Like · · ShareLindo A. Mondlane, Gabriel Muthisse, Dereck De Zeca Mulatinho and 30 others like this.5 sharesLindo A. Mondlane uau professor... sintentizou...21 hrs · Like · 1Valter Tale Concordo plenamente, quando afirma que alguns estudiosos " que procuram tornar singularmente Africanos comportamentos que são na essência humanos. " voltando a reflexão para o caso Moçambicano, e' difícil fazer uma análise em ciência política, quando uns não respeitam a Constituição e obrigam a que os outros respeitem. Num contexto onde todo o jogo sujo vale, mas a oposição por menor erro que comenta e' logo sancionado, mesmo quando não comete nenhuma irregularidade são conotados como um bando de arruaceiros e "bandidos armados ".19 hrs · Like · 1Alcídes André de Amaral Tenho dito por ai que "agora comeco a pensar que o maior incitador a violencia nao `e necessariamente a RENAMO ou Muchanga ou Dhlakama, o maior incitador a violencia `e uma boa parte de nos simples cidadaos" e tambem pessoas que teriam que ser pelo menos a luz da escuridao. Mas parece que estes estao mais na escuridao do que a populacao inteira... Falo de muitos que se dizem intelectuais e analistas da praca! Tenho dito que as (para me tristes) decisoes tomadas pela Renamo e pelo seu lider nao pode estar fora da maneira como os ciddados mocambicanos produzem e reproduzem os seus problemas! Senao, nao as coisas nao aconteceriam "assim"! Tenho dito que se se exige o cumprimento e se se reclama o nao cumprimento em relacao ao partido ou membros dos partidos no poder, que se seja entao coerente! Que se faca o mesmo para qualquer um que `e regido pela constituicao!19 hrs · Like · 2Julião João Cumbane Caro Elisio Macamo, escolheste uma forma muito didáctica de fechar a tua reflexão sobre "[O] fenómeno da bicha". Sobre as violações da Constituição da República (CR), eu indago se a complascência das instituições do Estado responsáveis pela segurança e ordem públicas e pelo controlo da legalidade, nomedamente a Polícia da República de Moçambique (PRM) e a Procuradoria Geral da República (PGR), relativamente às ilegalidades praticadas por Afonso Dhlakama e pela Renamo, não é 'per se' uma violação flagrante da CR... Aqui me parece que o nosso Estado é, ele próprio, parte do problema das violações sistemáticas da CR...18 hrs · Like · 1Alcídes André de Amaral Pode ser verdade o que dizes caro Julião João Cumbane... No fim e ao cabo somos todos partes do problema! O que acontece `e que ha uma boa parte de nos que se diz inocente... Que nao consegue ver nele uma parte do problema. Que se veem como simples espectadores!18 hrs · LikeAbilio Macuacua O texto cheira muita parcialidade! Temos a FRELIMO, a RENAMO e outros partidos que se dizem representar o Povo, e o CIDADÃO. Presume-se, do texto, que a RENAMO e o CIDADAO são os proeminentes violadores da Constituição da República (CR). Agora lembro-me que houve violação da CR para alcançar-se a Independência Nacional. Uma vez alcançada, os Direitos Humanos continuaram sendo desrespeitados pelo partido no poder, até mesmo pela própria CR, o que culminou com a Guerra dos 16 anos (nada de culpar os outros pela guerra). A nova CR também tem sido constantemente violada e, muitas vezes, por quem a devia e tem jurado defendê-la. Tanto a RENAMO como a FRELIMO são bandidos armados e inimigos da CR, sendo cada um com uma porção bem definida de culpa. Claro que o cidadão tem dado cobertura aos violadores, enquanto deveria ser o protector natural dos Direitos Humanos, por isso é o maior culpado. Quer dizer, o Professor Elísio Macamo e eu somos os maiores culpados destas desgraças à CR. A seguir é a FRELIMO (bandido e incapaz de defender a CR, chegando até a violá-la) e, por último a RENAMO. Os nossos mandatários, seja a FRELIMO ou RENAMO, não têm cumprido com as suas obrigações. Mesmo assim, nós, mandantes, limitamo-nos a murmurar! Devemos partir para as acções concretas, antes que a cobra tome conta. Quem já bateu no seu filha(o), esposa(o), outrem? Quem já bateu ou matou n/um animal, mesmo não comestível? Isso é violência! E por que o fazem? Nenhuma CR prevê violência para resolver qualquer que seja o problema, pois esta nem precisa ser estatuída. Ela é natural. Sempre que os factores determinantes estejam reunidos e as condições criadas, ela aparece. É o último recurso, instinto animal. Aliás, Muitas CR's surgiram da violência. Esta tem sido a fonte primária das CR's. Sou contra a violência, mas só até quando for desnecessária! Não nos iludamos, a violência existirá