A miséria e a fome tendem a alimentar a marginalidade e na sequência o crime. Nas zonas urbanas pululam os que vivem de um dito desenrascanço quotidiano. Elementos propensos a recrutamentos pelos gangues. Polícias e militares que emprestam, alugam armas, fazem parte desse universo que no desenrasca buscam melhorar a vida. Há que pôr termo com mão de ferro à infâmia!
Com o fim dum ano e começo de outro as pessoas trocam votos de boas-festas, olham o futuro com expectativa e desejo de um ano melhor por bom que houvessem sentido e vivido o que terminou.
Para todos moçambicanos, africanos e a Humanidade, Boas-Festas.
Qual o conteúdo das Boas-Festas, que desejos estão nos nossos corações, em Moçambique, no continente e no Mundo?
Primeiro desejo e creio que o principal do Pólo Norte à Antárctida, do Pacífico ao Atlântico e Índico, do Rovuma ao Maputo: Paz. Paz nos lares, paz onde habitamos, paz nas nossas nações e entre as nações. Como chegar a Paz? O que fazer para a causa da Paz?
Queremos que nossa terra acabem as ameaças à Paz.
Havendo contestação dos resultados eleitorais pois que se faça na instância própria, onde a RENAMO designou dois dos conselheiros do Conselho Constitucional. Para justificar as derrotas sucessivas, a última agora nas autárquicas em Cuamba, toca o disco mais que rachado da Fraude! Designam membros para todas as mesas de voto, para os STAE a todos os níveis, para a CNE para quê, para o Conselho Constitucional para quê? Tudo gente desonesta e conivente com a fraude e que trai o chefão? Difícil aceitar como verdade este tipo de patranhas!
Deixem-nos trabalhar, cultivar, sachar, colher, produzir, circular o camião e o autocarro, funcionar a loja e a fábrica, a mina e o forno do oleiro, que a escola, as crianças, os professores, os postos médicos, os enfermeiros e médicos, pacientes não sofram outra inquietação que a de ensinar, aprender, tratar e curar.
A segurança das pessoas e bens também se integram a 100% na aspiração de paz. Os raptos, os assaltos a casas, a viaturas, às pessoas que circulam nas ruas pouco importa a hora, devem cessar. Alegra-nos a libertação do empresário Bashir, mas basta de crime e tolerância com o crime, mandantes e executantes.
A miséria e a fome tendem a alimentar a marginalidade e na sequência o crime. Nas zonas urbanas pululam os que vivem de um dito desenrascanço quotidiano. Elementos propensos a recrutamentos pelos gangues. Polícias e militares que emprestam, alugam armas, fazem parte desse universo que no desenrasca buscam melhorar a vida. Há que pôr termo com mão de ferro à infâmia!
Estamos algo saturados com as promessas sobre a promoção da agricultura, das pequenas emédias empresas e as expectativas de que as transnacionais vão resolver os problemas do país. Nada se vê, na prática, sobre estas realidades. Em contrapartida, revoltam-se os espoliados com os reassentamentos, continuamos impavidamente a exportar as matérias-primas e a importar os produtos acabados e, nunca há madeira para que existam carteiras nas escolas e não há maneira de fabricarmos papel!
A estabilidade do Estado e a confiança nas instituições nacionais alimentam a Paz.
No nosso continente a doença dalguns Chefes de Estado fazem parte dos segredos máximos da segurança nacional. Nestes últimos tempos testemunhamos as moléstias e bem fatais que abateram os Presidentes do Malawi e da Zâmbia, a longa agonia do Presidente da Argélia. Os hospitais estrangeiros e os respectivos governos conhecem todos os dados, os cidadãos não. Algo similar ocorre num país bem vizinho e pelo qual muito nos sacrificamos.
A transformação do Estado, dos recursos nacionais e do erário público numa fonte de acumulação de certas famílias e das elites a elas associadas, minam a estabilidade e por consequência a Paz. Hoje no Burquina Faso abriu-se uma caça às bruxas, tão necessária quanto capaz de minar a confiança nos dirigentes do dia e nas instituições.
Erradicar a corrupção, dirigentes com mãos limpas e alérgicos às negociatas negociatas devem fazer parte dos nossos votos de Bom Ano. Há necessidade que o narcisismo megalomaníaco e clínico, a ganância não sufoquem a mente dos dirigentes, levando-os à mentira e forçando os povos à revolta.
Mobutu faz parte destes tristes exemplos, não o único infelizmente em África. Queremos chefes como Neto, Samora, Sankara, gente dedicada ao povo.
Houve boas notícias em 2014.
O Papa Francisco faz parte delas. Quer seguir as pisadas do Povorello, o frade de Assis. Luta contra ostentação na Igreja, não quer encobrir os crimes do clero, nem as contas do Vaticano, traz misericórdia e reconciliação para os que estavam marginalizados, os divorciados, as minorias sexuais e tantos outros.
Intervém para que se normalizem as relações entre os EUA e Cuba, o apaziguamento do conflito no Médio Oriente.
Esperemos que o poupe uma morte prematura e nunca explicada, como já aconteceu com osaudoso e bondoso Albino Luciani, João Paulo I, papa por um mês e com fortes ideais de reforma.
Muitos analistas consideram que vivemos já uma III Guerra Mundial, embora sem armas de destruição massiva, nem movimentação de tropas entre as grades potências. De algum modo tendo a partilhar esse sentimento. Vejamos um pouco.
Quando uma potência para fins imediatos e desejo de combater um adversário cria, treina e arma uma organização como Al Queda ou Estado Islâmico, porque nos surpreendemos quando o feitiço se volta contra o feiticeiro?
Destruiu-se o Afeganistão, o Iraque, a Líbia, antes manipulara-se a Somália para combater a Etiópia levando ao suicídio desse Estado, estas acções não engendram consequências? Não sofreu a Tanzânia e não sofre o Quénia com a anarquia e o fundamentalismo somaliano? Onde as raízes dos facínoras do Boko Haram?
Se um avião com piloto ou telecomandado ou programado aniquila pessoas num casamento ou outro evento, alguns sobreviventes, familiares, amigos podem nutrir desejos de vingança. Os ditos danos colaterais não se propagam? Não parece que o acto criminoso do 11 de Setembro nascesse espontaneamente, esse e outros.
Paz sem manipulações, sem pseudo primaveras nem danos colaterais.
Noticiou a comunicação social americana que a condenação por um tribunal todo branco e a execução na cadeira eléctrica de uma criança negra de catorze anos, cinquenta anos após, um tribunal chamado a rever o caso, declarou inocente o miúdo! O racismo volta a perigar a unidade e a democracia americana. O racismo, o tribalismo, o regionalismo semearam inúmeros cadáveres em África. Nós mesmos testemunhamos na nossa terra que oportunistas jogam cartadas contra a unidade nacional.
A paz alimenta-se da unidade nacional, do orgulho da moçambicanidade que integra cores e regiões, confissões religiosas e opções políticas, idiomas e camadas mais distintas da sociedade.
BOAS FESTAS MOÇAMBIQUE, BOAS FESTAS UNIDADE NACIONAL, BOAS FESTAS LUTA CONTRA A MISÉRIA, BOAS FESTAS AO COMBATE PELA PAZ NO MUNDO, EM ÁFRICA, NO NOSSO PLANETA.
O meu abraço de Boas-Festas,
Sérgio Vieira
P.S. Na Austrália a polícia acusa uma senhora de haver assassinado à facada os seus 8 filhos. Não se trata de um caso único! O que se passa no mundo e porquê? Que a Paz chegue a todos e sobretudo às crianças.
SV
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