Foi na terça-feira desta semana, durante o balanço das actividades da Polícia, que, mesmo sem ser questionado, o porta-voz do Comando-Geral da PRM, Inácio Dina, assumiu dificuldades para deter os supostos homens da Renamo que estão a criar instabilidade no centro do país. A justificação foi de que, além de ocorrerem no período da noite, os ataques dão-se em zonas que já serviram de bases da Renamo, o que criada dificuldades na neutralização dos homens.
Vinte e quatro horas depois, confrontado com estas declarações, Jorge Khálau, superior hierárquico de Inácio Dina no Comando-Geral da Polícia, desmentiu tal pronunciamento e considerou que o seu porta-voz foi infeliz. “Nós não temos dificuldades. Nós sabemos onde estão os homens da Renamo. A nossa tarefa é estarmos atentos, procurá-los e trazê-los à barra do tribunal”, disse Khálau, ontem, durante as cerimónias centrais do Dia dos Heróis Moçambicanos.
Esta é a segunda vez, em menos de um mês, que autoridades da Polícia fazem declarações contraditórias. No último dia 19 de Janeiro, o ministro do Interior, Basílio Monteiro, garantiu que a Renamo não constitui ameaça e, três dias depois, foi também contrariado por Khálau, que assumiu que a Renamo está a espalhar terror pelo país.
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