Sunday, December 30, 2012

FICHEIROS SECRETOS DA DESCOLONIZAÇÃO DE ANGOLA, por Leonor Figueiredo

 

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Ficheiros_secretos_capa FSdoc1 A todos quantos ainda sofrem as consequências da descolonização que alguns dos "heróis" do 25 de Abril prepararam e perpetraram, recomendo a leitura deste trabalho de Leonor Figueiredo, cujo Pai desapareceu em Angola, ainda antes da independência, isto é, enquanto Portugal era o único responsável pelos seus cidadãos, naquele ainda território nacional.
Documentos importantes são já tornados públicos. Comunicações e listagens são publicadas. Desses trago aqui, além da introdução, a listagem dos desaparecidos naquele conturbado período.
É preciso não ter pingo de honestidade e amor ao próximo para que alguns dos responsáveis de então, incluindo os ainda sobrevivos, apareçam em público, como almas inocentes e ainda sejam tratados como "heróis". Apenas sujaram o "25 de Abril".
Porque foi recusada a colaboração da ONU? Para que tudo acontecesse como os camaradas já haviam combinado: sem olhos e interferências exteriores?
Leia aqui a introdução: Download Introdução
Veja aqui a lista de presos: Download Anexo
Entrevista à RTP2 - http://ww1.rtp.pt/wportal/acessibilidades/legendagem/pecas.php?data=2009-08-06&fic=jornal2_1_20090806&peca=12&tvprog=16478
Contacto autora - ficheirossecretosdeangola@gmail.com
Elêtheia Editores - www.aletheia.pt

Comments

1
Lito said...
Sou angolano e acho que muitos dos nomes citados nesta extensa lista tenham partido a tempo principalmente os portugueses ou angolanos brancos que viviam no sul sudeste e leste de Angola. Estive na Zâmbia, Namíbia, Zimbabué e Africa do sul em busca de parentes desaparecidos a quando da fuga dos portugueses (negros que seguiram os patrões) e nestes países as comunidades portuguesas migradas das ex-colónias é grande. Tentem procurar por estes países e acredito que encontrarão ainda com vida portugueses ou angolanos brancos de certa idade radicados nestes países cujas “fichas de memórias” precisem de refrescamento embora relutem bastante em falar do passado. Pessoalmente obtive resultados embora não sejam os que esperava encontrar.
2
ANA NEVES said...
Sou REFUGIADA, Filha de Refugiados, nascidos e criados em Angola, várias gerações de africanos brancos. Espoliados, maltratados, humilhados. Olhar para este testemunho é reacender em nós a sede de justiça. Que tivemos de calar porque o Portugal em que vivemos tem os "mandantes" da "limpeza física e psicológica" perpetrada em centenas de famílias no poder perpetuado por negociatas e conluios.
Contem comigo para apresentar queixa de crime contra a humanidade. Contem comigo para falar dos "judeus" do século XX e XXI que Portugal tratou como "merchandise" de negócios particulares. Para quê? Para hoje Angola ser de meia dúzia com milhares de esfomeados e estropiados, uma nação despótica dominada por uma família e seus amigos.
Vamos lá. Falar de história real. A que ainda não se escreveu.
Pergunta: Será que a UE e a ONU querem a nossa versão?
REFUGIADA 2009.5ªGERACAO. BRANCA
3
Caetano Martins said...
Fui para Angola em 1966, sendo mais um dos, não retornados mas sim REFUGIADOS, daquele ex-território ultramarino. Saí de Angola em Outubro de 1975, a expensas próprias, com viagem válida para 1 ano, na esperança (vã) de lá voltar, não tendo portanto usufruído nem da chamada ponte aérea nem do denominado IARN, que não apoiou maioritáriamente quem devia, mas antes serviu de guarida e salvaguardou o futuro de imensos parasitas.
Para além do enorme drama dos "desaparecidos" e respectivos familiares e amigos, existe ainda hoje muita outra gente a sofrer os efeitos da vergonhosa descolonização que abandonou e espoliou centenas de milhar de portugueses que lá trabalhavam e viviam como do seu País de origem se tratasse.
ANGOLA ... terra e sol incandescente, estende-se o silêncio impressionante e nota-se a agonia torturante do cais a morrer de sede. E quem lá viveu, na fé que o incandeava, trabalhou, sofreu, amou, esperou, acreditou ... e tornou-se o herói de uma epopeia.
4
O trabalho desta senhora é importante, mas a lista publicada dos prisioneiros desaparecidos, por grande muito grande que pareça, penso que é, apenas, a ponta de um grande iceberg. Por isso, acho que este trabalho não deverá ficar por aqui, porque a memória dessas pessoas nunca foi reabilitada e os responsáveis por essa imensa tragédia continuam impunes. Os crimes cometidos configuram "Crimes contra a Humanidade", pelo que não prescrevem. Penso que se deveria criar um Movimento de Reflecção sobre este assunto e que desemboque numa queixa-crime nas Instâncias Internacionais, a fim de que seja feita a devida justiça.
É tempo de passar à acção.
Pode contar comigo.

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