“E, esta é a Lei da expiação da culpa: coisa santíssima é.” Lv 7:1
A Cidade de Maputo está crescendo a uma velocidade vertiginosa que com esta aceleração, e se não houver uma força estranha a travá-la, (Tsunamis, guerras e outras calamidades naturais ou de outra índole), daqui a mais uns cinco anitos, a Vila de Marracuene será mais um dos Bairros da grande Capital. Basta alguém ausentar-se desta urbe por dois dias para não falar de uma semana, para verificar que no seu regresso, aquilo que era uma garagem do vizinho, já é um salão de beleza, e nos condomínios, o terraço onde era um espaço comum, o vizinho corrompeu um vereador do município e recebeu uma licença para transformá-lo num espaço privado, (tipo alpendre), abocanhando-o assim para a realização de festins bravos nos fins-de-semana e outros dias festivos. Nos bairros periféricos de Zimpeto, Albazine, Mahlazine, Magoanine e Mihlafuteni, para não falar de Guava e Memo, de noite para o dia, nascem vivendas, palacetes e mansões construídos com material convencional, pois nos Estaleiros de venda de material de construção precária, encontrar uma paveia de capim ou feixe de caniço, nos dias que correm, é um bico-de-obra, (sói-se dizer). Isto para não falarmos das gigantescas obras de grande engenharia que diariamente vão derrubando a barreira natural que protegia a cidade das acácias, particularmente na Zona da Ponta Vermelha, isto apimentado pela construção da Ponte Maputo/Catembe, a nossa já bela Marginal vai se transformando dia após dia numa réplica de umCopacabana, um dos Bairros mais Povoados da zona Sul da antiga capital Brasileira (Rio de Janeiro), e, com todos os seus Calçadões e Hotéis de luxo e Restaurantes, Maputo cresce bonita mas, na verdade de uma forma “Babilónica”. E, aqui é que a porca torce o rabo como dizia o ”Zé-povinho”. É que a par deste crescimento “desenfreado” da nossa cidade das Acácias, nem sempre se observam as mais elementares normas da construção, designadamente: fundações (alicerces, vigas, pilares, ferragens, paredes, rebocos, azulejos, pisos, pintura, etecetera), e quando isso acontece, a garantia que o empreiteiro e os fiscais dão, não vai para além de um ano! (Pasme-se!) Os resultados, todos nós as conhecemos: mortes inglórias e desnecessárias porque evitáveis, exemplo do que aconteceu semana passada: “As paredes do muro de protecção da piscina olímpica do Zimpeto, na cidade de Maputo, desabaram no início da noite do último sábado, matando uma pessoa”, Rezavam alguns Jornais. Imagine alguém construir um estádio cuja garantia da sua viabilidade é apenas de um ano!? Se assim fosse não teríamos ainda de pé, monumentos que hoje são verdadeiras maravilhas de arte, casos da Necrópole de Gizé do Egipto (2599 a.C.); a Grande Muralha da China, (221 a.C.); o Taj Mahal – Índia (1632); a Estátua de Cristo Redentor – Brasil, (1931), só para citar alguns. Hamurábi, (também conhecido por Hammu-rapi ou Khammurabi) Rei babilónico do século XVIII, a.C., conseguiu disciplinar os súbditos do seu pais, através das suas leis que hoje podem ser consideradas controversas, mas que valeram muito na sua época e das quais transcrevo alguns excertos, mais a título de curiosidade do que propriamente pela sua inutilidade cá entre nós: “Artº. 14º. – Se alguém roubar o filho menor de outrem, este alguém deve ser condenado à morte; Artº. 21º – Se alguém arrombar uma casa, ele deverá ser condenado à morte na frente do local do arrombamento e ser enterrado; Artº. 227º - Se um construtor edificou uma casa para um Awilum, mas não reforçou seu trabalho, e a casa que construiu caiu e causou a morte do dono da casa, esse construtor será morto;229º - Se um arquitecto constrói para alguém e não o faz solidamente e a casa que ele construiu cai e fere de morte o proprietário, esse arquitecto deverá ser morto”. Pena é que Khammurabi tenha nascido, vivido e morrido muitos séculos antes da nós, mesmo assim, o “Zé-povinho” matreiro que é, tem estado a recuperar algumas… casos dos tristes linchamentos!
Kandiyane Wa Matuva Kandiya
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