Abu Bakr al-Baghdadi rompe silêncio de quase um ano e apela à continuação da jihad (guerra santa), em áudio divulgado esta semana
O líder do autoproclamado Estado Islâmico já foi dado como morto em várias ocasiões e dele não havia notícias desde setembro de 2017, quando reagiu numa mensagem áudio à perda do controlo das cidades de Raqqa e Mossul, antigos bastiões do Daesh no Iraque. Agora, al-Baghdadi voltou a fazer-se ouvir da mesma forma, num áudio difundido pelo grupo de media ligado à organização terrorista, o al-Furqan.
Na mensagem de 55 minutos partilhada através da rede de mensagens instantâneas Telegram, o chefe do Daesh pede aos seus seguidores para continuarem a jihad (guerra santa) e para resistirem à perda de controlo territorial no Iraque e na Síria.
Abu Bakr al-Baghdadi diz que os jihadistas estão a ser testados por Alá e devem manter-se unidos. Os que "pacientemente resistirem" ao "medo e à fome" serão "presenteados com boas novas" no futuro, acrescenta na mensagem divulgada por ocasião do Eid al-Adha, o festival muçulmano que marca o fim do Hadj (peregrinação realizada à cidade santa de Meca pelos muçulmanos).
A autenticidade do áudio não foi ainda confirmada, mas um porta-voz do Comando Central dos Estados Unidos (responsável pelas operações e relações militares dos EUA no Médio Oriente) disse à CNN que os serviços de inteligência norte-americanos acreditam que al-Baghdadi está mesmo vivo. "Penso que nunca nenhuma fonte governamental oficial o deu como morto", referiu o capitão William Urban.
O mesmo porta-voz admitiu que os EUA não sabem "onde está Abu Bakr al-Baghdadi neste momento", mas adiantou: "Continua a ser alguém que estamos interessados em remover do campo de batalha."
Baghdadi, que se autoproclamou chefe de todos os muçulmanos em 2014, após a captura de Mossul pelo Daesh, estará agora escondido algures no deserto junto à fronteira entre Síria e Iraque, acreditam vários analistas militares. As únicas imagens que existem do líder terrorista islâmico datam dessa altura, a 29 junho de 2014, quando anunciou o regresso do califado, na mesquita de Mossul.
Nesta mensagem divulgada esta semana, al-Baghdadi diz que "para os crentes mujahidins, a dimensão da vitória ou da derrota não depende da contabilidade das cidades que são tomadas, da superioridade aérea, dos mísseis intercontinentais, das bombas inteligentes ou quantidade de seguidores. A verdadeira escala da vitória depende da fé que os crentes têm".
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