A
equipa de mediadores internacionais no diálogo político em curso
reitera que a proposta sobre o pacote de princípios de descentralização
do poder em Moçambique deverá ser concluída e submetida à Assembleia da
República ainda este mês. “O objectivo é garantir que, até fins de
Novembro, seja submetido ao Parlamento o pacote sobre descentralização
e, ao mesmo tempo, declarar a cessação das hostilidades”, disse Mario
Raffaelli, citado pela Agência de Informação de Moçambique, que falava
ontem após um encontro apenas entre os mediadores internacionais.
O
coordenador dos mediadores internacionais disse também que, após
encontros havidos esta semana, em separado, com as delegações do Governo
e da Renamo, decorre neste momento a harmonização do documento
(proposta de descentralização) entregue pela segunda vez às duas
delegações, depois de não ter havido consensos na primeira sugestão
apresentada pelos mediadores. “Tivemos as reacções de ambas as
delegações e, agora, estamos a trabalhar nelas. Este é o segundo
documento que entregamos às partes. Fizemos um primeiro, mas eles
apresentaram as suas reacções, que nos obrigam a rever o documento”,
disse Raffaelli, acrescentando que a comissão mista tem estado a
trabalhar arduamente de modo a garantir que o pacote sobre a
descentralização seja fechado com maior brevidade.
Objectivo dos encontros em separado
Desde
a quarta fase do diálogo político - a primeira que aconteceu sem a
presença de Jeremias Pondeca (por ter sido assassinado) - que os
mediadores vêm apostando em encontros separados com as delegações
mandatadas por Filipe Nyusi e Afonso Dhlakama. De acordo com Mario
Raffaelli, esses encontros são mais produtivos e dinâmicos. O mediador
mandatado pela União Europeia reiterou, ontem, que a sua equipa vai
continuar a privilegiar encontros em separado com as delegações do
Governo e da Renamo. O diálogo político na presença de mediadores
internacionais arrancou em Maio passado, com quatro pontos na mesa de
negociações, nomeadamente, cessação das hostilidades militares,
governação das províncias, integração dos homens da Renamo nas Forças de
Defesa e Segurança e desarmamento do partido liderado por Dhlakama.
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