolam conversas de amigos e de irmãos.

“Você é da Renamo você. Amigo, mas afinal qual é a vossa missão aqui?, perguntou um militar ao guerrilheiro da Renamo, em conversava amena numa das barracas do mercado de Tsenane.

“Mas vocês também precisam de andar aqui fardados, nós estamos a civil aqui…”?, respondeu o guerrilheiro para depois solicitar que abandonasse o inquérito e continuasse naquela jornada porque todos são moçambicanos e cada um conhece a sua missão naquela zona.

Os dois abraçaram-se, tal como fizeram dois meus amigos, dos quais um repórter, que na guerra dos 16 anos estiveram em alas diferentes e que por coincidência confrontaram-se em alguns renhidos combates, nas bases de Urene, Vavate, Nhavare, Pembe, Pulolo até mesmo na Estrada Nacional número Um.

Que se cuidem Dhlakama e António Muchanga, pois aqueles homens já sabem como aceder ao fundo da paz e já estão em contacto com o Governo para receber o que têm de direito.

Victorino Xavier


A Dignidade da Mulher
Quarta, 25 Março 2015

DURANTE séculos, o papel da mulher incidiu, sobretudo, na função de mãe, esposa e dona de casa. Ao homem estava destinado um trabalho remunerado no exterior do núcleo familiar. Com o incremento da Revolução Industrial, na segunda metade do séc. XIX, muitas mulheres passaram a exercer uma actividade laboral, embora auferindo uma remuneração inferior a do homem.


Parece-me oportuno começar por dizer que a mulher é chamada a levar a família, a sociedade, a igreja, alguma coisa de característico, que lhe é próprio e que só ela pode dar: a sua delicada ternura, a sua generosidade, a sua capacidade de intuição, a sua piedade e a sua tenacidade.

A mulher para cumprir a sua missão tem que desenvolver a sua própria personalidade, tem que ser autêntica com autonomia pessoal para realizar bem o seu trabalho e a missão para que foi chamada, seja ela qual for.

Também no plano pessoal, não se pode afirmar que a mulher deve alcançar a perfeição apenas fora do lar, como se o tempo dedicado à família fosse um tempo roubado ao desenvolvimento e a maturidade da sua personalidade.

A atenção à família constituirá sempre para a mulher a sua maior dignidade, no cuidado com o marido e com os filhos, partilhando o trabalho, criando à sua volta um ambiente acolhedor e formativo. A mulher realiza o mais insubstituível da sua missão e consequentemente pode atingir aí a sua perfeição pessoal.

A dedicação às tarefas familiares representa uma grande função humana e cristã. O trabalho no lar é de primeira importância. Não há tarefas grandes ou pequenas; todas são grandes se se fizerem por amor. Todas podem ter a mesma qualidade sobrenatural.

Tudo o que acabo de dizer, não se opõe a participação da mulher em outros aspectos da vida social e política.

Uma sociedade moderna e democrática tem que reconhecer a mulher o direito a participar activamente na vida política, de negócios, de empresas etc.

A mulher tem por obrigação preparar-se convenientemente para que a sua actuação na vida da comunidade seja responsável, profissional e positiva.

O Papa Francisco, no dia 8 de Março disse:Um mundo onde as mulheres são marginalizadas é um mundo estéril. Agradeceu também as todas as mulheres que testemunham o Evangelho e servem a igreja.

Também noutra ocasião o Papa Francisco recordou as tantas formas de escravidão, de mercantilização, de mutilação do corpo das mulheres, onde esta forma de degradação reduz a mulher a um puro objecto. Temos que nos comprometer a trabalhar e a rezar para derrotar tudo isto.

Quanto ao papel da mulher na igreja, há tantas modalidades e critérios para que as mulheres se sintam participantes e envolvidas nas responsabilidades pastorais, no acompanhamento de pessoas, de famílias, de grupos etc.

A mulher pode enriquecer muito a vida da sociedade em virtude de dotes naturais que lhe são próprios.

A mulher é um efeito deslumbrante da natureza.

A mulher é o coração.

