A forma mais comum de falsear a realidade é trabalhar com números absolutos. É também jogar na dianteira, como quem diz que a melhor defesa é o ataque. No caso recente das propaladas negociações entre governo de Moçambique e Renamo, a pedido deste, o partido no poder apareceu a desinformar todo um povo afirmando que tais negociações eram da sua iniciativa. Lembremo-nos que é o mesmo partido que aparece por aí com a verborreia de ser o mentor da paz, representante do povo, e por, aí além. Em contrapartida profere insultos contra o mesmo povo. Hoje, apesar de estar claro como água que a Renamo é que tomou a iniciativa de solicitar encontros com o governo de Moçambique, a nível ministerial, com representações da comunidade internacional sediadas em Maputo e com organizações da sociedade civil para, em conjunto estudar-se mecanismos de se ultrapassar a crise no pais e esclarecer-se sobre a nova ordem política proposta por este partido de oposição. O partido no poder, aparece sempre com dados atirados a esmo, sem contextualizações, eloquentes que induzem à conclusão da impossibilidade de existir outros pensadores neste pai. Como engana o povo! É Na verdade o partido no poder, ao aperceber-se que a Renamo estava a solicitar encontros a nível governamental, correu apressadamente em reivindicação do protagonismo, dando a impressão de que teria sido ele a tomar tal iniciativa. E como se tal não bastasse, tentou e tenta confinar os encontros para o âmbito partidário e não como a Renamo sugeriu. Porque tudo isso? Principalmente porque não existe governo real em Moçambique. E também porque existe o medo de descoordenação entre a máquina partidária e a governamental liderada por Vaquina. A Renamo constituiu um grupo de contacto composto pelo secretário-geral do partido, chefe de departamento de organização e pelo chefe do departamento das relações externas tendo iniciado tais contactos muito antes do despertar do partido no poder. Por isso, fique claro que este partido tem andado a reboque daqueles que são flexíveis. E quando desperta, começa a reivindicar para si o que os outros produziram. Como manter serviços de qualidade com órgãos sucateados e resistentes a mudanças, que preferem ficar na cauda mesmo que isso custe a vida de um povo inteiro? Falseiam tudo vingam-se mesmo sem necessidade. Veja a titulo de exemplo o que acontece na Assembleia da República, onde quando uma bancada de oposição propõe algum projeto de Lei, por mais importante que seja para a nação, chumbam-na e voltam a submeter a mesma proposta já recauchutada, só para tentarem colher louros para si, escudados pela maioria parlamentar que detêm. É assim como manca a democracia moçambicana.
|
No comments:
Post a Comment