Thursday, September 8, 2016

Dívida escondida: quando a ambição supera a razão

Dívida escondida: quando a ambição supera a razão

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Por: Ermelinda Nhatave
Tudo o que se diz é verdade, como também não deixa de ser verdade o que se suspeita. A década de má memória em que o “timoneiro” do “meu querido e amado povo moçambicano” esteve sentado no cadeirão da Ponta Vermelha, supostamente ainda reserva muito mais notícias aterradoras que não coadunam-se com a propalada “luta para erradicação da pobreza absoluta”. O batido e rebatido “futuro melhor” hoje a luz dos mais recentes acontecimentos deixa ver com clareza os mais vis desígnios que confirmam que a monumental mentira não passou de uma miragem com que ao longo dos dez anos da “era guebuziana” foi-se adormecendo o povo usando e abusando-se de falsos argumentos para ocultar a verdadeira luta para a riqueza total de uma mão cheia de indivíduos sem escrúpulos que a custa de uma propaganda insultuosa mancharam o bom nome e o prestígio que o anterior ocupante do tão majestoso cadeirão e a sua equipa fizeram ao longo dos anos em que o mais querido cidadão desta Pátria Amada esteve em frente dos destinos do País.
Não terá sido por falta de aviso que constata-se a um ritmo assombroso o desastre que foi a governação praticada na era guebuziana” muito contraria aos discursos vexatórios que prodigamente proferia aquando da sua confirmação como Presidente de Moçambique. Usando a capa de “rapaz serio e comprometido” com a causa do povo este espinho que ainda encontra-se cravado bem fundo na alma de cerca de vinte e cinco milhões de moçambicanos continua a espalhar os seus efeitos maléficos com as descobertas que as diferentes equipas de auditores e ou avaliadores tem reportado. Neste capítulo merece especial destaque o actual estágio financeiro em que encontram-se empresas de nomeada que nem a título de exemplo atrevemo-nos a citar, pelos perigos que tal descaramento pode acarretar para além de corrermos o sério risco de não podermos ter espaço para dissertar sobre mais nenhum assunto neste espaço.
A mais mediática e também estranha vitória foi a exaltada recuperação de uma propriedade de referência à nível do continente africano e porque não mundial, algo cujos contornos nunca foram devidamente explicados, correndo rumores que ter-se-á usado a “técnica do malandro” que consiste em ir buscar emprestado a um para pagar ao outro, ocultando os trâmites do empréstimo que, segundo as vozes que em surdina condenam “o esquema da tal saída airosa”, por supostamente estar a ser mais cara a solução que a manutenção da dívida com o anterior fiador.
“O espírito de deixa andar” muito criticado, bastas vezes com dureza excessiva e alguns epítetos nada abonatórios ao então timoneiro da nação, terá sido, até prova em contrário, o melhor período que o povo viveu, reflectido nos imensos ganhos que acumularam em trabalho honesto e sério, algo que ao que tudo indica “jamais será esquecido” em comparação com o “Estado de Caos” despesista que foi o reinado guebuziano, caracterizado por missas em homenagem a falecidos “heróis” da Luta de Libertação Nacional, em que não olhava-se ao valor da factura, pois era premente “mpaxhar” em memória do falecido de ocasião, de modo a que bons ventos soprassem para à causa maior, que mais não era do que a viagem para o falecido seguinte, em uma romaria governamental alicerçada em obscurantismos exacerbados, que terão contribuído de forma gritante para depauperar os cofres do estado.
O recente anúncio da dívida, por sinal, mais uma escondida, à semelhança das muitas que tiveram de viajar até aos escritórios do Bretton Woods para serem vistas à luz do dia, de um total de cento e quarenta e três milhões de dólares norte-americanos, em um enorme buraco na “nossa melhor operadora aérea” porque única nacionalizada e autorizada a operar em regime de exclusividade há cerca de quarenta anos de Pátria Amada, não surpreende apenas deixa o povo intrigado pela demora com que tal notícia veio a público, sabido que todas as empresas nacionalizadas, intervencionadas ou mesmo expropriadas há muito que foram vendidas, as que ainda possuíam algo mais que infraestruturas mais ou menos danificadas, sem que, contudo, alguém se tenha dignado a vir a público explicar as razões por detrás do descalabro de verdadeiras indústrias que da noite para o dia mudaram de mãos para em um curto lapso de tempo voltarem a ser adquiridas por aqueles que um dia foram injuriados e corridos em vinte e quatro/vinte, sem contemplações.
Escusado será dizer que explicações não houveram sobre os valores envolvidos em essas transações e tão-pouco foi dito o destino que dado as somas astronómicas apuradas. A alusão a gastos indiscriminados em organização de eventos relacionados com o partido que sustenta o poder, diz bem da génese dos governantes que não conseguem libertar-se do “estigma” de que são libertadores da Pátria e, por conseguinte, tudo que existe em solo pátrio pertence-lhes por direito... de luta armada.
Esta ideia ou, melhor, a convicção que tudo pertence a quem lutou pela libertação do país, sustentada por antigos combatentes pertencentes a famigerada “ala dura” do partido do tambor e da maçaroca, por saberem-se mancomunados ao poder vigente, não se coíbem de referir-se a esta particularidade, chegando ao cúmulo que ditarem o tempo cronológico que o partido a que encontram-se vinculados, ainda irá comandar os destinos do pais. Estranho ou talvez não é o facto de reportarem-se desvios, roubos, expropriações e afins, propalar-se aos quatro ventos a constituição de comissões de inquérito para investigar os contornos da “Mhaka” e, paulatinamente, em mais um estilo “made in Moçambique” deixar-se o assunto cair no esquecimento como se de mais um crime sem rostos se tratasse.
Sabendo da existência da suposta aplicação de parte considerável das somas desviadas, porque tornadas públicas, torna difícil de entender como as autoridades nacionais não divulgam os nomes dos componentes das supostas empresas e porque as equipas de televisão demoram a exibir as entrevistas com os envolvidos encarcerados a semelhança do que fazem quando se trata de pilha-galinhas...a não ser que não existam rostos para exibir e nem nomes para dar a conhecer ao povo. Não foi por falta de aviso, tivemos o presidente que merecíamos porque insistimos que era o homem certo, apesar de sabermos que aquele era o lugar errado para colocá-lo, pelo que não adianta chorar pela perpetuação da pobreza em absoluto. E mais não digo!
O SOL – 08.09.2016

