quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Suécia torna-se no primeiro país da UE a reconhecer o Estado da Palestina


Presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, saúda decisão “corajosa e histórica”. Estados Unidos consideram-na “prematura”.
Abbas pediu ao mundo para reconhecer a Palestina, agora é a vez da Suécia RIZWAN TABASSI/AFP
O presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, “saudou a decisão da Suécia”, primeiro país membro da União Europeia (UE) a reconhecer a Palestina como um Estado. Para o líder palestiniano, trata-se de uma decisão “corajosa e histórica” – os Estados Unidos já a consideraram “prematura” e Israel já protestara assim que a possibilidade começou a ser falada.
Há 135 países no mundo que reconhecem a Palestina, incluindo sete membros da UE, mas que anunciaram esse reconhecimento antes de o serem: a República Checa, a Hungria, a Polónia, a Bulgária, Malta e Chipre. A Suécia é, por isso, o primeiro da União Europeia a fazê-lo.
Esta decisão “confirma o direito dos palestinianos à autodeterminação”, escreve a ministra dos Negócios Estrangeiros sueca, Margot Wallström, numa carta publicada no diário Dagens Nyheter. “Tenho medo que seja tardia mais do que prematura”, afirma sobre esta decisão, explicando que o seu Governo “considera que os critérios de direito internacional para um reconhecimento do Estado da Palestina estão cumpridos”: um território, “ainda que sem fronteiras fixas”; uma população e um governo.
A ministra sueca diz ainda esperar que “isto mostre o caminho a outros”.
O ministro israelita dos Negócios Estrangeiros, Avigdor Lieberman, reagiu dizendo que “a Suécia deve compreender que o Médio Oriente é mais complicado que um móvel IKEA”. 
O anúncio sueco chega num momento em que as últimas tentativas para resolver o conflito israelo-palestiniano estão num impasse absoluto e já ninguém espera que conduzam a nada. Ao mesmo tempo, as tensões em Jerusalém estão ao rubro, após uma série de incidentes. Na noite de quarta-feira um palestiniano foi morto a tiro depois de ter disparado e ferido um activista de extrema-direita israelita, e Israel impos uma restrição total a visitas ao Monte do Templo, o terceiro local mais sagrado do islão, uma decisão que, diz Abbas, equivale a uma declaração de guerra. 

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