RIA Novosti
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Dmitri Medvedev só irá candidatar-se novamente ao posto de presidente da Rússia se essa for a vontade de eleitores, mas por enquanto não tem tais planos.
O primeiro-ministro russo fez tal declaração à imprensa francesa na véspera de sua visita de hoje à França. Medvedev disse estar preocupado mais com os assuntos e não com um local no Kremlin. Para ele é mais importante “responder ao crédito de confiança concedido pelo povo”.
Em uma entrevista à agência d notícias France Press e ao jornal Le Figaro, Medvedev, pela primeira vez desde as últimas eleições presidenciais na Rússia, respondeu sobre a possibilidade de seu regresso ao posto de chefe de Estado:
“Se tiver suficientes forças e saúde para isso e se as nossas pessoas me confiarem no futuro tal trabalho, eu não excluo naturalmente tal virada de acontecimentos. Já disse certa vez que, em geral, nunca se pode renunciar a nada, porque, como se sabe, nunca se pode dizer nunca, tanto mais que eu já entrei uma vez neste rio e este é nomeadamente um rio em que se pode entrar duas vezes”.
Pela primeira vez, Medvedev disse em entrevista que nunca aceitaria o cargo de primeiro-ministro com um outro presidente da Rússia. Medvedev reconheceu que para ele é mais confortavel trabalhar em conjunto com Vladimir Putin que disse, por sua vez, que “não iria trabalhar com um outro primeiro-ministro”.
A entrevista mostra que Dmitri Medvedev é um homem da “equipe de Putin”, mas suas posições são mais liberais, considera Vladimir Slatinov, analista do Instituto de Pesquisas Humanitárias e Políticas da Rússia:
“Medvedev é uma pessoa próxima de Vladimir Putin, uma pessoa em que Putin confia. Por outro lado, Medvedev é uma das poucas pessoas na equipe de Putin que possa adicionar algo de novo na agenda do dia. Por isso ele não exclui para si a possibilidade de reeleição. Esta declaração tem também um outro fim. De qualquer modo, Medvedev quer ressaltar que entre outros partidários de Putin e na “equipe de Putin” ele é “primeiro entre iguais”.
Na entrevista, foram abordados também temas importantes da política interna. Medvedev não alterou sua atitude para com o veredicto em relação ao Pussy Riot. Fez lembrar sua posição de que as jovens do grupo de punk rock já experimentaram plenamente em si o que significa a prisão e que já não é necessário mais privá-las de liberdade.
Alguns politólogos russos consideraram que tal posição poderá influir no futuro destino das participantes do grupo. Evidentemente, o tribunal já proclamou o seu veredicto, mas as audiências adicionais ainda estão pela frente.
Medvedev considerou ainda que não vê nada de terrível por trás das leis sobre "agentes estrangeiros" e sobre comícios. Disse que não se trata de recrudescimento da legislação. Tais medidas dizem respeito ao desenvolvimento de normas justas e organizadas da realização de comícios.
Medvedev apontou ainda que não vê, por enquanto, condições para a formação de um sistema bipartidário na Rússia. Nas suas palavras, o sistema político e partidário russo é mais próximo do sistema europeu do que do americano e ficará assim em perspetiva.
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