Quem teme a auditoria forense internacional?

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DO LADO DA EVIDÊNCIA
Desde a eclosão do escân­dalo da dívida contraída no maior dos segredos, por um grupo de cidadãos co­nhecidos e que a quiseram soberana, que a economia do país se encontra de ras­tos.
Entretanto, a inflação dis­para a cada dia e os doado­res, há muito que fecharam as suas torneiras, até que se esclareçam as zonas de penumbra em torno dessa dívida.
No meio desse imbróglio, que o antigo ministro das Finanças, Manuel Chang, considerou a propósito da criação da EMATUM ter sido o seu maior “peca­do”, os donos do dinheiro – Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional - exigem que se faça uma auditoria forense inter­nacional as contas públi­cas do país, com vista a aferir qual foi o destino dado aos cerca de dois biliões de dólares norte­-americanos...
Entre portas, soa a resis­tência soberba por altos dignitários, que vêem na auditoria forense uma intromissão a sua soberania. De que soberania falam ou querem falar se esta reside nos doadores? Em Agosto de 2001, o economista Siba-Siba Macuácua, foi atirado do vão das escadas da sede do então Banco Austral, para onde fora mandatado pelo Banco de Moçambique para recuperar os créditos mal parados naquela instituição e, até hoje, o caso do seu assassinato, a sangue frio, ainda não teve desfecho.
Na altura, segundo crónicas abundantes, a Polícia de Investigação Criminal, teria solicitado apoio de outras congêneres com meios mais modernos para ajudarem no esclarecimento do crime, mas nunca mais se soube nada. Os filhos de Siba-Siba Macuácua, a esposa e todos os seus entes queridos, continuam a aguardar pelo esclarecimento do estado que mandou o seu pai e marido para uma missão sem regresso. As justificativas de que o país têm técnicos capazes para averiguarem a dívida que se quis soberana é, no mínimo esfarrapada. O trilho do dinheiro que comprou algumas armas e barcos, em nome da defesa da soberania, só se pode ser encontrado com uma auditoria forense internacional.Com todos estes cenários e já que perguntar não ofende:
Quem teme a auditoria forense internacional?
Luis Nachote
CORREIO DA MANHÃ – 08.09.2016

Comments

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umBhalane said...
O DEsgoverno da frelimo, dos TURRAS, no seu ponto de vista, e altos interesses, tem razão.
Como não há, DEShá, governo de Moçambique, a questão vai permanecer,
a não ser que a evolução militar decorra muito favoravelmente à RENAMO.

Chover nas cheias...entretanto.

FUNGULANI MASSO
LEMBREM BEM
QUEM NÃO LUTA, PERDE SEMPRE

A LUTA É CONTÍNUA

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umBhalane said...
Esse tal de Domínio de Gaza não era, ele também, colonial?
Esses invasores e exterminadores não vieram de lá do "John"?
E não chegaram muito, muito depois dos portugueses?
Ah, é por serem pretos!!!
Boa continuação.

FUNGULANI MASSO
LEMBREM BEM
QUEM NÃO LUTA, PERDE SEMPRE

A LUTA É CONTÍNUA

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