O futuro do comércio de textos de linha branca, sejam feitos ou não em Portugal, passa por Angola. Não pelos angolanos. Aliás, o importante é trabalhar para os poucos que têm milhões e não para os milhões que até passam fome.
Acompanhar os especialistas das questões angolanas, quase todos de gestação espontânea mas que têm formação maçónica e usam avental para encobrir a ausência de coluna vertebral, é aliciante.
Como é compreensível, esses textos não são jornalismo mas, apenas, meios de propaganda que visam cativar investidores/compradores. E esses não se encontram ao nível do Povo que continua a ser gerado com fome, a nascer com fome e a morrer pouco depois… com fome.
Por alguma razão as despesas dos angolanos, que visitaram Portugal entre Janeiro e Abril, cresceram 53,23%.
Os turistas angolanos, parte deles são o filão que mais interessa ao moderno comércio jornalístico que se faz em Portugal, gastaram 87,2 milhões de euros, valor que compara com os 56,9 milhões de euros gastos no mesmo período de 2011.
E se, de uma forma geral, Portugal precisa dos donos de Angola, é natural que as empresas lusas, sejam ou não de comércio de textos de linha branca, afinam pelo mesmo diapasão.
Basta, aliás, ver o perfil do cliente angolano em Portugal, que representa mais de 30% do mercado de luxo português. Trata-se sobretudo de homens, 40 anos, empresários do ramo da construção, ex-militares ou com ligações ao governo. Vestem Hugo Boss ou Ermenegildo Zegna. Compram relógios de ouro Patek Phillipe e Rolex.
Do outro lado, aquele que não interessa a esse dito moderno “jornalismo”, está o perfil do povo angolano, que representa 70% da população, e que é pé descalço, barriga vazia e vive nos bairros de lata.
Esses angolanos de primeira não olham a preços. Procuram qualidade e peças com o logo visível. É comum uma loja de luxo facturar, numa só venda, entre 50 e 100 mil euros, pagos por transferência bancária ou cartão de crédito.
Por outro lado, de acordo com a vida real dos angolanos (de segunda), 45% das crianças sofrem de má nutrição crónica e uma em cada quatro (25%) morre antes de atingir os cinco anos.
Na joalharia de luxo, os angolanos também se destacam, tanto pelo valor dos artigos que compram como pela facilidade com que os pagam. Um representante em Portugal da Chaumet, Dior e H. Stern, conta o caso de "uma senhora angolana que comprou uma pulseira por 120 mil euros, e pagou com cartão de crédito, sendo o pagamento imediatamente autorizado pelo banco".
Pois é. Em Angola, o acesso à boa educação, aos condomínios, ao capital accionista dos bancos e das seguradoras, aos grandes negócios, às licitações dos blocos petrolíferos, está limitado a um grupo muito restrito de famílias ligadas ao regime no poder e que é o que mais interessa ao moderno “jornalismo” luso, lusitano ou lusófono.
Atrevo-me, aliás, a calcular a ementa dos almoços dos modernos “jornalistas” portugueses quando, ao serviço dos superiores interesses da sua actividade comercial, vão a Luanda.
Mais coisa menos coisa deve andar à volta de trufas pretas, caranguejos gigantes, cordeiro assado com cogumelos, bolbos de lírio de Inverno, supremos de galinha com espuma de raiz de beterraba e uma selecção de queijos acompanhados de mel e amêndoas caramelizadas, com cinco vinhos diferentes, entre os quais um Château-Grillet 2005.
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