- 29 Novembro 2012
- Opinião
Calgary/Canada - Antes de mais, gostaria de agradecer imensamente a todos vocês, pelo vosso gesto de caridade e solidariedade pela denúncia do acto de criminalidade cometido na Sede da Sonangol na qual foi assassinado o Eng. Belarmino Brito aos 42 anos de idade no dia 22 de Fevereiro de 2012. O malogrado deixou em vida 3 filhas menores de idade. A primeira tem 13 anos de idade, a segunda 10 e 5 anos de idade respectivamente.
Fonte: Club-k.net
Asfixia Aguda; compressão do conjunto do pescoço resultado final da autópsia
O que seria se o um dos Directores gerais da Sonangol ou um outro funcionário de renome fosse trabalhar num dia normal de expediente e que nunca mais regressasse a Casa?
Portanto, não é justo que as filhas do Malogrado estejam passando momentos de distúrbios mentais, angústia a ponto de sofrerem ataques apesar da idade que têm. Por instância, a primeira filha antes do pai ser assassinado era uma aluna brilhante, recebia certificados de reconhecimento como melhor aluna da escola anualmente e logo após o falecimento do seu pai, a média de aproveitamento baixou consideravelmente para “notas mínimas” e optando em passar dia e noite trancada no quarto chorando e perguntando "Porque que o Pai foi assassinado no seu próprio local de trabalho?"
Gostaria de actualizar o caso, começando por explicar que até ao presente momento, o nosso Malogrado, Eng. António Belarmino Brito, completou mais de sete meses desde a sua morte e pelas batalhas que fizemos, buscando explicações, não tivemos nenhum êxito.
Pedimos por este intermédio que a direcção da Sonangol e a direcção de Segurança que recebessem os familiares para uma explicação exaustiva sobre o incidente tendo em conta que a morte de do nosso querido Brito teve lugar na sede central desta empresa local aonde funcionava.
Depois de várias tentativas, por parte dos familiares, a Sonangol até ao presente momento não se pronunciou nem fez a questão de nos receber para dar uma satisfação sobre o acontecido. Alguns meses atrás, a viúva do malogrado e as filhas quando tentavam pedir explicações pessoalmente na Sonangol - Sede, acabaram por ser escoltadas do edifício por uma equipa de segurança em vez de serem recebidas pelos recursos humanos. Não entendemos as razões desta desfeita que ate ao presente, todas as diligências feitas para efeito foram recusadas. Logo após, a morte do Eng. Belarmino Brito o salário foi reduzido a 40% e sem previa notificação a família do Malogrado. Esta assistência básica e o único meio de subsistência da família enlutada. E este seria um dos temas que gostaríamos de amigavelmente saber junto do departamento que zela pelos serviços sociais.
Outro paradoxo deste assassinato tem sido a postura da DNIC instituição que foi dada a responsabilidade de investigar o incidente. Fomos informados que a DNIC esteve presente no local horas depois do infausto. E assim que contactamos a DNIC para saber os resultados das investigações e foi um grande choque por nossa parte como familiares quando solicitamos os vídeos para averiguar ou testemunhar os últimos minutes em vida do nosso ante querido. Esta instituição simplesmente disseram que as "AS IMAGENS SONORAS DAQUELE DIA DESAPARECERAM".
A transparência dos factos, leva a família a acreditar que foi um crime perpetrado pelo alto nível de funcionários da própria empresa. Se na realidade existe lei e governantes que comandem o País, é necessário que se faça Justiça para que ninguém mais seja vitima nas mesmas circunstâncias. Este tipo de crime pode acontecer a qualquer um e não importa o seu nível social na sociedade. Mas, e triste que os atentados, geralmente são os jovens recem formados e futuros governantes da Nação.
Desculpa-me pela expressão, mas isto é um absurdo. E para nos esta mais que claro, este crime só deve ter sido perpetuado pelo alto nível da empresa, pois pelo que apuramos, não é qualquer funcionário que teria a competência de filtrar e apagar as imagens gravadas. E com o coração repugnante de tristeza, que escrevemos esta nota de repudia para pedir um auxilio ou solidariedade pela morte do nosso ante querido que em vida se chamara António Belarmino Brito.
Aconteceu no dia 22 de Fevereiro de 2012 pelas 10h da manha na sede Central da Sonangol ( o famoso novo edifício) DENG (Direcção de Engenharia). Na qual o falecido exercia funções de inspector de projectos. Durante os seus anos de vida, o Engenheiro Belarmino Brito, foi conhecido como um homem honesto e bom trabalhador. Foi um bom opositor a corrupção e a falta de ética devido aos seus anos de formação como Seminarista antes de ter seguido a carreira de Engenharia.
