Wednesday, December 26, 2012

A obsessão pelo poder e o perdão do povo – Evalina Dings

  

Luanda – Os angolanos são constantemente desinformados de que a UNITA foi e é a principal causadora do sofrimento do povo. A propaganda do MPLA sempre seguiu a linhagem do Dr. Paul Joseph Goebbels, que foi o ministro da Propaganda de Adolf Hitler. O Dr. Paul Joseph Goebbels acreditava que uma mentira cem vezes dita, torna-se verdade.

Fonte: Club-k.net
O ditador Adolf Hitler inspira o ditador ‘‘angolano’’ José Eduardo dos Santos e o Dr. Paul Joseph Goebbels inspira o spin doctor ‘‘angolano’’ José Ribeiro. A maior parte do povo angolano acreditou na propaganda do MPLA de que Jonas Savimbi era um animal e o único culpado pelo sofrimento do povo.

José Eduardo dos Santos não soube usar a morte de Jonas Savimbi para conseguir o perdão do povo e ganhar reputação internacional. A guerra sempre serviu de desculpas para todas incompetências do governo dirigido por José Eduardo dos Santos. Então porquê que JES não aproveitou o fim da guerra para conseguir reputação nacional e internacional?

O arquitecto da paz teve dois caminhos para conseguir o perdão do povo e ganhar respeito internacional. Esses caminhos são:

1º. Abandonar o poder depois do acordo de paz assinado no dia 4 de Abril de 2002, entre o MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola) e a UNITA (União Nacional para a Independência Total de Angola), as duas formações políticas que mais influências têm no país.

2º. Manter-se no poder e promover a verdadeira reconciliação nacional e a democratização do país. JES devia permitir eleições livres e justas com observadores imparciais e independentes, promover a liberdade de imprensa, combater a corrupção, combater o tráfico humano, acabar com a partidarização do estado e a exclusão social.

JES devia entregar o poder ao povo, e com o título de arquitecto da paz, promotor de uma verdadeira reconciliação nacional e a democratização do país, JES seria carismático. JES seria o nosso Nelson Mandela.

JES decidiu continuar no poder, mas em vez de promover a democracia e a reconciliação nacional, preferiu seguir a sua ditadura doentia. Continuou com a exclusão social, o nepotismo, a corrupção e a perseguição aos adversários políticos e das mentes angolanas que não seguem o seu caminho.

Os angolanos festejaram à morte do Dr. Jonas Savimbi e pensaram que o país progrediria para o sucesso. Todos imaginamos uma Angola unida, uma Angola onde os do MPLA andariam de mãos dadas com os da UNITA, imaginamos ter um presidente de todos angolanos. Foi apenas uma imaginação utópica.

Hoje, o povo sabe que JES e o seu MPLA são os principais adversários à democratização de Angola e o convívio como um só povo e uma só nação. As últimas eleições fraudulentas provaram que até os militantes do MPLA sabem que Angola não terá futuro nas mãos do senhor que está no poder há mais de três décadas sem nunca ter sido eleito.

Mais de 30% dos militantes do MPLA não votaram no seu partido ou abstiveram-se das últimas eleições, que apenas serviram para insultar o povo angolano. O MPLA é um partido histórico que ajudou a correr com os portugueses, mas não merece ter dirigentes como José Eduardo dos Santos e a sua corja de ladrões.

Os militantes do MPLA merecem aquele partido que sempre sonharam quando lutavam contra o colonialismo português. O problema não é o MPLA, o problema é José Eduardo dos Santos e o MPLA de José Eduardo dos Santos.

Dez anos sem o Jonas Savimbi, o povo descobriu que José Eduardo dos Santos é o exemplo de antipatriotismo em Angola, o cleptocrata, o déspota, o anti-povo. Reconheço que se Jonas Savimbi estivesse vivo, devia ser julgado sim mas também deve-se julgar o senhor José Eduardo dos Santos e todos que promoveram a estúpida guerra que assolou Angola.

O ditador angolano deve padecer do síndrome de Hybris ou talvez é um enviado de Satanás na terra. Numa altura em que os jovens têm-se manifestado contra a sua má governação que só leva 33 anos, o híbrido José Eduardo dos Santos, cria o fundo do petróleo com orçamento anual de US $ 5 biliões e entrega ao seu filho para dirigir, numa clara alusão ao nepotismo e o insulto ao bom senso entre os angolanos.

Os dirigentes desse fundo apenas prestam contas ao dono da razão em Angola. Esse fundo do petróleo é mais uma humilhação que o impopular Presidente da República faz passar ao humilde e tolerante povo Angolano.

Há 20 anos atrás, Jonas Savimbi disse no seu discurso de Luanda, o seguinte: “o que vier a acontecer em Setembro de 1992, vai condicionar por muito tempo a história de Angola e das gerações vindouras”.

Infelizmente a profecia de Savimbi se cumpriu e até hoje continuamos a ser maltratados na nossa própria terra, pelos nossos próprios irmãos das FAA (Forças Armadas Angolanas) e da PN (Polícia Nacional) a mando do “senhor lei em Angola”. Os militares e os Polícias são nossos irmãos e têm sido usados pelo ditador, mas sei que um dia, eles deixarão de cumprir ordens desse senhor e juntar-se-ão ao povo Angolano.

José Eduardo dos Santos perdeu a sua grande oportunidade de fazer de Angola um estado de direito e democrático, e com isso receber o perdão do povo angolano e ganhar reconhecimento internacional, mas o poder a todo custo falou mais alto que a integridade da nação e infelizmente a ditadura venceu a democracia. 
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