sempre como último recurso! Os valores mais nobres que defendemos hoje são fruto da violência. Falemos bonito, mas esta é ...!16 hrs · Edited · Like · 1Elisio Macamo Alcídes André de Amaral, obrigado pelo seu primeiro comentário. é a resposta adequada aos comentários de Valter Tale e de Abilio Macuacua que receio não terem entendido o meu argumento. a minha questão não é se o governo viola ou não a constituição. é a fonte da minha própria indignação e a sua referência normativa. eu penso, e estou sempre a dizer isto, que o espírito da constituição é a nossa salvação. não resolvo nada colocando essa constituição à disposição só porque uma das partes a viola. só valorizando esse espírito (exigindo que um partido político não aja fora dela) é que fico moralmente equipado para condenar quem a viola. agora, se preferir glorificar a violência (porque tudo resulta dela), muito bem, mas é justamente isso que critico e que considero a fonte do problema.16 hrs · Like · 3Elisio Macamo eu acho, Julião João Cumbane, que o argumento de que as instituições que velam pela nossa segurança estariam a violar a constituição faria mais sentido se eles no nosso país agissem com maior autonomia da política. esse não me parece ser o caso, por isso considero contraproducentes todos os apelos que vejo por aí para que tomem esse tipo de medidas. e, na verdade, esse não é o meu foco. o meu foco é a nossa responsabilidade cívica e a importância de nos escudarmos por detrás do espírito da constituição.16 hrs · Like · 2Emilio Maueie Lamentavelmente, terminam as "aulas" sobre a nossa hipocrisia e incoerência. Infelizmente o nosso país é rico em exemplos deste fenómeno. Indo para o post, nao quero tanto discordar consigo quando diz que este é o maior "fenómeno bicha" do país. Talvez porque parte da lei-mãe - a constituição. Mas na minha opinião, o maior "fenómeno bicha" do país é a corrupção (tinha um pouco de esperança que fosse tratado nesta sequência de apresentações), avaliando pala sua dimensão ou abrangência. No país "todo mundo" corrompe para ganhar vantagem em determinadas situações. Comrrompemos em tudo e com todos: nos partos, "nos BI's", nas celas, nas procuradorias, na distribuição de redes mosquiteiras. Corrompe-se até em prejuízo próprio. Por exemplo, corrompemos a PT para continuar a conduzir embriagado ou sem iluminação à noite; encarregados de educação corrompem professores para os educando passarem de classe, pagamos a policia para soltar criminosos, etc. Mas hipocritamente, todos nós reclamamos da corrupção do polícia, do enfermeiro, do professor, do atendedor público. E o país afunda. Tamanha hipocrisia e incoerência.15 hrs · Like · 1Abilio Macuacua Professor, não estou glorificando a violência! Apenas chamo atenção que ela aparece naturalmente, quando esgotadas todas as formas pacificas de resolução de um problema, dependendo da capacidade negocial e de controlo emocional das partes envolvidas. Ela não deixara' de existir só porque a negamos e condenamos! Para a evitarmos devemos ser honestos uns para com os outros, de modo a confiarmo-nos. Não peçamos para que os outros deixem de ser violentos quando estamos sempre violentando-os, seja moral ou fisicamente.15 hrs · Like · 2Elisio Macamo sim, Emilio Maueie, esse é também um bom exemplo, embora eu não goste muito dele por outras razões. penso que ele precisaria de ser enquadrado duma outra forma, mais com um tipo específico de cultura política, mas não quero entrar nisso agora. anda há uma hora atrás estava a governar com um ex-ministro grego (que é académico) e que me falava das suas peripécias com a cultura política do seu país (ele, como eu, é docente fora do seu país) e de como é complicado reduzir tudo à corrupção quando está em jogo uma história institucional complexa. muito complicado. mas, sim, se não pagássemos não haveria corrupção. mas vemo-nos obrigados a pagar...15 hrs · Like · 1Elisio Macamo certo, Abilio Macuacua. infelizmente, já discuti este assunto tanto (se estiver interessado veja os posts sobre o assunto) e por isso não gostaria de voltar a repetir os mesmos argumentos.15 hrs · Like · 2Julião João Cumbane A responsabilidade cívica, Elisio Macamo, alcerça-se na Constituição da República (CR), que define quem somos e como devemos agir para sermos como nos definimos. Ora, se as instituições do Estado que devem zelar pela observância da CR não cumprem o seu papel, como é que pode esta mesma CR, enfraquecida por falta da acção de quem a deve defender pode ser escudo da nossa acção cívica?
