As autoridades policiais da província da Zambézia, em Moçambique, alertam para a ocorrência de novos confrontos violentos em Morrumbala e confirmaram esta terça-feira (02.02) a presença de um reforço policial na região.
Pouco se sabe sobre o número de mortos em pelo menos dois confrontos registados na semana passada, mas o certo é que nos últimos dias, dezenas de habitantes do distrito de Morrumbala, na província da Zambézia, continuam a refugiar-se no vizinho Malawi, devido aos confrontos que ocorrem atualmente nas localidades onde presumivelmente homens da RENAMO se encontram instalados em pequenos quartéis.
O Comandante da Policia da Zambézia, João Mahunguele, disse hoje (02.02) à imprensa que na última semana houve troca de tiros que resultaram em ferimentos de um agente da força de proteção dos recursos florestais na zona de Zero no distrito de Mopeia.
Segundo a Polícia, o ataque não provocou vítimas mortais. No entanto Mahunguele afirma que “ou cessam isto ou entretanto vai ter que haver resposta. As forças de segurança estão no terreno, as populações estão no terreno, há livre circulação de pessoas e bens. A missão das forças de defesa e segurança é manter a ordem e segurança da ordem pública. A tolerância tem procedimentos e limites“.
A polícia moçambicana admitiu ainda possuir provas do envolvimento de homens armados da RENAMO, mas afirma ter dificuldade em identificar os autores.
O Comandante da Policia da Zambézia acrecentou ainda que a corporação já não vai mais tolerar as provocações dos homes de Afonso Dhlakama, líder da RENAMO, e que as forças de defesa e segurança na província da Zambézia já estão prontas para uma resposta imediata.
Entretanto, Nelson Araújo, um dos agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM) ferido num dos dois ataques que se registaram na última quinta-feira (28.01), conta que tudo foi de repente e não conseguiu saber quantos homes armados da RENAMO atacaram o posto de segurança do Zero, no distrito de Mopeia, que faz fronteira com Morrumbala: “quando chegámos ao posto policial, os tiros partiram da estrada nacional em direção ao posto policial e nós não respondemos imediatamente. Atingiram-me no braço. Eu não contava com isso. Nós estavamos a sair do posto de fiscalização para o posto policial e quando estávamos a chegar mesmo ao destino, começaram a disparar”.
RENAMO nega acusações
Em declarações à LUSA, António Muchanga, porta-voz da RENAMO, negou as acusações, considerando que há um plano da FRELIMO, partido no poder, para "manchar a imagem" do principal partido da oposição.
A já tensa situação militar em Morrumbala, voltou a agravar-se na semana passada quando homens armados da RENAMO foram perseguidos e detidos pela polícia num dos postos policiais depois de terem assaltado e agredido fisicamente um cidadão, revelou a polícia.
No último fim de semana, vários orgãos de comunicação nacional noticiaram a ocorrência de ataques a postos policiais, para além do rapto do chefe de uma povoação na província de Sofala e a morte de um tratorista envolvido na distribuição de água às vítimas da seca na província de Gaza, no sul do país.
Moçambique vive uma situação de incerteza política há vários meses e o líder da RENAMO, Afonso Dhlakama, ameaça tomar o poder em seis províncias do norte e centro do país, onde o movimento reivindica vitória nas eleições gerais de 2014.
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- Data 02.02.2016
- Autoria Marcelino Mueia (Quelimane) / LUSA
- Palavras-chave Moçambique, RENAMO, Zambézia, confrontos, Morrumbala, Malawi, Afonso Dhalakama
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