Monday, February 4, 2019

Família divulga morte de Sabrina Bittencourt, ativista que denunciou João de Deus

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(Facebook)
A ativista Sabrina de Campos Bittencourt, de 38 anos, que ajudou a denunciar crimes de abusos sexuais de  João de Deus e do guru Prem Baba, teria cometido suicídio no sábado 2 de fevereiro. Seu filho Gabriel Baum e grupos ativistas confirmaram a morte. Ainda falta confirmação das autoridades locais, do Itamaraty e da polícia.
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Luciana Fraguas
Published on
Monday, February 4, 2019 - 15:14
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3 min 55 sec
A morte foi confirmada pelo filho Gabriel Baum e por Maria do Carmo Santos, presidente do grupo Vítimas Unidas, criado por mulheres abusadas pelo ex-médico Roger Abdelmassih, com quem Sabrina lutava para coletar provas e reunir vítimas para denunciar crimes sexuais. 
Sabrina de Campos Bittencourt teria deixado uma carta de despedida nas redes sociais, dizendo que ‘ia se juntar à Marielle Franco’, a mensagem teria sido apagada.
Os grupos Vítimas Unidas e Contra o Abuso no Meio Espiritual (COAME) publicaram notas de falecimento e disseram que ela cometeu suícidio.
“Pedimos à mídia e aos envolvidos que não contactem a família e respeitem esse momento delicado às pessoas próximas a ela. Sabrina será sempre para nós um exemplo e inspiração em nossas lutas. Que seu legado seja honrado e frutífero ao redor do mundo,” ressaltou nota da COAME.
Sabrina também disse que estava sendo perseguida e enviou uma mensagem por WhatsApp a diversos jornalistas dizendo que corria risco de vida.
A mensagem que foi publicada por diversos jornalistas no dia 3 de fevereiro dizia: "Estou sendo perseguida por um homem chamado Paulo Pavesi. Um guia que trabalha na Casa Dom Inácio de Loyola marcou vários matadores de João de Deus pedindo para me localizarem. Esse é o perfil dele. Ele é louco. Eu avisei que essa semana fariam milhares de Fake News ao meu respeito"
Em seu perfil no Facebook, Pavesi se defendeu de acusações de que ele teria provocado a morte da ativista. “Os apoiadores de Sabrina estão tentando fazer um ataque virtual contra mim alegando que ela se matou por minha causa.”
A morte foi confirmada pelo filho mais velho Gabriel Baum e por organizações de apoio às vítimas de abuso das quais ela fazia parte. Inicialmente foi reportado que ela teria morrido em Barcelona, mas seu filho teria confirmado o Líbano como local de sua morte.
Até o fechamento dessa reportagem o caso continua sem confirmação oficial.

Quem era Sabrina de Campos Bittencourt

As denúncias de abuso sexual das vítimas de João de Deus foram reunidas pela ativista Sabrina de Campos Bittencourt. Suas investigações e coleta de depoimentos levaram à prisão do líder espiritual em dezembro 2018.
Sabrina disse ter recebido ao menos 185 denúncias contra 13 líderes espirituais brasileiros desde setembro – após relatos de supostos abusos cometidos pelo guru Sri Prem Baba.
Recentemente ela disse que João de Deus fazia tráfico de bebês e que crianças eram ‘cultivadas’ no Brasil antes de serem vendidas para casais sem filhos ao redor do mundo.
Sabrina alegou que as meninas foram mantidas em cativeiro em fazendas remotas, onde foram forçadas a darem à luz.

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DOS ARQUIVOS DA SBS PORTUGUESE
Denúncias de abuso sexual contra João de Deus: um segredo conhecido em Abadiânia
Entrevistamos a antropóloga professora-doutora Cristina Rocha e ela faz uma análise da estrutura de poder nas relações dos líderes espirituais com os seus seguidores e fala das fortes conexões de João de Deus com a Austrália.
Guias australianos levaram centenas de seguidores ao centro de João de Deus em Abadiânia
Por mais de 20 anos, guias de viagens na Austrália e Nova Zelândia levaram centenas de pessoas ao ‘centro de cura’ de João de Deus em Abadiânia, Goiás. João Teixeira de Faria, ou ‘João de Deus’, está preso por denúncias de abuso sexual.
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Foram feitas três denúncias da Austrália de abuso sexual contra João de Deus, que teve decretada nova prisão, agora por posse ilegal de armas.
Após se entregar à polícia, João de Deus é transferido para Complexo Prisional em Goiás
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João de Deus está foragido da justiça brasileira após denúncias de crimes sexuais
João de Deus pode ser preso por qualquer autoridade policial brasileira ou estrangeira, com auxílio da Interpol, caso saia do Brasil - mas ele diz que vai se entregar à polícia.

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