Mário Xavier, o Professor Gilles Cistac não resistiu aos ferimentos contraídos no atentado e acaba de ser pronunciado morto. Muito triste!
Numa informação ainda preliminar, a polícia diz que, do que conseguiu apurar no local dos factos, o Professor Custac foi alvejado a tiro por um (1) homem de raça branca que ia acompanhado por três (3) homens de raça negra. O grupo fazia-se transportar numa viatura. O atirador alvejou o Professor Cistac pelas costas, quando este acabava de entrar no táxi em que se ia fazer transportar, junto ao Café ABC, localizado numa esquinas do cruzamento entre avenidas Eduardo Mondlane e Mártires da Machava. Conta-se que o Professor Cistac foi socorrido no local e levado imediatamente até ao Hospital Central de Maputo (HCM), ainda com vida. No HCM ele foi submetido à uma operação de emergência, e viria a perder a vida quatro horas mais tarde, em consequências dos ferimentos contraídos no atentado.
Consternado que estou pela morte do Professor Cistac, como todas as pessoas de bem, não estou a conseguir parar de pensar que este assassinato foi orquestrado para manipular a opinião pública interna e externa, no sentido de colocá-la contra o partido no poder. Quanto a mim, isto faz parte de um plano meticulosamente preparado, quiçá faz muito tempo, para criar instabilidade política—e até instigar guerra—em Moçambique. Não estou a conseguir ser ingénuo bastante para aceitar o princípio de «Occam's Razor» (ou «Navalha de Occam» ou «Lei da Parcimónia»), que me foi sugerido por Paul Fauvet (na sequência do paralelismo que tentei estabelecer com o assassinato de Boris Yefimovich Nemtsov), como adequado para explicar este macabro atentado.
Julgo que o nosso regime político não é assim tão inexperiente ao ponto de eu crer que possa ter a ver com a morte do Professor Gilles Cistac. Nego aceitar uma hipótese tão simplicista quanto é a tentativa de associar este assassinato com as declarações da vítima sobre o enquadramento legal da pretensão da Renamo e do seu líder para conseguir a partilha do poder. Quanto a mim, isto é uma conspiração que visa desacreditar o partido no poder—a Frelimo. Esta é a minha opinião, alimentada somente pela minha intuição. Posso estar errado, mas é assim que estou a pensar.
Estou com todos na condenação deste acto macabro. Estou igualmente profundamente consternado por esta triste ocorrência. Perdi um colega, um professor, um mentor, uma fonte de inspiração, alguém que me obrigava a pensar de forma aturada antes de me pronunciar com convicção sobre o que ele dizia ou defendia. Estou muito triste, verdadeiramente triste! Mas, ao contrário do que alguns pretendem ou pensam que seja o caso, não tenho a consciência pesada, porque nunca acreditei ter feito mal por comentar as intervenções do Professor Cistac como o fiz. Considero uma mera coincidência que este acto bárbaro tenha sido cometido neste momento em que eu discordava com a forma—quanto a mim parcial, mas dissimulada em imparcial—como ele se pronunciava relativamente à tensão política pós-eleitoral no nosso país.
Expresso os meus profundos sentimentos de pesar à família do Professor Cistac e me junto a todos os que oram uma oração para que Deus receba a alma do Seu filho e a conceda paz eterna no Seu Reino.
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