RIA Novosti
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A barreira linguística entre traficantes de droga e agentes da polícia da Rússia não é mais um obstáculo para a luta contra o narcotráfico.
Um aparelho poliglota Etnos ajuda o Serviço Federal de Controle de Propagação de Drogas (Gosnarkokontrol). O engenho, desenvolvido da Rússia, é destinado não apenas para escutar conversas telefônicas, podendo também gravar conversas e reconhecer línguas em que são efetuadas e traduzi-las para russo.
O aparelho tem várias variantes de aplicação. Pode traduzir simultaneamente as conversas em regime de tempo real ou gravá-las. O próprio sistema é capaz de distinguir conversas comuns da conclusão de convênios sobre o fornecimento de drogas, dando sinal a agentes da polícia.
Atualmente, por encomenda do Gosnarkokontrol, o Centro de Tecnologias de Fala em São Petersburgo equipa aparelhos com sistemas de tradução do tajique, uzbeque, quirguize, língua cigana, azerbaijano e lituano. A seleção não é casual, diz o dirigente do Conselho de Observação do Instituto de Demografia, Migração e Desenvolvimento Regional, Yuri Krupnov:
“A chamada Rota Norte é a via principal de contrabando de drogas do Afeganistão para a Rússia, que atravessa o território dos países, cujas línguas são levadas em conta durante o desenvolvimento destes aparelhos. Infelizmente, há certas matizas étnicas propícias ao narcotráfico e à propagação de drogas”.
Segundo os dados da polícia, naturais da Ásia Central respondem por mais de 90% da heroína e do ópio transportados do Afeganistão para a Rússia. Ao mesmo tempo, eles cooperam estreitamente com agrupamentos criminosos do Azerbaijão. Na maioria dos casos, são ciganos que propagam drogas. Narcóticos sintéticos chegam a Rússia da região báltica. Embora a língua russa seja conhecida pela maioria de narcotraficantes que operam na Rússia, nas suas conversas internas eles preferem a língua natal, desconhecida por muitos russos. Portanto, os agentes da polícia antidroga não podem passar sem apoio técnico contemporâneo, considera Alexander Mikhailov, membro do Conselho para Política Externa e Defensiva:
“Praticamente, não existem especialistas na língua cigana, que não se estuda em estabelecimentos de ensino. Mas ciganos respondem por uma grande parte do narcotráfico. Somos obrigados por isso a aplicar novas tecnologias. Tanto mais que este aparelho de escuta trabalha mais eficazmente em comparação com tradutores vivos. A meu ver, tais aparelhos são indispensáveis para qualquer serviço especial”.
O Serviço Federal de Controle de Propagação de Drogas da Rússia adquiriu o primeiro aparelho há mais de quatro anos. No período decorrido, foram efetuados cerca de 400 exames de fonoscopia em diferentes línguas com a ajuda do Etnos. Os dados obtidos foram utilizados com êxito em tribunais, sendo provada, em resultado, a culpa de mais de uma centena de narcotraficantes.
Atualmente, foi decidido aplicar mais largamente o aparelho testado. O Gosnarkokontrol já está disposto a gastar 5 milhões de rublos (cerca de 170 mil dólares) para comprar 15 aparelhos.
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