O coração é Amor.

Luísa Loureiro


Remoção de sucatas deve-se alargar à periferia
Quarta, 25 Março 2015

O CONSELHO Municipal de Maputo está a proceder a remoção de sucatas e viaturas abandonadas em várias artérias desta urbe. Antes da efectivação desta iniciativa houve apelos no sentido dos proprietários das mesmas procedessem à sua retirada.


Esta iniciativa é bem-vinda, tendo em conta que fere a postura urbana e chega a interferir na circulação de viaturas e transeuntes. Porém, esta iniciativa não se deve cingir somente ao centro da cidade mas também na periferia onde também é possível ver sucatas e viaturas avariadas abandonadas. E, uma vez que no centro da cidade já se está a proceder a remoção, é provável que o cenário vire para a periferia.

Por isso, com o aumento do parque automóvel e acidentes de viação que continuam a desgraçar famílias, é frequente ver sucatas um pouco por todos os bairros desta cidade capital.

A remoção de sucatas representa um custo. Quem suporta as despesas destas movimentações? De certeza que somos nós os cidadãos que através das nossas taxas e impostos contribuímos para a manutenção de serviços essenciais.

Sendo assim, conhecendo os proprietários destas sucatas é justo que os mesmos paguem uma taxa pela remoção ou que se encontrem ouros mecanismos de coação, uma vez que são fundos que estão a ser desviados para esta operação.

As vezes há em que em determinada via regista-se congestionamento pelo facto de uma sucata estar a bloquear a passagem ou porque existe uma oficina cujas viaturas não cabem no espaço inicialmente previsto para o exercício da actividade. Sendo assim, recorre-se aos passeios para alargar o espaço onde se desenvolve a actividade.

Os transeuntes têm sido vítimas desta situação. Há casos em que é preciso caminhar pela estrada ao invés do passeio, em virtude de uma sucata ter ocupado o lugar reservado ao peão. Não encontrando outra alternativa, o transeunte caminha pela estrada, mesmo ciente do perigo que isso representa.

Sou de opinião que o município devia estipular taxas bonificadas para estimular os cidadãos a solicitar os serviços de remoção de sucatas, ao que tudo indica está a ser levada a cabo por privados.

César João


Diplomatas africanos preocupados com declarações de ‪#‎DHLAKAMA‬; ‪#‎NYUSI‬   GARANTE CONTINUIDADE DO DIÁLOGO.

Num encontro dirigido pelo Presidente Filipe #Nyusi, na Presidência da República, os Embaixadores africanos acreditados em ‪#‎Moçambique‬ tiveram oportunidade de expor as preocupações relativas às declarações do líder da Renamo, Afonso Dlhakama, segundo as quais se a AR recusar o projecto da criação das autarquias provinciais, vai haver guerra no país.


Como resposta, #Nyusi diz que em nome da tolerância e a forma como os processos estão em curso, olha as declarações de Dlhakama como aspectos a ponderar.




‪#‎Nyusi‬ recebe diplomatas da Ásia e América Latina

O Presidente Filipe #Nyusi recebeu no fim da tarde desta terça-feira, 24/03, em audiências separadas, embaixadores dos países asiáticos e da América Latina acreditados em Moçambique. O encontro permitiu fortificar as relações de cooperação económica entre os países e dar abertura para que os mesmos manifestem as suas preocupações sempre que possível.


A Embaixadora do ‪#‎Brasil‬, Lígia Maria Scherer, falou à imprensa em representação dos países da América Latina e disse que tudo farão para contribuir na garantia de uma ‪#‎PAZ‬ efectiva em ‪#‎Moçambique‬. Scherer avançou ainda que o seu país continuará a manter o apoio, sobretudo na área da agricultura.

“Teremos uma visita no dia 30 de Março dos ministros das Relações Exteriores, Mauro Vieira e do Desenvolvimento da Indústria e Comércio do Brasil, Armando Monteiro, com objectivo de assinar vários acordos e memorados para garantir maior proximidade na área de investimento, Cooperação Técnica e Segurança Social.”

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