Desde o dia 22 de Fevereiro de 2012, data em que foi assassinado o Eng. António Belarmino Brito no edifício novo da Sonangol Sede até hoje a DNIC não nos atribuiu os resultados da Investigação. Tendo em vista, os factos e evidencias em posse da DNIC, incluindo os funcionários do mesmo edifício que estão dados como perpetradores do crime, ate agora ninguém esta encarcerado.
A última informação que recebemos da DNIC foi:" Mandamos chamar os funcionários suspeitos do crime para serem interrogados. Os mesmos não compareceram e não pudemos fazer o arrasto forçoso sem a autorização do chefe". Se a Sonangol consegue comprar tudo e todos, sinceramente neste mundo ninguém e imortal e que de uma ou de outra forma os perpetradores pagarão pelo crime.
Como é possível que um funcionário é assassinado no seu próprio local de trabalho em horas normais de expediente, onde pessoas estranhas não são permitidas a entrada e até hoje ninguém da Sonangol-Sede presta declarações?
Infelizmente em Angola onde até a própria entidade que diz ser pertença do povo (TPA) também é monopolizada pelo governo. Por isso esta sendo difícil para se fazer ouvir a nossa voz em todos os órgãos de informação.
Durante as exéquias fúnebres, apareceram simplesmente 3 funcionários da Sonangol em ocasiões diferentes dizendo que eram colegas. Mas cada um veio com explicações diferentes, alguém dizia que o Belarmino Brito foi encontrado já morto no elevador, o outro dizia que o viu morto num outro andar, e o último nos disse que ele tentou o ajudar levando a clínica do edifício e que depois acabou por morrer quando chegou evacuado no hospital Girasol. Todas essas declarações não correspondem com a realidade dos factos segundo a autópsia.
A verdade é uma única: Quando chegamos na clínica Girasol, encontramos o nosso querido António Brito já morto. E conversando com o médico, Cubano com base dos relatórios médicos a conclusão contradiz as com as prévias alegações. Segundo a explicação do médico o malogrado chegou na clínica já sem vida e que apenas tentou reanima-lo. Em seguida o Dr. adiantou que o caso estava entregue a investigação criminal (DNIC). Logo que escutamos a explicação do Dr. deu-nos a entender que se tratava de um crime. Ali pedimos logo que fizessem a autópsia.
Tivemos o resultado da autópsia e com toda clareza. Segundo o resultado, diz que a causa da morte: Asfixia Aguda; compressão do conjunto do pescoço. Para estarmos melhor informado, pedimos que o Dr. nos explicasse devidamente, e com o seu gesto explicando que ele foi estrangulado pelo pescoço, foi assim que perdeu a sua vida.
É bastante comovido um crime deste género ter acontecido no seu próprio local de trabalho e nenhum responsável desta instituição governamental teve a piedade de clarificar ou contrariar o resultado da autópsia. Num edifício que existe câmaras em todos os lugares, onde pessoas estranhas não são permitidas, onde até um departamento de segurança existe. Mas ninguém sabe de nada?
Isto é uma falta de escrúpulo para os que dirigem a própria empresa que dizem ser o símbolo económico do país. Com que cara tem se deparado o responsável pela segurança do edifício? Aliás, por norma da lei, todos eles deveriam ser exonerados e sobre interrogação sobre o desaparecimento brusco das imagens/filmagens das câmaras de segurança. Deveriam deixar de exercer as suas funções pela incompetência de garantir a segurança dos seus funcionários durante horas de expediente, tendo em conta que o incidente teve lugar as 10 horas da manha dentro do edifício. E esta explicação, das imagens das câmaras de segurança estarem desaparecidas não tem fundamentos.
Onde esta a justiça na nossa sociedade?
Caríssimos Senhores e Senhoras, por favor ajudem-nos neste caso. Sentimo-nos maltratados. Abandalhados. Desrespeitados. Sentimo-nos “enteados” e ao mesmo tempo angolanos da terceira categoria. Sem apoio dos órgãos do estado. Sem suporte judicial. Enfim, sem espaço de diálogo com os responsáveis influentes da Sonangol.
Lutamos pela justiça e para que ninguém mais na sua própria terra e no seu espaço laboral seja vítima deste tipo de criminalidade. Numa sociedade democrática, onde todos os filhos são tratados perante a lei e implementada sem restrições.
A direcção da Sonangol que tem demonstrado ser a empresa mais poderosa e capaz de comprar tudo e todos, deveria pelo menos dar todo apoio moral para não dizer sobre o apoio social, para as filhas menores do Malogrado que hoje em dia estam numa fase de perturbação e com falta do bem-estar psicológico.
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