E agora, Presidente?
O pedido do novel ministro da Justiça da África do Sul, Ronald Lamola, da anulação da decisão de extraditar Manuel Chang para Moçambique, soou como ópera nos ouvidos dos moçambicanos. Se este ministro diz que enviar o antigo ministro das Finanças de volta a Moçambique seria contra os "tratados nacionais, regionais e internacionais" assinados pela África do Sul "o que poderia não ser legalmente possível", resta saber o que esteve por detrás da decisão do então ministro Michael Masutha. Apontaram-lhe um revólver para tomar a decisão que tomou? Subornaram-lhe? Quem é o principal interessado no regresso de Chang?
Michael Masutha não tomou aquela decisão de ânimo leve. A Frelimo usou todos meios para que tal fosse possível. E agora? Veja, Presidente, que quando este ministro tomou essa odiosa decisão, Manuel Chang ainda gozava de imunidade parlamentar e não era formalmente acusado em Moçambique. Mesmo assim, quis nos trazer o gatuno de Chang para Moçambique. A troco de quê?
Isto está mal, Presidente. Mal para a Frelimo. Na eventualidade de Manuel Chang seguir para Brooklyn (onde lhe espera uma cela), ficaremos a saber de todos os detalhes ainda desconhecidos do caso das dívidas ocultas. Ficaremos a saber quem, efectivamente, está implicado. É bem provável que os que dizem nunca terem assinado nenhum cheque sejam arrastados para este escândalo.
Está cada vez mais difícil parar o vento com as mãos. Toda a podridão está prestes a ser conhecida. Ao fim do dia veremos que provavelmente o Teófilo Nhangumele e companhia foram meros peões. Os que comeram, verdadeiramente, o dinheiro do calote são os que falam bonito em nosso nome, dizem que amam a pátria, dizem que estão comprometidos com o desenvolvimento de Moçambique, dizem-se nossos servidores, mas no fundo são ladrões vulgares, lesa-pátria!
Na eventualidade de o Presidente estar implicado no calote e isso ser do domínio dos americanos, estamos mal. Estamos em perigo. Eles farão de tudo para que o Presidente facilite os vários interesses que eles têm em Moçambique, a começar pelo gás natural. Aliás, este esmerado interesse dos americanos pelo Manuel Chang roça exactamente isso. Por via dele querem chegar ao tubarão e terem possivelmente as portas franqueadas para tudo.
Achamos importante e urgente que o povo moçambicano comece a pensar quem deve ser o futuro Presidente de Moçambique. É preciso uma escolha lúcida, porque corremos o risco de legitimar pessoas de conduta duvidosa. Um Presidente não pode deixar-nos em dúvidas, deve ser impoluto e merecedor do nosso respeito e admiração.
Quem, na Frelimo, não molhou com a água que caiu?
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