quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Slogan de campanhas eleitorais

Eleições 2009:
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Como elemento essencial da mensagem em propagan­da política, o slogan constitui a base desta análise. Em termos de mensagem, a propaganda política assenta, fortemente, no valor dos slogans e dos símbolos políti­cos, como elementos catalisadores da acção política e eleitoral. Como tal, o slogan deve conter características que desencadeiem a sua rápida memorização, do ponto de vista auditivo ou visual. O êxito do slogan passa por aspectos como a simplicidade, a graça, a graciosidade, a fonética. Por outras palavras, de acordo com Es­pírito Santo (1997), em as “Decisões de Voto – Um Estudo de Sociologia Política”, “o slogan tem de conter um apelo, suficientemente, simples, facilmente, compreendido e susceptível de ser uma senha de coesão do grupo. Este grupo, o dos apoiantes da força política quer-se o mais alargado possível, tanto quanto possa permitir o acesso ao poder”. A origem etimológica da palavra slogan não é, suficientemente clara, e a sua fundamentação revela-se complexa, pois a sua raiz não se encontra nas principais línguas antigas que originaram os diferentes idiomas eu­ropeus, como sejam o grego e o latim. De acordo com Reboult (1975), em “Metodologia da Análise de Conteúdo” a expressão slogan viria do gaélico, sendo que a expressão original, ou seja, scluagh chairm signifi­caria, na antiga Escócia, o grito de guerra dos clãs.
A nível da campanha eleitoral, o slogan precisa ter identificação com o candidato, sob o risco de não dar certo. O símbolo e o slogan são considerados os elementos chaves para garantir a memorização e a impressão de unanimidade na campanha. O símbolo deve estar presente em todas as peças e materiais a serem utilizados, pois sua repetição contínua ajuda a fixar, por associação, o nome e as ideias do candidato.
De acordo com Espírito Santo, “tecnicamente, o slogan traduz-se numa frase curta, a qual contem uma componente promocional desti­nada a captar o interesse do eleitorado, sendo que o slogan, para além disso, pode conter também palavras de ordem dirigidas à acção. Nem todos os slogans contêm palavras de ordem. Para além do slogan, pro­priamente dito, há ainda uma componente da mensagem ligada àquele, mas distinta, que se concretiza no apelo ao voto, o qual é composto pelas frases que contêm o nome do candidato e o imperativo verbal do voto neste”, sendo que o slogan contem em si, geralmente, a ideia do todo do produto político (no caso político) que procura promover, assenta mais no seu carácter mobilizador e instrumental, e menos na sua capacidade de esclarecimento, do ponto de vista de informação. Neste sentido, para além da simplicidade, outra das características que confere funcionali­dade ao slogan é a sua facilidade de reprodução oral, a qual, em última análise procura a promoção da unidade do grupo, grupo este que pode ser tão amplo quanto a dimensão de um partido político. A utilização do mesmo slogan em períodos diferentes revela uma dimensão atemporal do slogan. Um slogan pode ser utilizado em vários momentos históricos e em situações diferentes. O tempo de um slogan é determinado pelas condições históricas de sua formação e por todo o contexto social, eco­nómico e político
A vida humana é guiada por sugestões, persuasões, slogans ou pala­vras que nos ordenam o que devemos fazer. Nossa autonomia é relati­va, sendo que repetir uma palavra ou frase, automaticamente ou seja, de maneira que não seja intencional, constitui ao mesmo tempo uma catarse subjectiva e uma sintonia de um grupo ou nação, como aconte­ceu durante o discurso vitorioso do actual presidente dos EUA, Barack Hussein Obama: “Yes, we can” (Sim, nós podemos). Os slogans são in­formações condensadas, que têm por objectivo influenciar de maneira intencional, as pessoas para consumirem um determinado produto, ma­terial ou seguir uma ideia – fé. Sua função é apelar directamente às pai­xões políticas, religiosas, estéticas; dando como exemplo uma situação popular, tenho a referir que há milénios que as religiões usam slogans (ou mantras) para ligar os fiéis à transcendência: “Pai-nosso...”, “Deus é amor”, “só Cristo salva”, “Deus é fiel”, “Allah é grande”, “Guerra santa aos infiéis”, etc. No campo político também os slogans são usados para fazer revoluções, vencer eleições, protestar entre outras coisas. Num pas­sado recente, a nível nacional, “A Luta continua” reforçou o argumento para o país sair do colonialismo português e fazer a revolução socialista. “Pátria amada, venceremos”, marcou a revolução cubana. “Lutar, mas não perder a ternura”, atribuído ao romântico Che Guevara. Por isso, os slogans devem ser contextualizados. Quanto mais são repetidos os slo­gans maior será a probabilidade de se tornarem autónomos em relação às pessoas e suas ideias – fonte.
O slogan observa, Reboul no seu livro “Slogan” (1975), parece inicial­mente, “desempenhar três papéis”: 1º fazer aderir; 2º prender a aten­ção; 3º resumir. Através de uma esquematização envolvendo “factores inalienáveis envolvidos na comunicação verbal”, feita pelo autor, há o estabelecimento de seis factores que determinam uma diferente função, dada à linguagem:
1º. O remetente não é o indivíduo. Quem fala é a “vontade de poder de um grupo social, que se dissimula sob uma linguagem objectiva e universal”.
2º. O destinatário. Este pode ser cada membro do grupo, incluindo adversários ou traidores desse grupo. Assim, segundo Reboul: “a função incitativa exprime-se, ora mediante exortações, ora mediante promes­sas, ou mediante ameaças, insultos. Mas ela está sempre presente”.
3º. O referente. A coerência de uma ideologia não procede das ideias que ela proclama, mas dos interesses permanentes do grupo a que ela serve, dessa maneira, a função referencial de uma dada ideologia refere-se a sua fundamentação.
4º. O código. O código é em si a “própria estrutura da ideologia”.
5º. A função fática. Esta função põe a nu aquilo que constitui a essên­cia de toda ideologia: a tomada do poder pela fala. A ideologia é um discurso que censura ou sufoca outro discurso; é tomada de palavra e palavra confiscada.
6º. A mensagem. Uma mensagem é ideológica quando dissimula as figuras que a tornam persuasiva e quando se atribui uma transparência que não tem, quando oferece seus hábitos como certezas.
Pelo presente artigo, pretendo basicamente entendimento do slogan como instrumento de persuasão dos eleitores em campanha eleitoral, visto que os slogan são criados como o único e exclusivo objectivo de marcarem positivamente a imagem de um candidato ou partido político na consciência dos eleitores, sendo que os slogans são parte fundamen­tal de uma planificação de comunicação numa campanha eleitoral. Sob minha análise, dois slogan’s têm merecido destaque na comunicação social radiofónica, imprensa e televisiva, na presente campanha eleito­ral, o slogan da Frelimo (“A Frelimo quando promete cumpre”) baseia-se no seu manifesto eleitoral, que tem enfoque na prestação de contas do que foi feito e propostas de continuação dos programas decorrentes e iniciados no presente mandato, assegurando dessa maneira a conti­nuação do combate à pobreza, e Movimento de Educação para Todos (“Moçambique para Todos”) assente num objectivo fundamental que focaliza as suas aspirações em “servir o povo moçambicano e não servir-se do povo”, a despeito do pouco popularizado slogan da Renamo (“O melhor de Moçambique são os moçambicanos”).

1 comentário:

Anónimo disse...

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