Charles AJ S
Polícia moçambicana impede Renamo de apresentar candidato autárquico em Maputo http://interlusofona.info/policia-mocambicana-impede-renam…/
A polícia moçambicana impediu hoje a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) de apresentar o seu candidato às autárquicas em bairros periféricos de Maputo, considerando que o principal partido de oposição está a fazer campanha eleitoral antes do período previsto.
A polícia moçambicana impediu hoje a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) de apresentar o seu candidato às autárquicas em bairros periféricos de Maputo, considerando que o principal partido de oposição está a fazer campanha eleitoral antes do período previsto.
“Isto é uma violação dos nossos direitos. Nós saímos hoje para fazer a nossa atividade política diária: conversar com as pessoas deste bairro e apresentar o nosso candidato. Mas, curiosamente, fomos barrados pela polícia”, disse à agência Lusa Venâncio Mondlane, candidato indicado pela Renamo para Maputo nas autárquicas de outubro e que a Comissão Nacional de Eleições afastou por alegada irregularidade na candidatura.
A concentração começou por volta das 8:30 horas locais (07:30 de Lisboa), quando dezenas de membros da Renamo, empunhando bandeiras e dísticos daquela formação política, juntaram-se na Avenida de Moçambique.
Poucas horas depois, a polícia chegou ao local, na companhia do presidente da Comissão Distrital de Eleições, tendo impedido que a Renamo continuasse com seu percurso, cujo destinos eram, além de Unidade 7, os bairros Luís Cabral e Jardim, também na periferia de Maputo.
“Esta é uma atividade que não precisa de autorização. Isto não é uma campanha”, frisou Venâncio Mondlane, lembrando que na tarde de quarta-feira a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, apresentou o seu candidato em Maputo no bairro Polana Caniço, num comício popular em que o partido também anunciou “as linhas do manifesto para as autárquicas de outubro”.
A Lusa contactou o porta-voz da polícia moçambicana na cidade de Maputo, Leonel Muchina, que considerou que a polícia agiu para “proteger a legislação”, que proíbe que os partidos políticos realizem atividades que se possam confundir com campanha eleitoral antes do período previsto.
Questionado pela Lusa sobre a apresentação pública num comício do candidato do partido no poder no bairro da Polana Caniço na quarta-feira, o porta-voz da Polícia moçambicana disse que não foi informado sobre o evento, que decorreu num campo de futebol e contou com a participação de vários artistas moçambicanos.
Na segunda-feira, a Comissão Nacional de Eleições de Moçambique afastou Venâncio Mondlane da corrida eleitoral de 10 de outubro, alegando irregularidades na sua candidatura.
Venâncio Mondlane foi afastado depois de uma votação, na sequência da impugnação solicitada pelo antigo partido, o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), que considerou ilegal a candidatura, por Mondlane ter renunciado ao mandato na Assembleia Municipal de Maputo em 2015.
A Renamo acusou a Comissão Nacional de Eleições de Moçambique de ser “fonte de conflitos” em períodos eleitorais, considerando que a rejeição da candidatura de Venâncio Mondlane para Maputo tem motivações políticas e que o partido vai recorrer da decisão.
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