Sunday, February 3, 2019

Luísa Diogo diz-se chocada com o caso Manuel Chang


Luísa Diogo diz-se chocada com o caso Manuel Chang
A antiga Primeira Ministra, Luísa Diogo, disse estar “chocada” com o envolvimento do seu sucessor, no Ministério das Finanças (Manuel Chang), com as chamadas dívidas ocultas.
Na sua primeira reacção desde a detenção de Chang, que foi seu vice-ministro, no então Ministério de Plano e Finanças, Diogo disse que o processo mostra que, afinal, não conhecia bem o seu colega.
“É um grande choque porque é um quadro que eu conheço e pensei que conhecia bem e com o trabalho que nós fizemos em conjunto, pensei que fosse comungado com os mesmos princípios de como servir o Estado, como servir o povo. Estou chocada porque desde 2015 que me apercebi das dívidas, mas nunca pensei que se tivesse aproveitado disso” desabafou Luísa Diogo.
Choque à parte, Luísa Diogo considera que as polémicas dívidas são um “fardo” enorme para o país e, uma vez que há indicação de envolvimento de outras pessoas não moçambicanas, é preciso que a responsabilização seja partilhada.
“Tem de haver partilha e a partilha não é necessariamente na divisão do valor, mas sim na reavaliação dos aspectos ligados ao pagamento, a extensão, o escalonamento, o alívio do pagamento anual entre outros. Há todo um pacote que nos pode ajudar para que possamos cumprir como nação", afirmou a antiga governante.
“Esta dívida é um fardo para Moçambique. Nós não estamos em condições de a pagar sozinhos e, se tentarmos o fazer sozinhos, vamos sucumbir. O nosso projeto de desenvolvimento vai sucumbir", realçou à margem da cerimónia de celebração do Dia dos Heróis em Maputo.
Luísa Diogo diz ainda que as instituições nacionais devem tirar ilações do processo das dívidas ocultas, que devem ser vigilantes e actuantes para evitar, por exemplo, que "um ministro das Finanças (como foi o caso de Manuel Chang) extravase as suas competências desta forma e nenhuma instituição se manifeste” o que classificou de inconcebível.
“Não podemos depender da boa vontade dos governantes. É preciso que as instituições sejam actualizadas e fortificadas para evitar este tipo de situações", concluiu

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