As autoridades francesas, depois de declararem a sua firmeza contra o terrorismo islâmico radical, detiveram nesta quarta-feira o humorista Dieudonné. Condenado por antissemitismo, esse homem, que liderou uma corrente que se autoidentifica com uma saudação pseudonazista, publicou no domingo uma mensagem no Facebook que dizia “Eu me sinto Charlie Coulibaly”.
O humorista combinou dessa maneira o slogan a favor do jornal atacado - o Charlie Hebdo - com o nome de Amedy Coulibaly, terrorista que matou na quinta-feira uma agente municipal e na sexta-feira quatro judeus no supermercado de comida kosher Hyper Cacher, no Leste de Paris.
O Ministério Público francês abriu na segunda-feira uma investigação imediata sobre a mensagem de Dieudonné por possível “apologia do terrorismo”. Depois da sua detenção nesta quarta-feira, o seu advogado, Jacques Verdier, mostrou-se inconformado.
“Não vejo como Dieudonné possa provocar um acto terrorista”, disse, e perguntou-se se a França não deveria reflectir mais seriamente sobre a liberdade de expressão.
A polícia gaulesa está em alerta contra qualquer gesto a favor do terrorismo. Desde quarta-feira passada, quando os irmãos Chérif e Saïd Kouachi atacaram o Charlie Hebdo, provocando a morte de 12 pessoas e ferimentos em várias, a Justiça francesa abriu 50 procedimentos por apologia do terrorismo.
Segundo o jornal Le Monde, a ministra da Justiça, Christiane Taubira, pediu firmeza na actuação contra esse tipo de delito. Na noite de terça-feira, segundo informou o Le Figaro, a polícia prendeu quatro homens que gritavam em frente ao Hyper Cacher “Morte aos polícias, morte ao Charlie Hebdo”. De acordo com RTL, continuavam detidos na manhã desta quarta-feira.
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