Agora
foi a vez da mortandade em Caphiridzange, Posto Administrativo do
Zobué, Distrito de Moatize, Província de Tete. Fala-se já de perto de
uma centena de mortos.
O
Governo decretou 3 dias de luto nacional e enviou uma comissão de
inquérito com membros do Conselho de Ministros e altos funcionários,
incluindo da polícia.
O que se passa neste país com tanta mortandade nas vias de comunicação, incluindo na capital?
Mais mortos cá em 3 meses do que durante anos noutros países!
Quem
denuncia os donos das embarcações mais que impróprias que transportam
pessoas que morrem nas mais diversas travessias sem sequer um colete de
salvação?
Até os ditos catembeiros não estão devidamente apetrechados para a travessia da baía.
Façamos
perguntas e que respondam com muita clareza as autoridades competentes e
sobretudo expliquem e bem as medidas que tomarão para travar a
mortandade:
1. Medidas tomadas pela polícia contra condutores embriagados ou drogados, sobretudo nos fins-de-semana?
2. Apenas multas, refrescos, apreensão da carta na melhor das hipóteses?
3. Quem paga os danos a postos de energia e rotundas?
4. Não deveriam existir penas de cadeia sem fianças ou liberdades provisórias para estes irresponsáveis que destroem e matam?
5. Não obriga a lei a que as viaturas circulem com seguro, inspecção, carta de condução de quem guia? Meia vez os chapas e my love
vão à inspecção? Verifica a polícia a documentação requerida por lei?
Ou contenta-se com um refresco ou molazinha de alguns meticais?
6. Os
condutores e viaturas que transportam gente como jamais se faria com o
gado como os penalizam as normas legais? Desde quando se tornaram
inexistentes?
7. Possuem esses condutores carta de condução adequada para o transporte de passageiros?
8. O
que acontece aos proprietários que pelo menos cometeram um crime de
homicídio involuntário ao deixarem viaturas sem inspecção, sem
condutores adequados, sem pisca-pisca, travões, faróis, poluindo por
toda a parte?
9. Podem dar-se ao luxo de viaturas sem seguros a favor das vítimas e de terceiros? Quem os protege?
10. Quem fecha os olhos e tapa os ouvidos? Para o bem de quem?
Voltemos à recente tragédia ocorrida em Caphiridzange.
1. Quem
circula ao longo da estrada que sai da Beira para o Malawi ou apenas
Tete e Moatize, onde não encontra vendedores de combustível em jerricans
ao longo da rota?
2. Porventura a polícia nunca vê controla esses vendedores, sabendo onde como e a quem compraram, se adulteraram ou não o conteúdo?
3. Os donos desses camiões tanque ignoram a quantidade comprada e a que lhes entregam?
4. Não
existem GPS para essas viaturas, saber-se como, onde e porque razão
pararam? Não existe comunicação rádio e até com celulares para
perguntarem ao condutor?
5. Os
proprietários desses camiões vão pagar alguma indemnização às vítimas
de Caphiridzange? Algum seguro protege as famílias dos mortos e o
tratamento dos feridos?
6. Que controlos deverão as autoridades fazer em permanência, contra a venda clandestina de combustível?
7. Também os camiões porta contentores no regresso do Malawi carregam clandestinos, tal como os camiões tanque.
8. Todos
quando descobrem os mortos atiram para a estrada como se estivessem
diante de lixo descartável e 100% inútil. Não testemunhamos isso
frequentemente?
9. Pobres
coitados dos clandestinos não possuem documentos, ninguém sabe como
comunicar com os familiares, ignora-se de onde vêm, e permanecem
incógnitos até na morte!
10. Não deveriam as autoridades fazerem controlos improvisados fora dos habituais? A qualquer hora com chuva ou sol?
11. Apreenderem e incriminarem o condutor, reter a viatura e exigir uma prestação de contas dos respectivos proprietários?
12. Senhores
Ministros, Senhores Governadores, Senhores das autoridades policiais e
marítimas, protejam as nossas vidas! A vigilância deve existir também à
noite, nos domingos e feriados e nesses dias de pontes, que faça chuva ou vento, bom ou mau tempo.
13. Uma
das tarefas essenciais de qualquer Estado e isto vem plasmado na nossa
Constituição é a protecção da vida e das gentes dos cidadãos e demais
residentes.
14. Nenhuma desculpa pode dirimir esta obrigação fundamental e a primeira entre as primeiras em qualquer Estado decente.
Há
corpos de bombeiros em todas as capitais provinciais? Há um corpo na
capital, fora dela na melhor das hipóteses apenas nos aeroportos e nada
podem socorrer se uma aeronave está prestes a aterrar ou descolar.
Não
há dinheiro para que estejamos protegidos e socorridos em caso de
incêndios que por vezes devoram um quarteirão inteiro nos subúrbios das
grandes cidades?
Só existem meios para se construírem palácios e palacetes para toda e qualquer autoridade e, claro, escritórios condignos.
Condignos com a miséria e falta de protecção das gentes?
Senhor
Presidente, Senhor Primeiro-Ministro, senhores governantes queremos
confiar em Vossas Excelências, mas curem de nós, de outro modo a fé e
confiança vão-se desmoronando.
Bichos
caretas, em alternativa, mais gananciosos e avaros, déspotas e com CV
de crimes, muito piores dos que conhecemos já subirão ao poder para
maior desgraça ainda de todos nós.
P.S. Pelo que nos vai informando a comunicação social há mesmo confusão resultante das eleições nos Estados Unidos.
Parece
que num passado recente o Presidente eleito considerou os africanos
como gente preguiçosa e que deveria de novo ser colonizada!
Esperemos que a realidade o faça mudar de opinião!
SV
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