"[O] argumento de que as instituições que velam pela nossa segurança estariam a violar a constituição faria mais sentido se eles no nosso país agissem com maior autonomia da política. [E]sse não me parece ser o caso, por isso considero contraproducentes todos os apelos que vejo por aí para que tomem esse tipo de medidas." Elisio, então não era suposto que as instituições do Estado agissem com maior autonomia política? Afinal, isso é que iria fortalecer a acção cívica!
Julgo que todo os apelos à acção cívica mais vigorosa que Elisio Macamo advoga (e concordo com esta advocacia) não podem surtir o efeito desejado se as instituições do Estado não poderem agir com autonomia política. E é a falta desta autonomia política das nossas instituções do Estado que cimenta a ideia de que o Estado moçambicano está partidarizado. Com efeito, tudo o ocorre no país é visto como se fosse resultado só das políticas da Frelimo. Assim, acaba-se criando a impressão de que Moçambique é uma "empresa" deste partido. É esta percepção que acaba gerando o crescente movimento anti-Frelimo que assistimos actualmente em Moçambique, envolvendo sobretudo a juventude da classe intelectual do país (que pouco compreende da nossa própria história) e que criticas (e eu apoio) neste teu 'post'. O crescimento do movimento anti-Frelimoresulta a bipolrização da sociedade civil moçambicana: dum lado estão os pró-Frelimo e do outro lado estão os anti-Frelimo. Actualmente, vivemos no país (Moçambique) uma situação em que não temos cidadãos que sejam verdadeiramente apartidários: ou és contra ou a favor da Frelimo, não existe meio termo. Esta bipolarização da sociedade civil resulta no enfraquecimento da acção cívica, dai que alguns vejam razão para dizer que "não existe sociedade civil em Moçambique".
Apelos devem também ser feitos para a Frelimo se desfazer—pelo discurso e por práticas—da precepção que se tem de que este partido vê o país (Moçambique) como sua propriedade. Esta precepção é fundamental causa das violações da CR temos vindo a assistir, incluindo pelas instituições do próprio Estado. Se a Frelimo não se distanciar clara e objectivamente desta má precepção que vem tendo sobre ela enquando força política dirigente do Estado, continuaremos assistir atropelos à lei, com potencial de conduzir a uma anarquia generalizada. É preciso que saiba e esteja claro os dirigentes das instituições do Estado devem obdiência exclusiva e escrupulosa à CR, e não a um comando emado do partido no Governo ou de quem os nomeou para esses cargos. Que nomea, fá-lo em cumprimento de um comando da CR, não signifcando esse acto que o nomeado seja vaçalo de quem o nomeou. Num Estado de Direito Democrático, ninguém deve cumprir ordens ilegais, venham elas de quem vierem. Quiçá nos falte este entedimento, e um instrumento normativo que regule o exercicío de autonomia política das instituições de modo a evitar interferências políticas partidárias não sufragadas pelo eleitorado no funcionamento do Estado. A nossa reflexão sobre "o fenómeno da bicha" deveria, pois, incluir a necessidade de identificar de práticas que produzem a percepção de partidarização do nosso Estado, de modo que quem dirige o Estado se pudesse distanciar delas. No cômputo geral, estes esforços iriam convergir e resultar no fortalecimento da acção da sociedade civil. E a sociedade civil fortalecida, livre da polarização política, já poderia desempenhar melhor o seu papel cívico.
"[O] argumento de que as instituições que velam pela nossa segurança estariam a violar a constituição faria mais sentido se eles no nosso país agissem com maior autonomia da política. [E]sse não me parece ser o caso, por isso considero contraproducentes todos os apelos que vejo por aí para que tomem esse tipo de medidas." Elisio, então não era suposto que as instituições do Estado agissem com maior autonomia política? Afinal, isso é que iria fortalecer a acção cívica!
