NOTA DA SECRETARIA EPISCOPAL
28-01-2018
Nomeação de um Administrador Paroquial para a Paróquia do Monte
Foi amplamente difundido, na Madeira e fora dela, o caso de um sacerdote da nossa Diocese, pároco do Monte, que assumiu publicamente a paternidade de uma criança. Manifestou, assim, neste gesto e no compromisso de assumir todas as responsabilidades inerentes à situação criada, um sentido de responsabilidade que muita gente apreciou, sem que, no entanto, perante o facto, se deixassem de reconhecer, também, os seus aspetos negativos. Na verdade, os sacerdotes católicos aceitam e comprometem-se, em plena liberdade, a viver o dom do celibato no seu ministério de serviço ao Povo de Deus, em conformidade mais plena a Cristo Pastor, com frutos abundantes para a Igreja, ainda que com o sacrifício de algumas expressões e alegrias da vida familiar.
Toda esta situação gerou nos órgãos da comunicação social e nas redes sociais uma oportunidade de debate e reflexão, mas também uma ocasião ou motivo para questionar e contestar a atual disciplina da Igreja, desconhecendo-se o sentido espiritual da mesma. A Igreja não é estática, é dinâmica; tem uma história que lhe permite reconhecer e avaliar os seus valores e as suas faltas, o positivo e o negativo da sua presença junto das pessoas e da sociedade. As mudanças, porém, não se operam por razões de mera popularidade ou estatística de opiniões.
Relativamente ao pároco do Monte, ele próprio manifestou o desejo de continuar a exercer o ministério sacerdotal, nas condições exigidas pela Igreja. Desde logo se sentiu a necessidade de um discernimento claro, em ordem a uma opção responsavelmente assumida e maturada na reflexão e na oração, um discernimento feito com serenidade e livre de pressões, acompanhado pelo Bispo da Diocese.
Após diálogos com o próprio sacerdote, ouvidas algumas instâncias da Igreja e percecionando um sentido eclesial comum, por parte de sacerdotes, consagrados e leigos, entendeu-se que constitui maior bem para o padre Giselo Andrade e para a Igreja diocesana, dispensá-lo de pároco do Monte, podendo continuar a exercer o ministério pastoral, através de algumas atividades que lhe estavam já confiadas, na área das comunicações, e outras que eventualmente lhe sejam atribuídas.
Para o substituir foi agora nomeado, por decreto do Bispo Diocesano, de 25 de janeiro, como Administrador Paroquial da Paróquia do Monte, o Reverendo Cónego Vítor dos Reis Franco Gomes, pároco da Sé, em regime de acumulação de funções. Ele já ali paroquiou, conhece o meio e as pessoas, e aceitou generosamente prestar esta colaboração, o que muito se agradece. Apesar das limitações inerentes a esta situação provisória, tudo se fará para levar por diante os projetos em curso, nomeadamente a tão desejada construção da capela da Imaculada Conceição, nas Babosas, como sinal de consolação e esperança.
Na paróquia do Monte se encontra e venera a imagem da nossa Padroeira a quem hoje mais uma vez recorremos, pedindo a sua bênção e proteção.
Funchal, 28 de janeiro de 2018
Padre Carlos Almada, Secretário Episcopal
FOTO: site da Paróquia do Monte
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A Diocese do Funchal anunciou hoje que o pároco da freguesia do Monte, na Madeira, que assumiu publicamente a paternidade de uma criança, foi dispensado e substituído por outro padre, embora continue a exercer o ministério sacerdotal.
"Após diálogos com o próprio sacerdote, ouvidas algumas instâncias da Igreja e percecionando um sentido eclesial comum, por parte de sacerdotes, consagrados e leigos, entendeu-se que constitui maior bem para o padre Giselo Andrade e para a Igreja diocesana, dispensá-lo de pároco do Monte", poder ler-se numa nota divulgada na página da Internet da Diocese do Funchal.
No mesmo documento, a Igreja madeirense salienta que "foi amplamente difundido, na Madeira e fora dela, o caso de um sacerdote da Diocese, pároco do Monte, que assumiu publicamente a paternidade de uma criança".
Também refere que o referido sacerdote "manifestou, assim, neste gesto e no compromisso de assumir todas as responsabilidades inerentes à situação criada, um sentido de responsabilidade que muita gente apreciou, sem que, no entanto, perante o facto, se deixassem de reconhecer, também, os seus aspetos negativos".
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Recordando que os padres católicos "aceitam e comprometem-se, em plena liberdade, a viver o dom do celibato", a diocese argumenta que "toda esta situação gerou nos órgãos de comunicação social e nas redes sociais uma oportunidade de debate e reflexão, mas também uma ocasião ou motivo para questionar e contestar a atual disciplina da Igreja".
A Igreja não é estática, é dinâmica; tem uma história que lhe permite reconhecer e avaliar os seus valores e as suas faltas, o positivo e o negativo da sua presença junto das pessoas e da sociedade
Contudo, vinca que "as mudanças, porém, não se operam por razões de mera popularidade ou estatística de opiniões".
"Relativamente ao pároco do Monte, ele próprio manifestou o desejo de continuar a exercer o ministério sacerdotal, nas condições exigidas pela Igreja", sublinha.
Também declara que a Igreja "sentiu a necessidade de um discernimento claro, em ordem a uma opção responsavelmente assumida e maturada na reflexão e na oração, um discernimento feito com serenidade e livre de pressões, acompanhado pelo bispo da Diocese" do Funchal.
A nota informa que o padre Giselo Andrade pode "continuar a exercer o ministério pastoral, através de algumas atividades que lhe estavam já confiadas, na área das comunicações, e outras que eventualmente lhe sejam atribuídas".
A diocese do Funchal indica que o referido sacerdote será substituído naquela paróquia dedicada à padroeira da Madeira pelo cónego Vítor Gomes, pároco da Sé, em regime de acumulação de funções, alguém que já paroquiou na freguesia do Monte e "conhece o meio e as pessoas"
Conclui que "apesar das limitações inerentes a esta situação provisória, tudo fará para levar por diante os projetos em curso, nomeadamente a tão desejada construção da capela da Imaculada Conceição, nas Babosas, como sinal de consolação e esperança".
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Madeira28 DE JANEIRO DE 201822:39
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