31.10.2012 - 17:46 Por Alexandre Martins
No fim-de-semana passado foram detidos mais dois presumíveis etarras (Foto: Jeff Pachoud/AFP)
A maioria dos membros da ETA ainda no activo está disposta a pôr um ponto final na história da organização, avança o jornal El País. A condição é que o Governo de Mariano Rajoy aceite discutir uma solução para os quase 700 prisioneiros etarras, mas o ministro do Interior, Jorge Fernández Díaz, já repetiu a resposta oficial das autoridades espanholas: “O Governo não negociou, não negoceia e não irá negociar com uma organização terrorista.”
O El País cita fontes anónimas ligadas a partidos e organizações separatistas de esquerda, segundo as quais a iniciativa da ETA apenas encontra resistência numa minoria de prisioneiros, liderada pelos históricos Xabier García Gaztelu — conhecido como Txapote — e Miguel Ángel Blanco.
Os separatistas de esquerda — que viram a sua posição reforçada com o segundo lugar da coligação Euskal Herria Bildu nas eleições de 21 de Outubro no País Basco — parecem não estar dispostos a assistir ao regresso da violência à região e propõem aos próprios presos da ETA que aceitem a legitimidade das suas condenações, tendo como objectivo a reinserção social dos antigos operacionais da organização.
O problema, segundo as fontes citadas pelo El País, está “num sector minoritário dos prisioneiros, que continua a recusar-se a aceitar a legalidade das suas condenações”.
Por isso, lançam um apelo a Madrid: “Uma flexibilização do Governo neste ponto poria fim ao bloqueio desta situação”. Numa posição partilhada pelo Partido Nacionalista Basco, de centro-direita (no poder), e pelo Partido Socialista da região, os separatistas de esquerda alertam que nunca será possível decretar o fim da ETA enquanto os prisioneiros continuarem sujeitos à legislação aplicável a membros de uma organização terrorista e pedem a libertação dos presos com doenças crónicas, mas concedem que os próprios presos têm de dar passos concretos para que o processo tenha hipóteses de sucesso.
Apesar da aproximação da esquerda radical a uma solução negociada para o fim definitivo da ETA, o Governo de Mariano Rajoy continua a mostrar-se indisponível para dialogar. Em declarações à rádio Onda Cero, o ministro do Interior, Jorge Fernández Díaz, disse não ter dúvidas de que “a ETA quer negociar com o Governo o futuro dos seus prisioneiros e que está disposta a dissolver-se, a desmantelar as suas estruturas e a entregar as armas, em troco de um acordo sobre a situação dos prisioneiros”. O problema é que, para o governante, “só é possível haver negociações quando se entende que o interlocutor tem alguma razão e uma organização terrorista não tem nenhuma razão”.
Mais do que fechar as portas ao diálogo, as autoridades espanholas têm mantido a pressão sobre o que resta da ETA. O ministro do Interior considerou que a detenção, no domingo, de Izaskun Lesaka Argüelles e Joseba Iturbide Ochoteco, em França, foi “o golpe mais duro que se poderia ter dado neste momento” na organização.
Se, por um lado, a esquerda separatista parece estar disposta a encontrar uma solução definitiva para o fim da violência, a verdade é que a detenção dos dois presumíveis etarras foi condenada em termos muito duros pela líder da coligação Euskal Herria Bildu, Laura Mintegi. A antiga deputada do Herri Batasuna — o partido separatista ilegalizado em 2003 por financiar a ETA — declarou que não pode “aplaudir uma operação de repressão” e afirmou que “o Governo espanhol nem sequer tem ideia do que significa um processo de paz”.
Os separatistas de esquerda — que viram a sua posição reforçada com o segundo lugar da coligação Euskal Herria Bildu nas eleições de 21 de Outubro no País Basco — parecem não estar dispostos a assistir ao regresso da violência à região e propõem aos próprios presos da ETA que aceitem a legitimidade das suas condenações, tendo como objectivo a reinserção social dos antigos operacionais da organização.
O problema, segundo as fontes citadas pelo El País, está “num sector minoritário dos prisioneiros, que continua a recusar-se a aceitar a legalidade das suas condenações”.
Por isso, lançam um apelo a Madrid: “Uma flexibilização do Governo neste ponto poria fim ao bloqueio desta situação”. Numa posição partilhada pelo Partido Nacionalista Basco, de centro-direita (no poder), e pelo Partido Socialista da região, os separatistas de esquerda alertam que nunca será possível decretar o fim da ETA enquanto os prisioneiros continuarem sujeitos à legislação aplicável a membros de uma organização terrorista e pedem a libertação dos presos com doenças crónicas, mas concedem que os próprios presos têm de dar passos concretos para que o processo tenha hipóteses de sucesso.
Apesar da aproximação da esquerda radical a uma solução negociada para o fim definitivo da ETA, o Governo de Mariano Rajoy continua a mostrar-se indisponível para dialogar. Em declarações à rádio Onda Cero, o ministro do Interior, Jorge Fernández Díaz, disse não ter dúvidas de que “a ETA quer negociar com o Governo o futuro dos seus prisioneiros e que está disposta a dissolver-se, a desmantelar as suas estruturas e a entregar as armas, em troco de um acordo sobre a situação dos prisioneiros”. O problema é que, para o governante, “só é possível haver negociações quando se entende que o interlocutor tem alguma razão e uma organização terrorista não tem nenhuma razão”.
Mais do que fechar as portas ao diálogo, as autoridades espanholas têm mantido a pressão sobre o que resta da ETA. O ministro do Interior considerou que a detenção, no domingo, de Izaskun Lesaka Argüelles e Joseba Iturbide Ochoteco, em França, foi “o golpe mais duro que se poderia ter dado neste momento” na organização.
Se, por um lado, a esquerda separatista parece estar disposta a encontrar uma solução definitiva para o fim da violência, a verdade é que a detenção dos dois presumíveis etarras foi condenada em termos muito duros pela líder da coligação Euskal Herria Bildu, Laura Mintegi. A antiga deputada do Herri Batasuna — o partido separatista ilegalizado em 2003 por financiar a ETA — declarou que não pode “aplaudir uma operação de repressão” e afirmou que “o Governo espanhol nem sequer tem ideia do que significa um processo de paz”.
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