Uma manga com formato de cabeça humana arrastou multidões e provocou agitação esta semana na ilha de Rizenda, ao longo do baixo Zambeze, concretamente nas margens da vila de Caia, em Sofala.
Este insólito mobilizou até as Forças da Defesa e Segurança para a manutenção da ordem e tranquilidade públicas.
João Saíze, administrador de Caia, que confirmou o facto ao princípio da tarde de sexta-feira, quando abordado pela nossa Reportagem, sublinhou que tal manga foi apanhada pela Rainha Zimbabwe, tendo depois trazido para a sua casa.
Tal provocou imenso espanto familiar e, consequentemente, culminou com o encaminhamento da misteriosa fruta à Rádio Comunitária local, o que levou à concentração de milhares de presentes.
“Isto é verdade, pois tal manga com formato de cara de pessoa foi depois confiscada e guardada no comando da PRM, como forma de dispersar multidões. Trata-se de uma manga qualquer, que está apodrecendo, já nas mãos das autoridades policiais em Caia”, acentuou.
Mesmo assim, acrescentou o administrador de Caia, milhares de pessoas acompanharam toda a trajectória da manga em causa e permaneceram por horas a fio naquele recinto da corporação policial.
O administrador Saize não desmentiu nem confirmou rumores segundo os quais o formato humano da referida manga se assemelhava à cara do falecido régulo Sacatucua, que em vida se envolvera numa tremenda rixa na disputa do regulado Gumansanze.
O imbróglio resultaria, alegadamente, na morte súbita dum colega nosso, Gonçalves Gauth, na vila de Caia, durante uma viagem de trabalho a convite de Manuel Vieira Gumansanze, na tentativa de reaver o poder tradicional, então “abocanhado” pelo genro Sacatucua, que também viria a falecer, há cinco anos.
Todavia, Saize realçou que, coincidentemente, a rainha Zimbabwe, que apanhou a referida manga na ilha, é igualmente vizinha do régulo Sacatucua (filho), mas o problema da disputa do regulado Sacatucua e Gumansanze ainda não foi dirimido.
Num outro desenvolvimento, o administrador de Caia relatou que, nos últimos tempos, aquela região do vale do Zambeze vive múltiplos episódios como, por exemplo, rumores de a família comer papas com o último dedo da mão e do recrudescimento do boato de “chupa-sangue” por uso de redes mosquiteiras.
Todavia, o governante assegurou que agora a situação está calma e controlada, graças ao empenho das autoridades administrativas locais na sensibilização popular contra qualquer tipo de boato, com vista a garantir bem-estar de todos.
NOTÍCIAS – 29.01.2018
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