Segunda, 19 Janeiro 2015 00:00
OS moçambicanos são um povo verdadeiramente unido. Estão juntos em todos os momentos. Na alegria e na tristeza, nas luzes e nas trevas, na fome e na abundancia, enfim, um povo admirado até pelos de fora.
Digo isto a propósito do momento que o país atravessa. Um momento particularmente difícil, relacionado com a morte de mais de 70 pessoas no distrito de Chitima, em Tete, vítimas de consumo de uma bebida de produção caseira, mais conhecida por phombe, envenenada. E para além destas mortes, várias outras pessoas encontram-se internadas no hospital rural, na mesma sequência, em busca de tratamento.
Quando tal facto foi anunciado pelos media, os moçambicanos uniram-se e bastante comovidos inclinaram-se perante as vítimas daquela tragédia. Os moçambicanos despiram-se até das suas cores políticas e religiosas e juntaram-se em Chitima em solidariedade para com os familiares dos defuntos. Que grande exemplo de união e de solidariedade.
Igualmente os moçambicanos se uniram em solidariedade com as vítimas das cheias que ocorrem precisamente nas províncias de Manica, Zambézia e Nampula. Não foi uma simples união. Foi acima de tudo o compromisso de cada alma moçambicana de tudo fazer não só para amparar, como para apoiar os afectados e garantir que tenham uma rápida recuperação. É que a vida destes irmãos deve regressar o mais depressa possível à normalidade. Aqui também foi uma união que não olhou a diferenças políticas nem religiosas ou de qualquer outra natureza. Que grande exemplo de união e de solidariedade.
Esta semana tomou posse o novo Presidente da República. Um Presidente que se assume como sendo de todos os moçambicanos, não importando a opção política, ideológica ou religiosa de cada um. Os moçambicanos uniram-se verdadeiramente na Praça da Independência, na cidade de Maputo, local que acolheu o acto solene da tomada de posse do novo Chefe do Estado. Mas se uniram também, e com o mesmo efeito, nas capitais provinciais, capitais distritais, nos postos administrativos, nas localidades, nos bairros e em famílias para manifestar inteira solidariedade e apoio ao novo líder dos moçambicanos e manifestar-lhe a garantia de estarem prontos para com ele caminhar rumo à criação do bem-estar. Que grande exemplo de solidariedade.
Os moçambicanos reconheceram que o momento não era de fazer festa de pompa e circunstancia pois para além da tragédia de Chitima o país debate-se com as cheias, sobretudo na região centro. Cheias que provocam vítimas humanas, destroem infra-estruturas económicas e sociais, cheias que dizimam o gado. Todo o tipo de gado e arrasam vastas áreas agrícolas. Se festejaram àquela medida foi mais por se tratar de uma etapa inadiável.
Em todos os aspectos vinga a moçambicanidade.
Nyeleti Ibiza
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