Carles Puigdemont vai seguir a indicação do Tribunal Constitucional espanhol e pedir autorização ao juiz para estar presente na sua tomada de posse, no parlamento regional. Mas quer "garantias".
Carles Puigdemont anunciou que vai seguir as indicações dadas este sábado pelo Tribunal Constitucional espanhol, e pedirá ao juiz Pablo Llarena que lhe conceda autorização para estar presente na cerimónia de investidura como presidente do governo regional da Catalunha, marcada para terça-feira em Barcelona.
O anúncio foi feito esta manhã numa conferência de imprensa do partido Juntos pela Catalunha (JpC), onde foi também analisada a decisão dos juízes do Tribunal Constitucional. Mais tarde, numa entrevista à Rádio Catalunha, o deputado independentista do JpC Josep Rull esclareceu que Puigdemont quer regressar para a investidura mas vai exigir “garantias”. E ao mesmo tempo que diziam que iriam seguir a indicação do TC, criticavam-na: “O presidente da Catalunha é eleito pelo povo da Catalunha, não pelo Governo espanhol nem pelos tribunais”.
Pelo mesmo caminho foi Eduard Pujol, porta-voz da “lista do presidente”. Colocou pressão no juiz que vai avaliar o pedido de Puigdemont e pediu a cabeça da vice-presidente espanhola. “Se o juiz Llanera permitir, e cremos que ele atuará com liberdade, Puigdemont virá e explicará o seu plano de Governo”, disse. E ainda que considere que a decisão do TC “é um fato feito à medida para não importunar o Governo espanhol”, afirma logo a seguir que “Soraya Santamaria deve demitir-se porque foi desautorizada na sua proposta altamente agressiva contra a Catalunha”, que pedia a impugnação e suspensão automática da candidatura e investidura de Puigdemont.
Ontem os juízes do Constitucional decidiram por unanimidade que Puigdemont, que fugiu de Espanha na sequência de um mandado de detenção e está desde então na Bélgica, poderia ser investido como presidente da Generalitat, desde que assistisse presencialmente à sessão do parlamento regional onde é votado o nome da pessoa que será o novo líder regional catalão. E para que tal acontecesse, o Constitucional decidiu que Puigdemont tinha de pedir autorização a um juiz. Uma decisão que foi uma derrota para o governo espanhol — Rajoy queria que o Tribunal impedisse a investidura de Puigdemont — mas que acabou por não ser uma total vitória para o próprio Puigdemont, que já estava a preparar uma investidura desde a Bélgica.