Julgo que todo os apelos à acção cívica mais vigorosa que Elisio Macamo advoga (e concordo com esta advocacia) não podem surtir o efeito desejado se as instituições do Estado não poderem agir com autonomia política. E é a falta desta autonomia política das nossas instituções do Estado que cimenta a ideia de que o Estado moçambicano está partidarizado. Com efeito, tudo o ocorre no país é visto como se fosse resultado só das políticas da Frelimo. Assim, acaba-se criando a impressão de que Moçambique é uma "empresa" deste partido. É esta percepção que acaba gerando o crescente movimento anti-Frelimo que assistimos actualmente em Moçambique, envolvendo sobretudo a juventude da classe intelectual do país (que pouco compreende da nossa própria história) e que criticas (e eu apoio) neste teu 'post'. O crescimento do movimento anti-Frelimoresulta a bipolrização da sociedade civil moçambicana: dum lado estão os pró-Frelimo e do outro lado estão os anti-Frelimo. Actualmente, vivemos no país (Moçambique) uma situação em que não temos cidadãos que sejam verdadeiramente apartidários: ou és contra ou a favor da Frelimo, não existe meio termo. Esta bipolarização da sociedade civil resulta no enfraquecimento da acção cívica, dai que alguns vejam razão para dizer que "não existe sociedade civil em Moçambique".
Apelos devem também ser feitos para a Frelimo se desfazer—pelo discurso e por práticas—da precepção que se tem de que este partido vê o país (Moçambique) como sua propriedade. Esta precepção é fundamental causa das violações da CR temos vindo a assistir, incluindo pelas instituições do próprio Estado. Se a Frelimo não se distanciar clara e objectivamente desta má precepção que vem tendo sobre ela enquando força política dirigente do Estado, continuaremos assistir atropelos à lei, com potencial de conduzir a uma anarquia generalizada. É preciso que saiba e esteja claro os dirigentes das instituições do Estado devem obdiência exclusiva e escrupulosa à CR, e não a um comando emado do partido no Governo ou de quem os nomeou para esses cargos. Que nomea, fá-lo em cumprimento de um comando da CR, não signifcando esse acto que o nomeado seja vaçalo de quem o nomeou. Num Estado de Direito Democrático, ninguém deve cumprir ordens ilegais, venham elas de quem vierem. Quiçá nos falte este entedimento, e um instrumento normativo que regule o exercicío de autonomia política das instituições de modo a evitar interferências políticas partidárias não sufragadas pelo eleitorado no funcionamento do Estado. A nossa reflexão sobre "o fenómeno da bicha" deveria, pois, incluir a necessidade de identificar de práticas que produzem a percepção de partidarização do nosso Estado, de modo que quem dirige o Estado se pudesse distanciar delas. No cômputo geral, estes esforços iriam convergir e resultar no fortalecimento da acção da sociedade civil. E a sociedade civil fortalecida, livre da polarização política, já poderia desempenhar melhor o seu papel cívico.9 hrs · Edited · Like · 1
"[O] argumento de que as instituições que velam pela nossa segurança estariam a violar a constituição faria mais sentido se eles no nosso país agissem com maior autonomia da política. [E]sse não me parece ser o caso, por isso considero contraproducentes todos os apelos que vejo por aí para que tomem esse tipo de medidas." Elisio, então não era suposto que as instituições do Estado agissem com maior autonomia política? Afinal, isso é que iria fortalecer a acção cívica!
Julgo que todo os apelos à acção cívica mais vigorosa que Elisio Macamo advoga (e concordo com esta advocacia) não podem surtir o efeito desejado se as instituições do Estado não poderem agir com autonomia política. E é a falta desta autonomia política das nossas instituções do Estado que cimenta a ideia de que o Estado moçambicano está partidarizado. Com efeito, tudo o ocorre no país é visto como se fosse resultado só das políticas da Frelimo. Assim, acaba-se criando a impressão de que Moçambique é uma "empresa" deste partido. É esta percepção que acaba gerando o crescente movimento anti-Frelimo que assistimos actualmente em Moçambique, envolvendo sobretudo a juventude da classe intelectual do país (que pouco compreende da nossa própria história) e que criticas (e eu apoio) neste teu 'post'. O crescimento do movimento anti-Frelimoresulta a bipolrização da sociedade civil moçambicana: dum lado estão os pró-Frelimo e do outro lado estão os anti-Frelimo. Actualmente, vivemos no país (Moçambique) uma situação em que não temos cidadãos que sejam verdadeiramente apartidários: ou és contra ou a favor da Frelimo, não existe meio termo. Esta bipolarização da sociedade civil resulta no enfraquecimento da acção cívica, dai que alguns vejam razão para dizer que "não existe sociedade civil em Moçambique".
