Retomada do apoio financeiro a Moçambique
A missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) que, durante cerca de uma semana trabalhou com as autoridades moçambicanas, na cidade de Maputo, terminou oficialmente, esta quinta-feira a sua missão, numa visita que se circunscreve no âmbito da investigação das chamadas “dívidas escondidas”, que levaram o país ao caos económico.
Durante a visita, o governo moçambicano aproveitou a oportunidade para voltar a implorar no sentido de aquela instituição da Bretton Woods encontrar mecanismos que assegurem uma rápida retomada da parceria e, por isso, desbloquear os desembolsos previstos. Em resposta, o FMI disse não, pelo menos enquanto não terminar a investigação e ficarem completamente clarificadas as penumbras com cheiro à corrupção, que envolvem a contratação dos 2.2 mil milhões de dólares, a favor da EMATUM, ProIndicus e MAM.
“As autoridades solicitaram o Fundo para retomar as discussões sobre o apoio financeiro o mais rápido possível.
Um sólido e histórico acordo de implementação de políticas macroeconómicas sólidas e uma iniciação eficaz do processo de auditoria no curto prazo ajudaria a criar as condições necessárias para uma possível retomada das discussões do programa com o FMI” - refere o comunicado do FMI que, citando o chefe da missão em Moçambique, Michel Lazare, deixa claro que só a auditoria pode desbloquear o financiamento congelado.
Propriamente em relação aos termos de referência para a realização da auditoria internacional independente, Lazare fala de “progressos assinaláveis” e acredita que brevemente será concluída no sentido de se iniciar efectivamente com a auditoria que deve investigar para onde foram os 2.2 mil milhões de dólares.
“Na sequência da reunião entre o presidente Nyusi e a directora geral do FMI, Christine Lagarde, em Washington, em 15 de Setembro de 2016, a missão fez progressos consideráveis com o Gabinete do Procurador Geral (da República) sobre a elaboração de termos de referência detalhados (TOR) para uma auditoria internacional e independente à EMATUM , ProIndicus e MAM. A elaboração do TOR está em curso e está prevista para ser concluída em breve” - refere a nota.
Por outro lado, o chefe da missão deixou claro que, apesar de o governo de Maputo estar a tentar implementar políticas para reverter as actuais dificuldades económicas, mais apertos são necessários no sentido de reduzir a despesa pública, concentrando atenções a sectores prioritários críticos.
MEDIAFAX – 30.09.2016
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