Apelos devem também ser feitos para a Frelimo se desfazer—pelo discurso e por práticas—da precepção que se tem de que este partido vê o país (Moçambique) como sua propriedade. Esta precepção é fundamental causa das violações da CR temos vindo a assistir, incluindo pelas instituições do próprio Estado. Se a Frelimo não se distanciar clara e objectivamente desta má precepção que vem tendo sobre ela enquando força política dirigente do Estado, continuaremos assistir atropelos à lei, com potencial de conduzir a uma anarquia generalizada. É preciso que saiba e esteja claro os dirigentes das instituições do Estado devem obdiência exclusiva e escrupulosa à CR, e não a um comando emado do partido no Governo ou de quem os nomeou para esses cargos. Que nomea, fá-lo em cumprimento de um comando da CR, não signifcando esse acto que o nomeado seja vaçalo de quem o nomeou. Num Estado de Direito Democrático, ninguém deve cumprir ordens ilegais, venham elas de quem vierem. Quiçá nos falte este entedimento, e um instrumento normativo que regule o exercicío de autonomia política das instituições de modo a evitar interferências políticas partidárias não sufragadas pelo eleitorado no funcionamento do Estado. A nossa reflexão sobre "o fenómeno da bicha" deveria, pois, incluir a necessidade de identificar de práticas que produzem a percepção de partidarização do nosso Estado, de modo que quem dirige o Estado se pudesse distanciar delas. No cômputo geral, estes esforços iriam convergir e resultar no fortalecimento da acção da sociedade civil. E a sociedade civil fortalecida, livre da polarização política, já poderia desempenhar melhor o seu papel cívico.
"[O] argumento de que as instituições que velam pela nossa segurança estariam a violar a constituição faria mais sentido se eles no nosso país agissem com maior autonomia da política. [E]sse não me parece ser o caso, por isso considero contraproducentes todos os apelos que vejo por aí para que tomem esse tipo de medidas." Elisio, então não era suposto que as instituições do Estado agissem com maior autonomia política? Afinal, isso é que iria fortalecer a acção cívica!
Julgo que todo os apelos à acção cívica mais vigorosa que Elisio Macamo advoga (e concordo com esta advocacia) não podem surtir o efeito desejado se as instituições do Estado não poderem agir com autonomia política. E é a falta desta autonomia política das nossas instituções do Estado que cimenta a ideia de que o Estado moçambicano está partidarizado. Com efeito, tudo o ocorre no país é visto como se fosse resultado só das políticas da Frelimo. Assim, acaba-se criando a impressão de que Moçambique é uma "empresa" deste partido. É esta percepção que acaba gerando o crescente movimento anti-Frelimo que assistimos actualmente em Moçambique, envolvendo sobretudo a juventude da classe intelectual do país (que pouco compreende da nossa própria história) e que criticas (e eu apoio) neste teu 'post'. O crescimento do movimento anti-Frelimoresulta a bipolrização da sociedade civil moçambicana: dum lado estão os pró-Frelimo e do outro lado estão os anti-Frelimo. Actualmente, vivemos no país (Moçambique) uma situação em que não temos cidadãos que sejam verdadeiramente apartidários: ou és contra ou a favor da Frelimo, não existe meio termo. Esta bipolarização da sociedade civil resulta no enfraquecimento da acção cívica, dai que alguns vejam razão para dizer que "não existe sociedade civil em Moçambique".
Apelos devem também ser feitos para a Frelimo se desfazer—pelo discurso e por práticas—da precepção que se tem de que este partido vê o país (Moçambique) como sua propriedade. Esta precepção é fundamental causa das violações da CR temos vindo a assistir, incluindo pelas instituições do próprio Estado. Se a Frelimo não se distanciar clara e objectivamente desta má precepção que vem tendo sobre ela enquando força política dirigente do Estado, continuaremos assistir atropelos à lei, com potencial de conduzir a uma anarquia generalizada. É preciso que saiba e esteja claro os dirigentes das instituições do Estado devem obdiência exclusiva e escrupulosa à CR, e não a um comando emado do partido no Governo ou de quem os nomeou para esses cargos. Que nomea, fá-lo em cumprimento de um comando da CR, não signifcando esse acto que o nomeado seja vaçalo de quem o nomeou. Num Estado de Direito Democrático, ninguém deve cumprir ordens ilegais, venham elas de quem vierem. Quiçá nos falte este entedimento, e um instrumento normativo que regule o exercicío de autonomia política das instituições de modo a evitar interferências políticas partidárias não sufragadas pelo eleitorado no funcionamento do Estado. A nossa reflexão sobre "o fenómeno da bicha" deveria, pois, incluir a necessidade de identificar de práticas que produzem a percepção de partidarização do nosso Estado, de modo que quem dirige o Estado se pudesse distanciar delas. No cômputo geral, estes esforços iriam convergir e resultar no fortalecimento da acção da sociedade civil. E a sociedade civil fortalecida, livre da polarização política, já poderia desempenhar melhor o seu papel cívico.9 hrs · Edited · Like · 1
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